Holdar BTC para sempre

A liberdade de trocar de sistema

Jean Prestes
Onirika
5 min readJan 15, 2022

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Desde 2016 eu estudo sobre finanças, economia e investimentos, e desde 2018 também sobre criptomoedas e bitcoin. Mas em relação às criptos e BTC foram estudos iniciais, que me ajudaram a compreender um pouco do conceito da blockchain e o potencial de valorização, a ponto de eu começar a me expor sutilmente ao mercado, primeiro com um pouco de BTC, depois com um pouco de ETH, e chega. 2% da minha carteira de investimentos. E deixei lá.

Recentemente, um amigo veio me perguntar sobre Jogos NFT. Eu já tinha dado uma olhada muuuito por cima, mas não tinha embasamento para dar uma resposta completa, apenas o alertei para o risco, a volatilidade, para não investir dinheiro que ele não pudesse perder, essas coisas que a gente aprende com os educadores financeiros convencionais. Mas aí fui estudar mais a fundo. E então finalmente entendi, de entender mesmo, de cair a ficha, o conceito de NFT e todo o contexto maior das grandes blockchains que estão apresentando soluções para vários problemas de finanças, contratos etc. Algo brilhou dentro de mim. E eu prontamente aumentei para mais de 10% a minha exposição ao mundo cripto. Mas, essa forma de falar, “aumentei a minha exposição”, é a linguagem do mercado convencional. Ao sair um pouquinho mais do sistema FIAT e entrar um pouquinho mais nas finanças descentralizadas, principalmente por ter mais compreensão do seu funcionamento, algo mudou, para além da porcentagem da minha alocação. Eu me senti mais livre.

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Não é difícil perceber que vivemos hegemonicamente em um sistema econômico ineficiente, fraudulento, injusto, opressor e hierárquico. Também não é difícil perceber o papel que os grandes bancos e bancos centrais cumprem na manutenção desse sistema. Menos difícil ainda é perceber a influência da conjuntura econômica na nossa realidade cotidiana. A maior parte do tempo diário de uma pessoa comum é gasta em um trabalho para ganhar dinheiro para pagar as contas. Esses são os efeitos gerados pelo sistema financeiro centralizado. Pior do que centralizado: hierarquizado. Há corporações financeiras que, sozinhas, gerem trilhões de dólares em ativos e ditam com suas operações o rumo da economia e, consequentemente, do seu cotidiano. O que você acha de saber que seu cotidiano é ditado por burocratas fraudulentos que ocupam posições acima de você nessa imensa pirâmide financeira legalizada que é o sistema econômico FIAT?

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Ao retirar uma parte considerável da minha energia financeira dessa pirâmide e encaminha-la para um novo sistema mais eficiente e descentralizado, houve uma mudança não só no meu saldo em criptomoedas mas também, por assim dizer, no meu “campo energético” como um todo. Isso foi muito perceptível para mim. Óbvio, no que você coloca sua energia, você recebe mais daquilo. É sempre uma troca. Se você coloca sua energia, sua atenção, em desavenças, é a energia da desavença que você vai receber. Eu sei que parece papo de jovem místico e eu mesmo sinto um pouco de resistência em relação a usar esses termos, mas isso pode ser percebido por qualquer um. Onde sua atenção está, aquilo é o que você recebe. E o dinheiro é um tipo de energia que tem relação com a atenção também. Retirar energia/atenção de um sistema fraudulento e controlado por burocratas é deixar de receber um pouco da energia desses banqueiros safados, por assim dizer. Antes não tínhamos muita escolha. Mas, desde que Satoshi Nakamoto apresentou a blockchain e o bitcoin à humanidade, e todos os outros e outras desenvolvedoras apresentaram outras soluções para outros problemas em outras blockchains, como Ethereum, Solana, Cardano etc, novas escolhas estão disponíveis.

Então, para mim, portar BTC, outras criptomoedas, tokens, NFTs, não tem o propósito principal de especular ou esperar grandes valorizações para que eu volte a trocar por real ou outra moeda FIAT. Claro que a maior parte das pessoas e empresas ainda apenas aceitam essas moedas antigas do sistema defasado como pagamento e não podemos nos abster de realizar trocas com as pessoas ao nosso redor, nossa sobrevivência depende disso. Mas, para mim, o propósito maior é a saúde energética, a saúde da alma mesmo. Saber que faço parte de um sistema mantido pela própria comunidade, descentralizado, distribuído, horizontal. É certo que grandes magnatas e burocratas já estão se aproveitando do novo mercado e certamente a blockchain e as criptomoedas não resolverão por si só o problema da especulação e da busca desenfreada por poder e domínio. Isso é algo que, inevitavelmente, só uma revolução interior pode mudar. Mas, só o fato de você estar em um novo sistema financeiro descentralizado em sua estrutura, cuja confiabilidade reside na própria participação da comunidade e não em intermediários que lucram com a sua necessidade de realizar transações financeiras, como bancos ou empresas de cartão de crédito, já dá um alívio na alma, e isso, eu pude perceber, repercute na saúde do ser também. Faz a gente se sentir um pouco mais livre.

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Então, por quanto tempo holdar bitcoin? Um ano? Dois? Minha perspectiva é: para sempre. No que depender de mim, quanto menos eu puder me conectar ao sistema convencional e quanto mais eu puder migrar para a blockchain, melhor. Eu sei que tem muita gente bastante mais avançada que eu nessa transição, portando um porcentagem muito maior do portfólio em criptos ou mesmo vivendo 100% de cripto, sei lá. Mas o que eu trago nesse texto, essa observação energética mais sutil, talvez poucos estejam reparando, embora seja muito difícil encontrar alguém que entra no mercado financeiro descentralizado e não se sinta mais contente de alguma forma, mesmo com a alta volatilidade das moedas, para cima e para baixo.

Então, fica aí a dica:

Hold BTC forever!

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PS: Nada disso é recomendação de investimento. Todo mundo que recomenda investimento diz isso, então achei melhor dizer também.

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Jean Prestes
Onirika

Produzo conteúdo para humanos, não para algoritmos.