Teimosia ou risco criativo?

Caio Dib
átomo
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2 min readFeb 15, 2017

“E aí, Caio? Já desistiu de tentar vender B2C e entendeu que precisa vender soluções para empresas pra ganhar dinheiro?” é o que uma amiga sempre me pergunta quando me encontra.

Sou empreendedor social há alguns anos pelo Caindo no Brasil. Nele, uso meus conhecimentos em comunicação para dar luz a projetos que fazem a diferença na educação brasileira. Depois de viajar o país por 5 meses de ônibus em 2013 e formar uma rede de pessoas e iniciativas que estão buscando alternativas educacionais que formem cidadãos, entendo que é preciso divulgar mais esses trabalhos para que eles sejam mais potentes e inspirem outras pessoas.

Em 2017, decidi mudar meu foco de venda de soluções para empresas (B2B) e apostar alto em um modelo que cria produtos e serviços para pessoas físicas (B2C). Nesse processo, saí de projetos maiores com grandes empresas para criar soluções que sejam interessantes para pessoas que eu possa estar mais perto. Hoje, as principais entregas do Caindo no Brasil são o livro que conta as histórias dos projetos que conheci durante a viagem e o Drops Caindo no Brasil, uma assinatura semanal de conteúdos sobre educação transformadora via WhatsApp.

Risco criativo x Sustentabilidade em uma sociedade em crise

Os resultados estão otimistas para o início de 2017, mas ainda não são os ideias para garantir a sustentabilidade do Caindo no Brasil. Acredito que o risco criativo é fundamental para criarmos soluções realmente disruptivas na sociedade em crise que vivemos.

Michel Serres, em seu novo livro Tempo de crise: o que a crise financeira trouxe à tona e como reinventar nossa vida e o futuro, busca definições da palavra “crise” em diversas fonte. Ele encontra nos termos médicos a descrição de que crise é “o estado de um organismo que enfrente o crescimento de uma doença, infecciosa, nervosa, sanguínea, cardíaca, até um ápice local e catastrófico que põe em risco” todo o organismo. O autor reforça que “a crise lança o corpo na direção da morte ou na direção de uma novidade que o force a inventar” um novo estado.

O limite da teimosia para um empreendedor

Se é fundamental criar soluções para sairmos dessa crise, é tão importante quanto sermos sensíveis o suficiente para compreendermos quando o “risco criativo” se torna teimosia. Afinal, será que minha amiga está certa e deveria seguir um modelo de negócios diferente? Qual será o momento limite para tomar essa decisão sem já estar no meio do caminho da morte?

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