Café Preto ☕️

Jonathan Santos
OPANehtech
Published in
3 min readJul 7, 2022

Conceituando o Racismo Algorítmico

O que é o Café Preto?

O Café preto é uma iniciativa do grupo de afinidade AFROPAN, liderado por Juliane Alves, Felipe de Sá Daniel, Emanuel Fonseca e Jonathan Santos com apoio e parceria de Leandro Marçal, para trazer ao dia a dia conversas abertas sobre a temática racial, com o objetivo de conscientização sobre os impactos do racismo para o desenvolvimento empresarial, olhando a inovação, talentos e diversidade.

O propósito do café preto?

O propósito do café preto é trazer uma reflexão direta sobre os desdobramentos do racismo, afinal quando falamos de racismo muitas pessoas acabam associando somente a casos extremos como: Agressões, Xingamentos ou Exclusões explícitas com pessoas pretas. Mas não; o racismo está na nossa construção social, o ciclo de amizade e atitudes pequenas, então a ideia é trazer para o café um tema para que todas as pessoas consigam ajudar a criar uma solução para esse sistema tecnológico, que é o racismo.

E por que chamar o racismo de sistema tecnológico? Porque os anos se passam e as maneiras de criminalizar, excluir e barrar as oportunidades para pessoas pretas só se atualizam.

O que é algoritmo?

O Algoritmo é um conjunto de passos, regras, ou definições para fazer uma determinada tarefa, ou seja, é uma receita para que determinada ação possa ser executada.

Por que ele pode ser racista?

Porque muitas pessoas são racistas, nós vivemos em uma sociedade racista, o algoritmo é reproduzido por seres humanos, logo ele terá os “erros” ou “falhas” que os seres humanos possuem, podemos chamar de coded bias ou Algoritmo com viés, ele pode ser racista, sexista, capacitista, homofóbico, gordofóbico etc.

Se quem está construindo esses algoritmos não pensar em todos e quando falo em todos são TODOS, os iguais e os diferentes deles, o algoritmo tem uma grande chance de possuir essas falhas acima.

Observe no link abaixo a linha do tempo do racismo algorítmico desde 2010, construída e mantida por Tarcízio Silva.

Como olhamos isso aqui no Banco?

Primeiramente antes de falar de como olharmos os algoritmos, precisamos olhar quem está construindo esses algoritmos, logo se eu tiver em um time de desenvolvimento 100% homogêneo, essas pessoas vão pensar igual, vão ter a mesma necessidade e provavelmente gostos parecidos.

Para evitar esses vieses precisamos ter pessoas diferentes ajudando a construir a solução, precisamos debater com responsabilidade e de uma forma atenta para que isso não ocorra e sempre que acabar construindo uma solução ver se ela atende pessoas diferentes, afinal a sua necessidade pode ser diferente da minha.

E como evitar esses problemas?

Vou deixar 4 dicas, para que possamos refletir:

1ª Reconhecer que o problema existe, se não acabamos ficando só no campo do achismo e não atuamos da melhor maneira.

2ª Nos sentirmos responsáveis para essa solução, afinal se nós criamos, somos nós que precisamos resolver.

3ª Dialogar com pessoas diferentes, ter essas pessoas no nosso dia a dia e incluir efetivamente essas pessoas no ambiente.

4ª Realmente olhar para o ambiente e questionar se todas as pessoas que vão usufruir da solução estão ajudando a construir e ver se ela está sendo eficaz.

Coautor do texto:

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