PDI — Plano de Desenvolvimento Individual

Pedro Scaciota
OPANehtech
Published in
9 min readAug 10, 2022

Você por acaso sabe o que é ou já ouviu falar sobre PDI?

Em um momento em que temos uma disponibilidade de informação cada vez maior e o termo “infoxicação” ganha força, ter clareza de onde você quer chegar e os passos necessários para atingir seus objetivos é fundamental para aumentar a sua probabilidade de sucesso.

E é justamente nesse momento que o PDI entra em cena…

PDI, ou Plano de Desenvolvimento Individual, é uma ferramenta de extrema importância para aqueles que querem traçar um caminho mais direto para alcançar os seus objetivos de carreira.

O PDI consiste, de forma resumida, em um conjunto de ações a serem executadas para que você atinja um objetivo profissional. Em outras palavras, ele é o plano que vai te dar a direção para sair de um ponto A (sua situação atual) e chegar a um ponto B (o objetivo profissional definido).

O PDI é o Waze da sua carreira!

Além de ser uma ferramenta importante para o desenvolvimento individual, o PDI é algo que pode ajudar empresas e líderes a acompanharem as metas e objetivos das equipes.

Por ser um planejamento individualizado com objetivos estabelecidos previamente, pode ser usado para definir, acompanhar e ajudar no desenvolvimento das competências e habilidades das pessoas do time.

O maior interessado na construção e execução desse plano tem que ser a pessoa que vai colocá-lo em prática, mas como a empresa e os líderes tem um papel importante no desenvolvimento da equipe e a responsabilidade sobre o tema é compartilhada, provocar e incentivar os colaboradores a terem um PDI é algo que acredito ser de extrema importância!

Desde que estudei sobre o tema e construí meu PDI, a tomada de decisão quanto aos meus próximos de careira foram muito mais fáceis e claros. Além disso, ficou mais fácil saber o que eu precisava fazer, me organizar e ter disciplina de executar as ações necessárias para atingir meus objetivos.

“A melhor forma de prever o futuro é criá-lo” — Peter Drucker

E ai, vamos criar o nosso !?

Sei que dar o pontapé inicial não é simples, eu também sofri bastante com isso e demorei a ter um “MVP” do meu plano. Porém, com o passar do tempo fui acumulando técnicas e conhecimentos que me permitiram estruturar e atualizar o meu PDI com mais facilidade.

Então agora pretendo compartilhar os passos que me ajudaram a construir meu PDI, na esperança de que eles também possam auxiliá-los na construção do plano de vocês!

Passo 1: definição do objetivo de carreira específico

Para que você comece a construir seu plano, é necessário definir um objetivo de carreira. Esse objetivo pode ser um pouco mais amplo, mas ele precisa estar ligado com quem você quer se tornar no futuro.

O mais comum é quebrar os objetivos em períodos temporais (geralmente em 1, 3, 5 e 10 anos, por exemplo), de modo a facilitar a definição e acompanhamento dos mesmos ao longo do tempo.

Como esses horizontes temporais estão relacionados (não tem como você chegar no ano 3 sem passar pelo ano 1), é importante pensar em como eles se complementam e caminhem na mesma direção.

É fundamental que você considere as demais áreas da sua vida (pessoal, acadêmica, financeira, etc.) no momento de definir o seu objetivo profissional: você dificilmente conseguirá conciliar um objetivo profissional de viajar para a sede internacional da empresa toda semana se você estiver com uma criança pequena ou algum familiar idoso sob seus cuidados…

Passo 2: mapeamento das competências necessárias

Após ter definido seu objetivo, é necessário que você faça uma análise e mapeie quais competências serão necessárias para que você alcance o que foi definido. Essas competências podem ser técnicas ou comportamentais, sendo importantes para definir as atividades a serem executadas.

Essa parte não é tão simples e vai demandar um certo esforço. Se tiver dificuldade, é recomendado dar uma pesquisada na internet, em livros e conversar com pessoas que percorreram o caminho almejado.

Me coloco à disposição caso comecem a montar o de vocês e precisem de provocações para fechar tais competências!

Passo 3: autoanálise

Com as competências necessárias elencadas, é hora de fazer uma autoanálise e entender onde você precisa focar seus esforços. Ter mapeado seus pontos fortes e a desenvolver te ajudará a entender quais das competências elencadas no passo 2 irão demandar mais ou menos atividades.

Uma opção simples e que pode te ajudar nessa etapa é a análise SWOT (ou FOFA). Ela é uma ferramenta de gestão de projetos que ajuda a analisar cenários e embasar tomadas de decisão durante o planejamento estratégico, mas que se encaixa bem nessa parte do PDI.

Com a análise SWOT você consegue ter uma visão sobre si mesmo (“ambiente interno”) e sobre o entorno (empresa, colegas, familiares, etc — “ambiente externo”), de modo a entender e mapear onde estão suas principais forças, fraquezas, ameaças e oportunidades.

As Forças (strengths) são, em resumo, as suas qualificações. Elas englobam suas competências, habilidades e talentos naturais, representando as potências que te ajudarão a atingir seus resultados e aproveitar as oportunidades que aparecerem.

Nas Oportunidades (oportunities) são mapeadas onde estão suas chances de crescimento e evolução. É necessário identificar onde estão as possibilidades de mudança e crescimento para que entenda onde estão as suas oportunidades.

As Fraquezas (weaknesses) são, em resumo, os pontos que podem te atrapalhar de alguma forma. Elas acabam te enfraquecendo e prejudicando o seu crescimento; limitando ou bloqueando seu potencial.

Já as ameaças (threats) são tudo aquilo que pode, de alguma forma, comprometer o alcance de seus objetivos. Costumam ser aspectos que evidenciam suas fraquezas e que servem como obstáculos no caminhar da sua trajetória profissional.

Feedback de amigos, familiares e colegas de trabalho podem ajudar nessa etapa. Autoconhecimento é uma tarefa complexa e contínua, não tem problema nenhum “ter uma ajudinha”.

Com a análise feita e com tudo mapeado, é fundamental que você escolha onde deve focar os seus esforços: lembre que o tempo é limitado e que é necessário que você o utilize com inteligência.

A fórmula que aplico para fazer um esforço inteligente é trabalhar meus pontos fracos de modo que eles não sejam uma ameaça e desenvolver meus pontos fortes de modo que eles me destaquem.

Passo 4: atividades necessárias

Depois de definir onde focar seus esforços, é hora de quebrar cada uma das competências a serem trabalhadas em atividades e/ou metas. Com essa quebra em um nível menor, é possível fazer um acompanhamento mais apurado e saber se você realmente está tendo evolução

Para garantir que as atividades façam sentido, gosto de aplicar a metodologia SMART em cada uma delas. Com isso, garanto que as atividades/metas definidas sejam específicas, mensuráveis, alcançáveis, relevantes e temporais.

Passo 5: cronograma e priorização

Para garantir que você consiga tirar o plano do papel e colocá-lo em prática, é fundamental que você priorize as atividades e estabeleça um cronograma de execução.

“Um objetivo é um sonho com cronograma” -
Napoleon Hill

Não seja extremamente arrojado, mas também não pegue tão leve consigo mesmo. Não deixe algo ser tão fácil a ponto permitir que você entre em um estado de monotonia, mas também não deixe inalcançável de modo a apenas se frustrar pelo não atingimento.

A meta não pode te deixar sem dormir, mas tem que te desafiar e te tirar da zona de conforto!

Executando esses cinco passos, acredito que você conseguirá montar um plano inicial e evoluí-lo com o passar do tempo. Ele trará mais clareza para o que precisa ser feito, evidenciando quão perto ou longe você está do seu objetivo e o que precisa fazer para chegar lá.

Com o PDI em mãos, você se torna protagonista da sua carreira e dono do seu futuro. Agora é só colocá-lo em prática!

Depois de falar um pouco sobre o que é PDI e mostrar um sequenciamento lógico sobre como você pode montar o seu, o objetivo agora é para falar sobre os benefícios de ter um plano como esse e alguns cuidados importantes a serem considerados.

Um plano estruturado te ajuda a ter uma maior eficiência no atingimento dos seus objetivos, dando clareza dos passos a serem executados e da evolução que você está tendo ao longo do tempo.

Ele dá uma visibilidade da distância e das competências necessárias para que você saia do seu ponto atual e caminhe rumo ao ponto almejado.

Durante a jornada de autoanálise e definição das competências a serem desenvolvidas, você passará por um processo de autoconhecimento extremamente importante, que trará benefícios também para a sua vida pessoal.

Com essa visibilidade e clareza, a autorresponsabilidade aumenta e você ganha um poder muito maior sobre o controle do seu futuro profissional, sendo efetivamente o protagonista da sua carreia.

Além de todos os benefícios diretos citados acima, o seu PDI também pode ser usado como uma importante ferramenta para ampliar sua rede de relacionamentos. O material e o plano construído são uma ótima “desculpa” para puxar um papo de carreira com aquele amigo mais experiente, aquele colega que você considera referência ou aquele líder em que você se inspira (mas que não tem um relacionamento direto, por exemplo).

Mas para que você colha todos os benefícios citados acima, é importante que você coloque o plano em execução. Criá-lo, ainda que não seja simples, é muito mais fácil do que colocá-lo efetivamente em execução.

Para que sua probabilidade de execução aumente, é importante definir uma rotina para execução das atividades de maneira recorrente. Essa recorrência pode ser diária, semanal e até mensal, dependendo muito da atividade ou competência a ser executada/desenvolvida.

Durante essa rotina, é fundamental que você tenha disciplina ao atuar em seu plano. Não é todo dia que a motivação será uma aliada, por isso é importante não depender dela para execução as atividades.

Mesmo “sem vontade”, seja disciplinado, cumpra o combinado com você mesmo e faça o que precise ser feito.

“A disciplina é a mãe do êxito”
Ésquilo

Lembre-se que rotina não é sinônimo de monotonia, mas na verdade algo libertador: é ela que permite uma maior organização das atividades, usando o mais escasso dos recursos — o tempo — de maneira inteligente.

O seu PDI deve balizar o seu caminho profissional, mas ele não pode te fazer refém. Se algo não fizer mais sentido ou mudou de prioridade, não há problema nenhum em ser reorganizado — você muda com o passar do tempo, faz sentido o seu plano acompanhar essa mudança…

Agora que você já sabe o que é PDI, entendeu os seus benefícios e os cuidados a serem tomados e “aprendeu” uma sequência lógica para criar o seu plano, não há motivo para não começá-lo.

Além de ter um guia para sua carreira ao final do processo, você passará por um momento de muito autoconhecimento, reflexão e aprendizado ao longo do processo.

Caso precise de ajuda durante o processo, fico à disposição. Vamos juntos?!

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