Pulso#9 — Compartilhando histórias

Relato do pulso de 02/09/2017

YASMIN ISSA NEVES
Oniversidade
4 min readSep 14, 2017

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Sábado, dia de pulso. O primeiro do nosso último ciclo, ciclo este que decidimos que seria um tiquim diferente dos outros. Com maior participação dos aprendizes e ainda mais prático. Um ciclo para compartilhar.

Como a cada 15 dias, a expectativa era grande.

Até o nosso (quase) tradicional check-in mudou de cara. A regra era não ter regras, desde que houvesse brincadeiras envolvidas. E não podíamos ter começado melhor, já que o Davi resolveu animar esse tal de check-in diferente com uma de suas criações, a Constelação de Histórias, um jogo que envolve signos, planetas, os quatro elementos e, claro… histórias.

Algumas cartas do jogo Constelação de Histórias.

Assim começamos, contando histórias inspiradas nas características contidas nas cartas. Quanta história boa! Foi completamente mágico poder escutar todos aqueles relatos, que de uma forma ou de outra contribuíram para cada um de nós termos chegado até aqui. Teve história de início de carreira, romance, lembranças e muitos aprendizados compartilhados. Passado, presente e futuro estavam ali presentes nos conectando. Esse também foi um momento de ouvir e escutar tudo aquilo que nossos companheiros sentiram necessidade de verbalizar.

Pausa para o café. Chega a ser engraçado como, ao longo dos últimos meses, fomos criando os nossos hábitos coletivos. O café é um deles: alguns simplesmente não funcionam sem ao menos uma xícara. E, assim, logo aquele cheirinho toma conta do (já) nosso espaço na NAU.

Em seguida, nos dividimos em dois grupos: um deles conversou sobre os avanços nos Sprints (Scrum) dos projetos ao longo das últimas duas semanas, trocando ideias e se apoiando. O outro grupo ajudou a Jade a testar a dinâmica que ela, a Marian e a Camila apresentariam no dia seguinte no workshop da Multiversidade no Happiness Forum. Nessa dinâmica, vendados, ouvindo as orientações do nosso guia, nos movemos até criarmos uma estrela de cinco pontas, em uma experiência de confiança no coletivo e percepção do ambiente à nossa volta.

Seguindo o dia, nosso almoço também foi especial. A Luciana propôs que almoçássemos em um café ali no Copan. Tivemos um almoço super saudável que possibilitou recarregarmos as energias e, de quebra, uma caminhada pelo centrão, num lindo dia ensolarado.

Copan, na hora do almoço.

Após o almoço, o Luiz propôs a dança dos 20 minutos, que na verdade era um exercício que beirava a meditação, em que nosso corpo ia se movimentando de uma maneira quase autônoma, de maneira que ele nos mostrasse o caminho. Um exercício que possibilitou sentirmos e tomarmos consciência dos nossos corpos e movimentos. Em seguida, refletimos em conjunto sobre as trajetórias de nossos movimentos.

Na sequência, o Jorge e a Kat comandaram a Incrível Vida das Coisas. Um teste para o projeto deles que acabou se tornando uma super dinâmica para os demais. Escolhíamos um objeto dentre aqueles colocados no meio do círculo e contávamos suas histórias, quem eram, o que faziam e quais eram seus sonhos. Tivemos o Mar Telo, mais conhecido como Telinho, que queria ter sido surfista; a caneca mãe solteira e sua canequinha a tiracolo; o Sr. Itashi, um controle remoto que só intermediava ordens; a Mérida, uma atriz burlesca com longas madeixas e que se sentia desvalorizada.

As Coisas, com histórias incríveis.

Depois de mais essa rodada de histórias incríveis, uma coisa não saia da minha cabeça: quantas daquelas histórias estavam ali guardadas no interior de cada um, só esperando uma oportunidade para serem ouvidas? Quantas vezes em nossas vidas tudo o que queremos é ser ouvido, ter com quem compartilhar pensamentos e angústias, sem receber qualquer tipo de julgamento ou condenação?

Finalizamos com um check-out também diferente, utilizando um novelo de lã para dividir nossos sentimentos e materializar nossas conexões depois de um dia intenso. Tecemos, assim, a teia que une os nossos multiversos.

Nossa teia de conexões.

Lembro quando na Imersão tivemos uma dinâmica sobre o que significava cuidado para cada um de nós. Eu respondi que era sobre escutar. E ali, naquele sábado ensolarado, no meio do centro caótico de São Paulo, estávamos cuidando uns dos outros, contando e escutando histórias que, sempre, acabavam conversando com nossas próprias histórias de vida. Ali, naquele espaço, histórias antigas foram lembradas, algumas inventadas, outras contadas pela primeira vez, e outras tantas foram nascendo nesse lindo coletivo que não cansa de compartilhar e se abraçar.

A Multiversidade, a cada dia e a cada pulso, vai se tornando uma grande propulsora de histórias.

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