As coisas que as pessoas não sabem sobre CBD
O uso medicinal (e legalizado) da maconha é muito recente e, portanto, muita gente tem dúvida sobre… basicamente tudo.
Sempre que falo sobre meu tratamento, causo surpresa e muitas dúvidas nas pessoas. Resolvi listar aqui os principais questionamentos que me fazem sobre o canabidiol (CBD).
"Mas e aí, dá barato?"
Essa é sem dúvida a pergunta que mais me fizeram até agora. O CBD não te deixa doidão, lesado, com larica… nada.
O responsável pelo efeito psicoativo da maconha é o THC (ou tetrahidrocanabinol) — é ele quem te dá o sentimento de andar nas nuvens, dar risada por absolutamente qualquer coisa e que te faz assaltar a geladeira em busca de misturas caóticas e deliciosamente estranhas.
Mesmo que as soluções medicinais de CBD contenham THC, as quantidades não são suficientes para te deixar doidão. É importante destacar que já foi comprovado que o THC é efetivo para combater dores — como é no meu caso. Eu sinto que CBDs com concentrações maiores de THC reduzem mais minhas dores, diminuem minha ansiedade e conseguem me fazer ter uma boa noite de sono, mas diferente de dar uma bela bongada, o CBD não vai te deixar horas rindo de um vídeo de duas tartarugas transando (embora isso seja realmente engraçado).
"Você tem que comprar ilegalmente?"
Não! O CBD é liberado para a importação mediante a autorização da Anvisa. Para conseguir essa liberação você precisa fazer seu cadastro no site da Anvisa e, claro, ter a prescrição médica do canabidiol (assim como qualquer medicamento). Uma vez autorizado, você pode fazer a importação direto de empresas especializadas como a HempMeds (o pessoal de lá é incrível, sempre muito atencioso e prestativo) ou então viajando para lugares em que a venda seja legalizada.
Uma coisa importante de destacar é que você sempre deve andar com sua autorização em mãos caso esteja com seu medicamento à base de maconha. Isso é algo que me deixa um pouco tenso, pois não sei até que pontos nossas autoridades estão cientes dessa liberação. Mas enfim, torço para nunca dar ruim.
"Como você faz pra tomar o CBD? É injetável?"
Hoje em dia existem inúmeros produtos à base de CBD. Os mais comuns são o óleo, a pasta (pelo menos é assim como eu chamo), as cápsulas e também pomadas.
Eu tomo a pasta, que vem em um tubo/seringa assim como na foto acima. É só deixar 60 segundos debaixo da língua para a pasta dissolver e melhorar a absorção do CBD. O problema é que a pasta tem um gosto ruim, como se você tivesse feito uma geleia de grama. A cápsula é a forma mais prática de ingerir, pois não tem gosto e é exatamente como qualquer outro remédio. O problema é que geralmente as cápsulas tem uma concentração bem menor de CBD. Para mim elas não ajudaram muito, mas conheci uma moça que toma 1 por dia e fica livre de dores.
"É muito caro?"
Sim, é muuuito caro. Infelizmente por ser um produto importado e por nossa moeda estar super desvalorizada, o tratamento sai bem caro. Hoje eu tomo uma dose menor do que me foi receitada por questões financeiras, já que meu tratamento ideal sairá em torno de R$ 6.000,00 ao mês.
A minha esperança (e a de muita gente) é conseguir o tratamento custeado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) por meio do processo de judicialização. Para isso, é necessário contratar um advogadx para te ajudar com esse pedido. Hoje algumas associações de pacientes como a Abrace Esperança ajudam os pacientes com esse processo e, em alguns casos, custeiam o tratamento para quem não pode pagar por ele.
Eu sei que esse é um assunto que causa muita estranheza e deixa muita gente parecendo a Nazaré Confusa, mas espero que tenha respondido alguma das dúvidas que você tinha sobre CBD e te ajudado a saber um pouquinho mais sobre o tratamento.
Obrigado por chegar até aqui, significa muito para mim ❤ Se quiser conversar, precisar de ajuda ou se quiser apenas compartilhar boas vibrações, vou adorar receber seu comentário aqui embaixo. Pra ficar em contato comigo é só me seguir no @ondenaodoi.
