Como é trabalhar no time de design do Banco PAN

Anna Muniz
OPANehtech
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6 min readNov 11, 2020

Ao longo de 10 anos no mercado digital passei por dois momentos profissionais marcantes. O primeiro deles foi em 2010, quando as pesquisas de comportamento de consumidor em mídias sociais estavam começando a se popularizar. O desafio era conhecer o usuário das redes, sendo que mal se sabia como fazê-lo. Tudo, desde a busca de ferramentas até a apresentação de resultados era novo para mim. O que fez a diferença para desbravar esse mercado foi estar em um time feito de pessoas curiosas, inteligentes, com formações e competências técnicas complementares. Tenho muito orgulho do que foi feito naquela época.

O segundo momento está acontecendo agora: integrar um time de design. De produto digital. Dentro de um banco. Atuando com pesquisa. O desafio é tão grande quanto empolgante. Há muito o que aprender. Mas o que me anima é fazer parte de um time cheio de vontade, que tem promovido ações importantes para incentivar a circulação do conhecimento e fortalecer a cultura de Design e de Pesquisa dentro do time e do banco.

O time de design do Banco PAN é grande. Somos 23 pessoas *e crescendo*. Aqui, tudo começa com o onboarding.

Onboarding

Quando a gente fala de interface o onboarding é a apresentação das funcionalidades e comandos básicos para o usuário conseguir navegar e realizar as tarefas. Falando de um ambiente de trabalho é o momento de receber informações básicas para começar a trabalhar. Quem já teve um primeiro emprego sabe como pode ser desconfortável chegar no primeiro dia de trabalho. Desde saber a quem procurar, até o que vestir fazem parte dessa experiência.

No banco PAN o onboarding começou 3 dias antes do início. Recebi um e-mail do colega combinando hora e local para me receber na entrada do prédio. No e-mail, também recebi um link para uma página de onboarding, onde havia algumas informações sobre a cultura do time de design. Aquilo foi fundamental para eu sentir o clima da área. Cheguei sabendo para onde ir, recebi bilhetes de boas-vindas, uma lista com telefones e links úteis para cadastro de acessos, e uma lista de pessoas com quem deveria marcar um bate-papo para ir me ambientando — isso também foi fundamental para a integração. Veja que estou falando de informações, uma recepção a custo quase zero, kits com itens de trabalho são legais, mas pode-se fazer algo acolhedor com post-its e uma reunião de informações.

[foto: bilhetes de boas vindas]

Quem criou o onboarding foi o próprio time de Design. Agora os membros recém-chegados ficam encarregados de preparar a recepção dos próximos colegas que entrarem no time, sempre aperfeiçoando os processos de acordo com a sua experiência. (AKA iteração).

Gestão do conhecimento e melhoria contínua

A gestão do conhecimento é levada à sério no time de Design. Temos três momentos importantes de reunião do time: “Vai lá e PAN”, uma reunião semanal em que todos tem a oportunidade de trazer um tema para ser discutido. Há alguns tópicos fixos, como a apresentação de um tema técnico relacionado a UX, seguido por um quiz de fixação dos conceitos. Também podemos trazer convidados para apresentar um assunto de importância para o time, como ferramentas e softwares.

Time concentrado do Quiz via Kahoot. Reunião semanal Vai lá e PAN. (crédito: Paulo Aguilera)

O “Design Critique” é uma cerimônia (chique né! mas é assim que se chama) em que um designer pode levar o trabalho que está desenvolvendo e os colegas, também designers, avaliam e dão sugestões e dicas. Essas cerimônias não foram inventadas aqui. Elas fazem parte da cultura de design e tem regras, atores e um roteiro para acontecer. Tudo bem organizado para dar segurança aos profissionais no momento de expor seu trabalho.

“Vai lá e Research” é um momento pensado para os pesquisadores do time discutirem as iniciativas em que estão trabalhando, aos moldes do Design Critique. Esse é um dos pontos que fez meu coração bater mais forte aqui no PAN: ver a área de pesquisa em busca de melhoria constante, para fazer entregas cada vez melhores e mais relevantes.

Com essa quantidade de iniciativas além do trabalho não dá pra deixar de ter uma ferramenta para organizar os responsáveis por elas. Usamos a RACI sigla para Responsible, Accountable, Consulted e Informed (Confira o post que escrevemos sobre a RACI). Na maioria das vezes as pessoas se voluntariam, mas é importante saber o papel de cada um pra ninguém se atropelar e não ficar nenhum projeto órfão e ninguém sobrecarregado.

[Foto: matriz RACI]

Integração com o mercado

O time de Design também gosta de se integrar com a comunidade de design. O próprio blog da área no Medium é uma iniciativa que mostra a vontade do pessoal de ser conhecido pelo mercado, por meio do compartilhamento de boas práticas e informações. Poderíamos fazer isso cada um por si, mas as iniciativas coletivas fortalecem a área dentro e fora da empresa, contribuem para a consolidação do mercado e da profissão de Designers e Researchers.

O mesmo serve para as idas a congressos de Design, UX e Pesquisa. Todos do time têm a oportunidade de ir a algum desses eventos que acontecem ao longo do ano. Além de levar o nome da empresa para os congressos, voltamos para casa com um monte de novidades para contar pros colegas que não puderam ir. E, por fim, (ufa! que time animado!) o pessoal aqui não se dá por satisfeito e ainda promove Meetups abertos para o mercado, com o objetivo de discutir temas relevantes para UX e compartilhar um pouco da experiência e das iniciativas de UX que rolam aqui dentro do banco.

[À esquerda Luciano e à direita Lindsay.]

Só para terminar, mas também porque sei que isso faz a diferença, vale a pena dizer que somos um time diverso em termos de área de formação, idade, gênero, estado civil e interesses pessoais. Por exemplo, o Luciano (foto à esq.) que é um dos nossos designers, quase se formou em física, e se graduou em economia. A Lindsay (foto à dir. ) antes de ser designer era fisioterapeuta. E assim por diante.

Isso também contribui para um ambiente acolhedor onde a gente se sente à vontade para dar sugestões e aprender, e o mais importante: resolver problemas da melhor forma possível. A minha experiência mostrou que essa fórmula resulta em um perfeito ganha-ganha para o profissional, o time, a empresa e o mercado. Tudo indica que estamos no caminho certo. ;-)

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Anna Muniz
OPANehtech

Especialista em pesquisa, com experiência em diagnóstico e mensuração de marcas em mídias sociais e digitais. Ampliando os horizontes para UX research.