O que os recrutadores da área de Design esperam de um candidato?

E o que os candidatos podem esperar do processo seletivo?

Natalia Salabai
olist
4 min readAug 31, 2021

--

Há 6 meses recebi o desafio de realizar nosso processo de seleção para as posições de Design do olist, e resolvi compartilhar nesse post como tem sido essa nova atuação. Mas antes de comentar sobre o que eu avalio num candidato de Design, vamos falar sobre o que o candidato pode esperar de um processo seletivo, não só aqui no olist.

Photo by Christina @ wocintechchat.com on Unsplash

Geralmente, processos seletivos são realizados de 2 a 4 fases, que englobam fases de avaliação comportamental (fit cultural e perfil profissional) e fases de avaliação técnica. A primeira dica aqui é: conheça seu interlocutor. Com quem é o bate-papo? RH ou área técnica? Essa informação pode te ajudar a se preparar para as perguntas que podem ser feitas e também sobre qual vai ser o foco das suas respostas.

Fazer perguntas ao entrevistador é uma boa forma de se destacar, mostrar curiosidade e interesse. Mas prestar atenção no interlocutor, com quem você está falando, é ainda mais importante. Será que vale a pena eu bombardear a Recruiter de perguntas sobre o funcionamento da área? É provável que ela tenha realizado um alinhamento com os gestores, mas não está lá no dia a dia para entender em sua totalidade. Talvez valha deixar essas perguntas para um próximo bate-papo.

Se atenha à pergunta do entrevistador, opte pela objetividade e clareza na hora de se comunicar. Além disso, vá preparado para a famosa Avaliação por Competências, onde o recrutador irá realizar perguntas mais situacionais para entender sobre seu perfil pessoal e profissional no cotidiano.

Nesse caso, faça uma reflexão sobre algumas situações que você vivenciou, sejam cases de sucesso ou fracasso, pra não ser pego de surpresa e acabar não respondendo. Não há problema em treinar em casa para diminuir o nervosismo, mas cuidado para não parecer um robozinho na hora de responder as perguntas 😆

Vale eu trazer ainda um último ponto: estudar sobre a empresa, cultura, valores, tamanho e história, é um passo fundamental para se preparar e se destacar. Uma das coisas mais legais que ocorrem no processo é quando o candidato já vem para a conversa com um conhecimento breve do nosso negócio, isso torna o bate-papo ainda mais fluído. E também ajuda o próprio profissional a entender se aquela realidade faz sentido para o que busca.

Agora, chegando no tema central, como acontece a avaliação dos candidatos em nossos processos para o time de Design?

Toda avaliação começa pela triagem do currículo, LinkedIn e portfólio. Não vou me alongar dizendo o quanto é importante os três estarem atualizados, mas é legal complementar que hoje em dia o LinkedIn está se tornando uma das ferramentas mais utilizadas em processos, para buscar e ser buscado, o que o torna tão importante quanto o currículo em si (se não mais).

Além disso, é interessante que o profissional tenha um portfólio organizado, pois muitas vezes essa avaliação ocorre antes mesmo da primeira entrevista e pode ser definitiva para sua continuação no processo. Acredite, vale a pena reservar um tempinho para organizar todos os seus dados de forma clara e objetiva.

E nas fases de entrevista, quais as competências avaliadas? Ao invés de me ater à clichês como comunicação, trabalho em equipe e organização, decidi trazer outras competências que são muito importantes para o contexto do olist hoje.

  1. Busca por conhecimento e atualização: sabemos que as áreas ligadas à tecnologia mudam constantemente e estão em evolução. Ir atrás desse conhecimento mostra que você irá acompanhar a evolução da empresa conforme as atividades vão se tornando mais complexas e que, nesse caso, a empresa poderá contar com você mesmo nos imprevistos e mudanças de percurso.
  2. Autoconhecimento: alguém que entende seu perfil, quais suas competências mais desenvolvidas, mas também seus gaps, coisas que precisa desenvolver. É ter consciência dos desafios que pode enfrentar, de qual o seu foco e no que você se identifica mais. Não tem certo ou errado, apenas perfis e personalidades distintas que vão ser melhores para essa ou aquela posição.
  3. Resiliência e flexibilidade: desenvolver maior tolerância à frustração se torna relevante porque muitos projetos mudam ou não vão pra frente, ideias que abandonam frente às novas prioridades do negócio. Ter uma postura mais ativa e positiva, ter abertura à receber feedbacks sobre seu trabalho são soft skills importantes para o time de Design.
  4. Protagonismo: acho que essa palavra resumiria todos os termos acima, mas significa alguém que tem um papel ativo da sua jornada, e não atua como um figurante, apenas observando as coisas acontecerem. Alguém que não espera a informação chegar, mas vai atrás e se torna protagonista da sua jornada e carreira, papel ativo e não passivo. Não só receber informação, mas agir sobre isso.

É claro que ninguém vai dormir e acorda resiliente, não é isso que vou “cobrar” dos candidatos na entrevista. Mas um primeiro passo é ter uma reflexão sobre o quão desenvolvida está essa competência e como vou melhora-la no dia a dia. Isso sim pode ser levado para a avaliação.

Por fim, é legal comentar que nem todos os recrutadores de todas as empresas vão avaliar os mesmos pontos trazidos por mim (as vezes até nenhum deles). Porque isso dependerá da empresa e também do momento do time de Design naquele local. A empresa com seus valores, cultura e formas de trabalho, e o time com seus projetos e desafios atuais.

Se você é um candidato e chegou até aqui, pode ter certeza que já deu um primeiro passo para arrasar nos seus processos seletivos e conquistar aquela tão sonhada oportunidade ✨E se você está em busca de novos desafios, dá uma olhada na nossa página de carreiras e venha trabalhar comigo no time do olist🚀: https://olist.gupy.io/

--

--