Eu vivo com dor. Você também?
Vivo com fibromialgia diagnosticada há mais ou menos três anos, mas com dor crônica há mais de dez. Digo “vivo com fibromialgia”, pois é algo que vou carregar pela vida. Não dá pra ter fibromialgia uma vez que não posso destê-la.
Perdi a conta de quantas vezes me perguntaram "onde você sente dor?" e eu educadamente respondi com “mais fácil te dizer onde não dói”.
A dor te irrita, todo mundo sabe disso. Mas depois de anos de convivência, ela acaba te consumindo. Você deixa planos de lado, sente desconforto nas coisas mais mundanas possíveis, tem mudanças bruscas de humor… Aliás, bom humor se torna um estado raro em sua vida.
E o pior de tudo é que, com o tempo, nada consegue aliviar sua dor. O remédio que pra muita gente é milagroso, faz nem cócegas em mim. Teve uma época da minha vida em que tomava anti-inflamatórios, relaxantes musculares e analgésicos como se fosse balinha de menta.
Por muito tempo tentei me convencer de que meu problema era apenas físico e nada mais que isso. Negava quando meu médico perguntava se eu era uma pessoa ansiosa ou se me sentia “pra baixo”. Tudo isso numa falha e desnecessária tentativa de me enganar.
Fui percebendo, então, gatilhos emocionais que desencadeavam minhas dores. Estresse, ansiedade e até mesmo crises de pânico. Todas essas coisas que eu jogava pra debaixo do tapete, pois achava que era bobagem, algo que eu não tinha. “Nada a ver”, dizia a mim mesmo.
Conhecer seus pontos fracos te torna mais forte, porque a partir deles você consegue trabalhar numa versão melhor de você. Isso não acontece da noite por dia e pode durar muuuito tempo (não sou bom com otimismo, perdão), mas entender seus gatilhos e trabalhar em cima deles faz com que sua cabeça fique um pouco menos desgraçada.
Sua dor é só sua, mas ela não precisa ser. Se abrir, dividir e compartilhar sua dor com os outros te ajuda a aceitar seu sofrimento e a trabalhar para reduzí-lo.
Muitas coisas podem trazer leveza pra sua vida e te ajudar a viver com menos dor. Muitas delas você não encontra sozinho, então não ache que vai resolver tudo sozinho. Você vai precisar de ajuda (e muita!) das pessoas que te querem bem.
Um dos assuntos que quero abordar aqui no Onde Não Dói é como a maconha mudou minha vida. SIM, você leu bem. A maconha.
Encontrei no Canabidiol (ou CBD) o melhor tratamento para a fibromialgia e quero que mais gente saiba sobre ele e seus benefícios para quem, assim como eu, vive com dor. Inclusive, recentemente falei para a Folha de S.Paulo sobre o uso medicinal da maconha.
Quero compartilhar um pouco sobre minha vida com fibromialgia, o que sinto, penso e como luto por dias melhores. Quem sabe não consigo ajudar mais gente a viver melhor também? :)
Obrigado por chegar até aqui, significa muito para mim ❤ Se quiser conversar, precisar de ajuda ou se quiser apenas compartilhar boas vibrações, vou adorar receber seu comentário aqui embaixo. Pra ficar em contato comigo é só me seguir no @ondenaodoi.
