Protótipos de Baixa fidelidade x Alta fidelidade. Qual escolher para seu produto?

Wagner Aquino
OPANehtech
Published in
6 min readMar 30, 2020
Imagem ilustrativa de um produto do Banco PAN

Vivemos um momento em que ter um produto digital fácil e intuitivo pode fazer a diferença para o consumidor escolher o seu serviço, ferramenta ou sistema. Queremos que tudo seja feito rapidamente, mas, ao mesmo tempo, queremos que seja bem pensado. Por isso, é muito importante testar ideias e hipóteses antes mesmo do produto ser lançado ou melhorado.

O método mais utilizado para realizar esses testes, que também aplicamos aqui no Banco PAN, é a criação dos bons e velhos protótipos.Um protótipo é uma simulação/demonstração do seu produto final. Com ele você poderá realizar testes e analisar possíveis falhas ou melhorias. O importante é criar algo que o usuário possa navegar e simular a utilização, isso para apontar e identificar:

  • Possíveis falhas;
  • Nível de entendimento do fluxo por parte do usuário;
  • Entendimento do vocabulário e dos rótulos usados;
  • Captação do modelo mental do usuário;
  • Identificação de pontos de otimização no fluxo;

E para isso, existem várias maneiras de validar o produto através de um protótipo, onde você pode dar foco na arquitetura, funcionalidade ou no visual final. Isso vai depender de qual é o objetivo, o que você quer validar, o tempo para validar, o estágio que o produto está, qual o nível de detalhe do protótipo e o público com quem será testado.

Tipos de protótipos

Os protótipos podem variar em relação ao refinamento estético, grau de funcionalidade e similaridade ao produto final.

  • Detalhamento e refinamento estético: quantidade de detalhes que o protótipo suporta e quão real o modelo é, por exemplo o uso de conteúdo real, imagens, ilustrações, entre outros detalhes visuais;
  • Grau de funcionalidade: extensão na qual os detalhes da operação são completos, um exemplo é se ao preencher um campo incorreto irá retornar o feedback com a mensagem de erro;
  • Similaridade de interação: quão similar o modelo atual é em relação ao produto final, se apegando a detalhes de microinterações por exemplo.

Assim, temos protótipos de baixa e alta fidelidade, também chamados de Low Fidelity e High Fidelity.

Validando com protótipos de baixa fidelidade

Protótipo de baixa fidelidade

Quando validamos um protótipo de baixa fidelidade, estamos dando foco na funcionalidade ou/na arquitetura, sem precisar focar em detalhes visuais. Este tipo de protótipo, geralmente é pra se obter um feedback com maior rapidez e por isso não é levado em conta o refinamento estético.

Um protótipo “de baixa” para os íntimos — baixa fidelidade; tem pouca semelhança ao produto final se comparado com um protótipo de alta, mas ganha em velocidade de criação. Não irá depender de componentes muito robustos e vai facilitar a criação, podendo ser feito em muito pouco tempo. Pode assumir várias formas diferentes, desde simples esboços com papel e caneta, a rascunhos de layout coloridos com elipses, quadrados e retângulos.

Geralmente um protótipo de baixa fidelidade responde as seguintes dúvidas:

  • Como será o fluxo?
  • Quais serão as funcionalidades?
  • Quais são os tipos de componentes?
  • As informações presentes são suficientes?
  • A proposta de valor está clara para o usuário?

Prós:
Rápida criação e aprendizagem. Normalmente utilizado para validar internamente e também com o cliente final, com o objetivo de já pegar alguns insights.

Contras:
É difícil imaginar algumas situações em que o usuário se depara no dia a dia, por exemplo a digitação de um formulário. Outro ponto contra é que mesmo que você valide o protótipo de baixa, você vai acabar refinando ele até se aproximar de um de alta fidelidade.

Onde pode ser feito?
Pode ser feito em um papel ou em ferramentas próprias para criar protótipos, vai depender muito do objetivo e com quem você irá realizar a validação. Na nossa equipe de design utilizamos Figma, Miro ou Overflow.

Validando com protótipos de alta fidelidade

Protótipo de alta fidelidade

É bem comum ver protótipos de alta fidelidade no setor automotivo, por se tratar de um produto físico. Muitas vezes é necessário testar situações bem próximas do uso real, como num teste de segurança de um veículo. Mas podemos usar também na simulação de uso de aplicativos, sites e sistemas.

Quando falamos de protótipos de alta aqui no Banco PAN, pensamos em uma navegação real, com digitação de campos, microinterações e detalhes que só serão vistos após o desenvolvimento. Certamente leva mais tempo para ser criado, porém, a validação é mais rica em informações, por se tratar de algo bem próximo ao produto final.

Ter componentes que estejam disponíveis em um Design System ou ao menos em uma biblioteca de estilo ajuda muito a tornar a prototipação em alta fidelidade uma tarefa rápida e fácil. Para dar suporte ao time de design, temos o time de DesignOps, que trabalha na componentização do Mahoe, o Design System do Banco PAN, agilizando o processo de criação do nosso protótipo de alta fidelidade.

E como disse anteriormente, isso vai depender muito do seu objetivo e o perfil do seu público. No PAN, a nossa premissa é realizar testes com o usuário final, com contextos que simulem uma situação real do dia a dia.

Geralmente um protótipo de alta fidelidade responde as seguintes dúvidas:

  • Como navegar no site, aplicativo ou sistema?
  • O que cada botão faz?
  • Como será a experiência do usuário ao longo das telas?
  • Quantas etapas o usuário irá percorrer?
  • Quais pontos finais serão usados ​​e onde?
  • Como o usuário vai preencher um determinado campo?
  • Existem exceções ou cenários de erro no fluxo? Como devem ser tratados?

Prós:
Feedback rico em informações e simulação mais próxima da experiência do produto final.

Contras:
Quanto maior o fluxo, maior o tempo de criação do protótipo. Normalmente separamos cada etapa da jornada do produto. É preciso se prender em alguns detalhes, tanto visuais quanto das funcionalidades em si.

Onde pode ser feito?
Em geral, pode ser feito em ferramentas de prototipação onde é possível simular a navegação de um site, aplicativo ou sistema.

No momento estamos testando o ProtoPie, importando os símbolos diretamente do Figma. O que tem funcionado bem, pois fica integrado no nosso fluxo de trabalho atual. Anteriormente utilizávamos o clássico Axure, porém, ele já não estava nos atendendo e o time em si achava complexo, impactando na adoção da ferramenta, o que no ProtoPie já tem facilitado bastante.

Protótipo de alta fidelidade feito com a ferramenta ProtoPie

Enfim, qual tipo de protótipo escolher?

Depende. Tudo se resume ao Tempo VS. Necessidade: O tempo que você tem disponível e qual é o seu objetivo ao testar aquele protótipo. Mas é possível traçar um cenário geral de uso dos dois tipos de protótipos, e que podem funcionar para muitos produtos.

Provavelmente, você começará com um protótipo de baixa fidelidade que, após uma rodada de feedback, se transformará em um protótipo de alta fidelidade, exceto se o produto for descontinuado ou que sejam realizadas mudanças no protótipo de baixa.

Porém, mesmo antes de você optar por um protótipo de baixa ou alta fidelidade, lembre-se de que o mercado muda muito rapidamente. Existem dezenas de ferramentas de prototipação que permitem aos designers trazer vida aos seus produtos. Essas ferramentas vão determinar qual o nível de fidelidade você consegue chegar, pois existem softwares hoje em dia que permitem criar inclusive animações, ações condicionais, formulários e testes no smartphone. Em um mercado que está "quente" é de se esperar que surjam cada vez mais softwares. Temos que ficar atentos a novas possibilidades de encurtar o processo e facilitar o dia a dia.

E de uns anos pra cá, protótipos se tornaram cada vez mais importantes e fazem parte da estratégia de muitas empresas, pois com eles podemos testar nossos produtos, aprender e minimizar tempo.

Será que um dia não existirá diferença entre protótipo e um produto final?

Obrigado por ter chegado até aqui nesse artigo

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