Pulso #4
Dia 24/06/2017 na Multiversidade.
Li sobre uma palavra que definiu bem o momento antes do pulso. Essa palavra é serendipidade. É quando você está procurando algo, e assim, sem saber como, encontra outra coisa. É como encontrar dois reais no chão enquanto volta para casa (me aconteceu dia desses). Encontrar algo por acaso ou não, enquanto segue um caminho. É preciso buscar para encontrar e é preciso estar buscando constantemente para se dar a oportunidade de encontrar… É isso que a gente faz lá na Multiversidade. A gente busca, busca se conhecer, busca aprender, busca se encontrar… até que acaba encontrando pelo caminho momentos/coisas/pessoas surpreendentes.
Nesse sábado tivemos um convidado pra lá de especial que não economiza no sorriso e carisma, o Traian Brumă um dos fundadores da Universidade Alternativa em Bucareste, na Romênia. O Alex Bretas, inclusive, fez uma entrevista fantástica com ele!
O registro teve a colaboração do Lucas Barone, que como organizador vai contar como o dia começou… Então vamos lá!
Não foi um pulso qualquer, foi o fim do nosso primeiro ciclo, que chamamos de reunião de transbordamento. O intuito do transbordamento foi permitir que os aprendizes organizassem a reunião, de forma a condensar nossas reflexões sobre tudo o que fizemos e aprendemos até então… Durante o planejamento deste pulso, muitas propostas boas surgiram, de forma, que questionamos se haveria tempo para fazer o check-in.
O check-in.
Não precisou de muita discussão para todos concordarem ser um momento fundamental de nos reconectarmos após duas semanas separados. Invés disto, este momento durou um pouco mais do que o comum.. Foi importante para equalizarmos a sintonia de celebração. Tanto desabafos como boas notícias, expressadas de forma tão única, no momento de palavra que cada um tem só para si, ecoou numa harmonia muito bem sincronizada! Nosso propósito de estar lá, estava enfim, muito alinhado.
A Assembleia.
Na sequência do chek-in, rolou a assembleia, momento de decisões coletivas da comunidade, que foi guiada a partir de uma reflexão proposta pelos organizadores do pulso. Como estavam acontecendo os processos como comunidade e como poderiam melhorar? Os tópicos foram determinados e eram três: QUE BOM (aquilo que estava ótimo), QUE PENA (coisas que poderiam ser melhores) e QUE TAL (sugestões para oferecidas para o coletivo). Foi feito então um brainstorm…
Assim, todos se manifestaram e levantaram post-its no mural. Ficou visível que tinha muito assunto pendente pra cuidar… Foi feita uma seleção daqueles que mais apareceram no QUE PENA para então ser solucionado no QUE TAL. Me atrasei um pouco então custou a entender. Para exemplificar:
Que pena…
Então que tal… O que poderíamos fazer para melhorar e resolver esses pontos?
Aprendi essa ferramenta na Multiversidade e foi o máximo ver em prática.
O problema nos canais de comunicação; a importância dos registros e a frequência dos encontros foram dos que mais apareceram no mural. Ainda falamos sobre a saída da Renata, uma das integrantes; grupos desativados e ainda possíveis ações/atividades para o público externo.
O Jorge fez um quadrinho bem legal da assembleia enquanto rolava e me deixou participar.
Ficou decidido que precisamos…
— Procurar lugares. Espaços para facilitar o encontro do coletivo. Explorar a cidade que nos rodeia e rodear a cidade.
— De iniciativa! Que tal se formos mais críticos e colaborativos? Isso é seu também! (escrito em um dos post-it no que tal).
— Que os grupos que já existem sejam proativos, que formem estrutura. O ideal é que cada grupo se encontre e defina suas bases antes de partir para a ação. A equipe da Multiversidade está disposta a ir aos futuros encontros de estruturação e ajudar.
— Ter maior responsabilidade nos encontros de registrar o que está acontecendo tanto para quem não consegue comparecer, como para quem está curioso e tem vontade de dar uma olhadinha no que estamos fazendo. O grupo de Registros pode ajudar nessa questão.
— Mais a fundo sobre os canais de comunicação, vamos continuar com os três que até então estávamos usando: o Slack — como canal oficial. Drive — para guardar documentos. Whatsapp — para coisas instantâneas.
O grupo de Comunicação Interna vai ficar responsável em manter a boa comunicação. O sagaz Davi se propôs criar um tutorial do Slack para resolver o nosso descostume com a ferramenta.
— Na sequência, a saída da Renata originou questões delicadas… Poderia entrar outra pessoa? A discussão foi grande, boa e nos mostrou outros pontos que poderiam ser avaliados. Foi então decidido que o grupo de cuidado dos Modelos Econômicos iria estudar uma forma de tapar o buraco financeiro até que a decisão seja tomada. Ideias mil surgiram! Eventos, atividades, encontros.
Finalizada a assembleia o Alex propôs que nos levantássemos para esticar o corpo (sempre necessário e engraçado) e refletirmos o que tinha acabado de acontecer. Tive um baita aprendizado sobre comunicação e acredito que muitos lá também. Senti que mudamos e liberamos o que estava ruim…. Abrindo espaço para explorar, espaço para produzir, alcançarmos nossos objetivos. A sensação é de liberdade, de que podemos agir. Estar lá presente é sentir na pele a conexão, a energia que compartilhamos entre nós. Vai além das palavras. Como um time de futebol prestes a entrar em campo nos abraçamos e gritamos o nome do grupo.
Com o relógio e o estômago nos motivando, fomos almoçar e na volta rolou um momento de descontração.
Os Buddies.
Lucas — Havia sido proposto em nossa imersão uma prática para acharmos um parceiro, que pudesse auditar e motivar nossos passos que em meio a tanto entusiasmo, acabou se perdendo. Com algumas afinidades surgindo entre pequenos grupos, ficou difícil escolher apenas um parceiro só, porém, fomos desafiados a retomar. Para dificultar ainda mais, a seleção do parceiro foi através de um sorteio.
Pudemos observar o quanto foi inusitado, e nos levamos a pensar, que na vida real nem sempre temos o direito de escolha e tivemos o prazer de provar um pouco da aleatoriedade do universo aplicado ao nosso grupo.
O Livro Artista.
Na sequência do buddies, um presente para quem gosta, assim como eu, de se expressar através de um rabisco. O Livro Artista vai ser como um diário que irá nos acompanhar nessa jornada. Lá, na hora, foi um momento de reflexão para quem participou e de descontração para quem não. Foi a Nathália Abdalla que nos introduziu e ajudou, ela tem um trabalho incrível com colagem! A ideia é que o livro nos acompanhe até o final e a cada encontro o livro fique com uma pessoa diferente.
E esse foi o resultado. A galera impressionou! As colagens ficaram lindas e carregadas de significados. Após a realização da atividade, o grupo que participou falou um pouco da cocriação. Foi um entrosamento bonito, que a gente não vê todo dia…
Garagem.
Logo em seguida o Davi apresentou o projeto que desenvolveu para ajudar as ideias que temos mas não conseguimos tirar do papel, o Garagem. Ele que é prático e dinâmico fez a apresentação através de slides e exemplos de possíveis projetos. Quando tiver mais informações, edito aqui.
O Check-out.
Como você pôde ver, caro leitor e como você pôde lembrar, caro parceiro do quarto pulso e também leitor, o dia foi repleto de atividades, momentos, insights, impressões, ideias, suspiros, piscadas, aprendizados, mordidas, mordidas nas paçocas, arte, sorrisos, conexões, saudade de quem não pôde estar e muito mais, nos deixando com pouquíssimo tempo para o chek-out. No dia-a-dia agitado, às vezes me esqueço da importância do silêncio. A Sophia me lembrou e ofereceu esse momento de silêncio absoluto, o necessário para encerrarmos mais um encontro.
