Semanário OKBR #29: Os dados do desmatamento da Amazônia

Confira o que separamos para você ler esta semana sobre governo aberto, educação e ciência abertas, tecnologias cívicas e inovação política no Brasil e no mundo. Inscreva-se aqui para receber nosso semanário diretamente na sua caixa de entrada.

Edição #29–23/08/19

COM DADOS DISTORCIDOS E NOVAS FORMAS DE MONITORAMENTO, GOVERNO REBATE CRÍTICAS A DESMATAMENTO

#Amazônia #Governo #dados #desmatamento #queimadas #meioambiente #ONGs

O Itamaraty está orientando, por meio de uma circular, a forma como diplomatas das principais embaixadas brasileiras devem responder a críticas à política ambiental do governo de Jair Bolsonaro. Dentre os argumentos colocados no documento estãodados de que o desmatamento na Amazônia reduziram “de 27.700 km² em 2004 para 7.500 km² em 2018 (redução de 72%)”; o que a estatística não explica, porém, é que oúnico período de redução corresponde aos dois mandatos de Lula e metade do primeiro de Dilma. Segundo especialistas, a queda nos índices teria relação com oincremento na fiscalização e monitoramento da região e com a demarcação de terras indígenas. Desde 2012, os dados do INPE revelam que o desmatamento tem aumentado continuamente.

Além de apresentar dados sem a devida explicação, outra estratégia adotada por Bolsonaro foi atribuir a culpa pelas queimadas às ONGs de defesa do meio ambiente. Segundo o presidente, “pode estar havendo […] ação criminosa desses ongueiros” para chamar a atenção contra Bolsonaro, que teria cortado recursos destinados às organizações.

Por fim, conforme indicado anteriormente, o Ibama publicou, nesta semana, o edital de contratação de empresa que será responsável por realizar o monitoramento da Amazônia por satélite, com a emissão de alertas diários, assim como o realizado pelo sistema Deter, do INPE. Segundo apuração da Folha, a descrição do serviço que consta do edital se assemelha muito ao de uma empresa específica que Ricardo Salles já quis contratar neste ano.

ALCOLUMBRE BRIGA NA JUSTIÇA PARA NÃO PUBLICAR GASTOS DE CEAPS

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Questionado pela Justiça Federal, Ministério Público e Tribunal de Contas da União, opresidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), continua sua empreitada para impedir a transparência dos gastos relativos à cota parlamentar (CEAPS). Alcolumbre determinou a não obrigatoriedade de publicação de suas notas fiscais, sob oargumento de que tal ato implicaria quebra de sigilo, de modo que cada parlamentar deveria optar por promover ou não a transparência de seus gastos. A partir de julho, oSenado passou a publicar em seu site as notas fiscais das despesas da cota parlamentar, de modo que o ato assinado pelo presidente do Senado tem como principal objetivo impedir o acesso retroativo a seus gastos anteriores a julho.

No primeiro semestre de 2019, o setor de Transparência do Senado se recusou a responder 45 pedidos de acesso à informação, dentre os quais, 20 se tratavam de gastos de gabinetes de senadores. Na Câmara dos Deputados, por outro lado, a situação é bastante diferente: além de publicar os gastos da cota parlamentar independentemente da vontade do deputado desde 2014, a Casa também responde pedidos de acesso à informação que solicitem dados retroativos. Tal transparência, inclusive, permite constatar que, enquanto deputado, Davi Alcolumbre apresentou gastos bastante expressivos de sua cota parlamentar. Veja mais informações no Estadão.

SINESP TERÁ FERRAMENTAS DE BIG DATA PARA SEGURANÇA PÚBLICA

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Nesta terça-feira, o ministro Sérgio Moro apresentou, no Seminário de Boas Práticas em Tecnologia da Informação Voltadas à Segurança Pública, as quatro novas ferramentas de big data do Sistema Nacional de Estatística de Segurança Pública (Sinesp). As novidades são Sinesp Big Data, um banco de dados compilado; Big Data — Geointeligência, que registra quando e onde há registro de ocorrência; Big Data — Tempo real, que permite consulta a câmeras, sensores etc; e Big Data — Busca, que possibilita a busca de boletins de ocorrência de outros estados e municípios. Segundo o ministro, o objetivo é que os agentes de segurança pública possam ter acesso a mais informações para coordenar suas ações de combate à criminalidade. Os primeiros estados que terão acesso às ferramentas são Espírito Santo, Goiás, Pará, Paraná e Pernambuco. Leia mais no Canaltech.

PARA COMBATER FAKE NEWS, ROBÔ ESCREVE FAKE NEWS

#FakeNews #InteligênciaArtificial #robô #cibersegurança

É isso mesmo. Com o objetivo de combater a onda de notícias falsas, pesquisadores da Universidade de Washington criaram o Grover, uma inteligência artificial capaz de redigir e identificar outras fake news que também escritas por meio de robôs. Segundo Rowan Zellers, um dos pesquisadores do grupo, atualmente ainda não é tãoexpressiva a quantidade de fake news sendo produzidas por robôs, de modo que a criação do Grover é uma antecipação do que pode estar por vir, além de ser um princípio de cibersegurança que visa estudar o “inimigo” a fim de combatê-lo. Zellers explica que a chave para detectar um conteúdo falso está na estrutura do texto, e nãonos fatos em si, de modo que, para o Grover, quanto mais fake news ele encontrar, melhor para aprimorar o combate a elas. Veja mais detalhes na Folha.

PRA LIGAR O RADAR

10º Seminário de Proteção à Privacidade e aos Dados Pessoais. Organizado pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), o Seminário de Proteção à Privacidade e aos Dados Pessoais chega à sua 10ª edição, que acontecerá nos dias 18 e 19 de setembro, no Blue Tree Premium Morumbi, em São Paulo. O evento é gratuito e as inscrições podem ser feitas neste link.

Guia Técnico de Transparência Municipal. A cooperação técnica entre o Arquivo Público do Estado de São Paulo e o Tribunal de Contas do Estado resultou no Guia Técnico de Transparência Municipal, publicado nesta semana. O documento traz, em sete capítulos, um passo a passo sobre como implementar técnicas de gestãodocumental que favoreçam o acesso à informação. Baixe o Guia aqui.

PRA LER NO FIM DE SEMANA

O papel da ciência nas políticas públicas. Contrariando a indisposição de Jair Bolsonaro para lidar com cientistas, o artigo de Matheus Pimentel, publicado no Nexo, traz uma breve retrospectiva dos embates entre o presidente e a comunidade científica; resultados de uma pesquisa americana sobre aceitação de prefeitos ao uso de conhecimento científico para embasar a elaboração de políticas públicas; além de uma entrevista com reflexões da professora Elizabeth Balbachevsky, da USP, sobre otema.

Transformando CIOs em líderes de smart communities. Nos últimos anos, o cargo de Chief Information Officer (CIO) tem se tornado expressivamente mais popular especialmente entre governos que estão concentrando esforços para tornar suas comunidades mais inteligentes. Com base nas experiências de algumas smart cities, um artigo do Government Technology redigido por Paul Brandenburg, apresenta seis dicas para guiar os CIOs em suas empreitadas para promover transformação digital governamental.