OPEN SOURCE [na sala dos ‘profes’] #01

Liberating Structures

Desafios nossos de cada dia: como engajar a galera?

Eu tenho uma disciplina de Projeto Interdisciplinar que eu adoro, já estou com ela há bastante tempo e o produto final, até o ano passado, tinha sido um evento tipo Semana Acadêmica para os cursos de Comunicação (Jornalismo — JOR e Publicidade e Propaganda — PP) da Instituição. Quatro dias de palestras, pequenos cursos e oficinas com profissionais — especialmente locais / regionais — para os acadêmicos e a comunidade.

Eu AMO eventos, então também tenho muito amor por este projeto, mas o fato é que o formato do evento andava meio ‘velho’ e achei que estava mais do que na hora de dar um belo UP no nosso projeto.

Então, por que não juntar a vontade de mudar o evento com a necessidade institucional de mostrar por aí as tantas coisas legais que nossos alunos produzem? (Coisas boas e loucas de se ter uma equipe de colegas engajados: pirar nas ideias e depois contar com o apoio de todo mundo pra executar).

Resumo da ópera: juntei minhas referências de ‘eventos mais legais dos últimos tempos’ (TED, GloboNewsPrisma, ImpactHubEscola, Festival Social Good Brasil, Festival Path e por aí vai) e a necessidade de criar canais de comunicação que nos levem para além das nossas salas de aula e pensei num projeto que levará três semestres para ficar pronto.

Etapa 01 (2019/I): projetar um hub de comunicação para nossos cursos (sim, acredite: o maior problema dos comunicadores é a comunicação!).

Etapa dois (2019/II): implementar o projeto (fazer o hub rodar, colocar conteúdo nos canais e fazê-los ‘conversar’ entre si).

Etapa três (2020/I): transformar os produtos acumulados e a rede de pessoas construída em um evento lindo e seguir neste ciclo entre etapas 2 e 3 até a gente achar que tem que mudar tudo de novo ❤

Claro que, em se tratando de ser professor, o desafio nunca é apenas a questão em questão. O barato mesmo é fazer a coisa funcionar numa sala com dois cursos diferentes, de semestres diferentes, mais de 50 ser humaninhos e 2 horas / aula por semana!!! (como não amar ser professor?)

E é aí que entra aquela figurinha que eu coloquei junto do título da coluna de hoje. Você já ouviu falar de ‘estruturas libertadoras’ (liberating structures — LS)? Pois é, beijos para a Manifesto 55, pois foi por intermédio deles que acabei ouvindo falar desta caixinha de tesouros!

Sim, pois é, tá tudo em inglês, produção! Mas vou tentar compartilhar um pouco por aqui. São 34 métodos para criação de engajamento visando a melhoria da produtividade de grupos (prato CHEIO para profes, fala sério!).

Estes métodos se dividem em seis categorias (e agora você vai entender melhor o que as LS têm a ver com o meu Projeto Interdisciplinar, afinal, tenho um projetão para desenvolver com um grupão!):

• revelar, gerar ou melhorar ideias ou soluções;
• compartilhar ou propagar ideias, know-how ou experiências;
• analisar, diagnosticar ou fazer debrief (gerar esclarecimentos);
• obter ou dar ajuda;
• desenvolver estratégias;
• planejar.

Aham, bem isso! Tudo o que eu preciso para fazer a coisa funcionar com os meus pequenos (sim, eu sei, de pequenos eles não têm nada, mas são os meus pequenos e pronto. São os filhos que eu não tenho).

A generosidade dos criadores destas ferramentas é linda de se ver. Eles colocaram tudo num aplicativo em que você pode filtrar sua busca por tipo de categoria ou por duração da atividade e, quando você seleciona um método, o aplicativo mostra o nome (pra ficar mais fofinho, cada uma tem também um ícone), o tempo médio de duração, o tipo de categoria e uma explicação SUPER bem feita a respeito de que método é esse (what), como você deve fazer para implementá-lo com sucesso (how) e em que situações (incluindo exemplos ❤) é legal você usar (why). Lindo de viver, né?

Sobre what, how e why, assista o TED talk do Simon Sinek sobre liderança — é legendado em português e todo bom profe precisa pensar sobre isso!

Eu comecei o projeto do HubCom (hub de comunicação dos cursos de Comunicação Social da Faculdade SOCIESC de Blumenau — mas este não é o nome ainda…) usando um método de geração de ideias chamado 1–2–4-All (todos) que eu adoro e uso, em muitas disciplinas diferentes, sempre que quero engajar a turma toda (independente do tamanho) na geração de ideias e sugestões. É como um ‘esquenta’ para o detalhamento / aprofundamento que vem na sequência.

No caso do PI-C2 (Projeto Interdisciplinar do Módulo C2), não deu para começar com a galera pensando individualmente porque eram apenas duas aulas e passei uma parte expondo o que seria o tal do HubCom, então comecei pedindo para que se juntassem em duplas e levantassem ideias sobre como este hub poderia juntar todos os nossos públicos de interesse a partir de uma variedade de canais de comunicação:

Minhas rabisqueiras em sala :)

Dei uns 20 minutos para eles discutirem e anotarem suas ideias. Das duplas, pedi que se reunissem em quartetos, compartilhassem e discutissem seus registros e anotassem os acréscimos e melhorias às ideias originais (foram mais uns 15 minutos aí).

Disto, parti para o ‘all’ (todos), pedindo que as equipes socializassem com os colegas suas ideias mais bacanas. E, claro, acabou a aula!

Agora que já esquentei os motores do povo para pensarem em alternativas, vou ‘resgatar’ o 1, criando um formulário no qual, individulamente, os alunos vão dar suas ideias para o uso de cada canal, considerando cada um dos públicos de interesse (uh-hum, material pra chuchu!) Depois eu conto o que penso em fazermos com tudo isso ;)

Molezinha usar o 1–2–4-All, né? Se você teve paciência de ler até aqui e experimentar usar a ferramenta, me conta, por favor! Escreve pra mim: komonolearning@gmail.com

Eu vou adorar poder conversar com você na #SaladosProfes :)

P.S.: se você gostou da minha ideia de falar sobre estes assuntos e ficou com vontade de acompanhar minha coluna, clica aqui, responde o form e eu vou te avisando na medida em que publicar novos textos ;)

P.S. 2: Se você amou tanto o app do LS quanto eu, me ajuda a fazer uma versão em português? Daí a gente pode mandar pros criadores e eles poderão atualizar o aplicativo. Assim nossos colegas que não falam inglês também vão poder usar esse ferramental incrível em sala. Que tal??? (me escreve, vai!)