SINOPSE: Iansã
IANSÂ: O ENTARDECER DA DEUSA DA TRASNFORMAÇÃO
Enredo usado pelo G.R.E.S.V. Ilu Ayê, na edição 2020 do Carnaval Virtual, promovido pela LIESV.
ARGUMENTO
O enredo tem como proposta visitar algumas das histórias mais encantadoras de Oyá, que se transforma a todo momento. Seus parceiros, seus quitutes, sua gratidão pelo renascimento. Quando Oyá muda o seu curso de vida, ela diz para si mesmo que ela é a dona do seu destino. Ela não pode ser parada, não nasceu pra isso. Oyá é espírito livre, energia de todo o lugar. A um segundo Iansã estava aqui, ao piscar dos olhos não está mais. E quem não acompanha seu ritmo, só enxerga poeira. O sol se põe para Oyá brilhar, pois sabe que com ela se ofuscará.
Epa Hey, Oyá!
SINOPSE
Um silêncio ensurdecedor, o Yaô nascerá…
É dia de festa no Terreiro Ilu Ayê
Oborós e Iabás estão presentes
A Grande Ya se prepara e inicia o ritual
É tempo de Iansã, é tempo de se transformar
É tempo de renascer
Como toda boa história, o despertar é um mistério
O nascimento do Yaô é chegado e preceitos serão seguidos
Ele já não usa o nome de outrora
Sua vaidade não se comemora
Seus primeiros passos são de sacrifício
É preciso abrir mão dos prazeres que viveu
É pelas mãos da Grande Ya que nasce um novo orixá
Iansã está na Terra… Epa Hey!
É hora de de reverenciar a Senhora do Entardecer!
E a Grande Ya nos conta sua história, seus itans, suas sementes e brisas
Como força da Natureza, imparável e incontrolável
Não se curva a mandados e desmandos
Ela segue como quer
Poderosa
Esplendorosa
Água revolta
Vento ruidoso
E como também é pluma
É borboleta
É dendê fervendo
É búfalo sem freio
É clarão no céu
É ventarola
É colo que embala todos os filhos
Na sua caminhada
Viu o guerreiro do Ferro
Viu o dono da Paz e da Guerra
A espada ganhou de um
Do outro, um escudo herdou
Nove filhos teve com Ogum
Ventou forte, forjou armas
A gratidão sempre terá de Oxaguiã
A magia de Exu, mensageiro
O saber de Odé, caçador
Pra fugir dos perigos do mundo inteiro
Para prover o sustento, para alimentar com amor
Se nos rios calmos não se faz criada
No amor que não saiu de seu ventre
Aprendeu a pesca, aprendeu como ser sagrada
Logun, o príncipe, seu filho não era
Logun, o príncipe, seu filho tornara
Em ventania que tudo arrasta
Leva as folhas para longe
Sem saber que os seus segredos,
O limite entre o remédio e o veneno
São de Ossanha, que não se curva aos ventos
Ventos que obedecem um pedido do Rei da Pedra,
da Justiça, dos grandes banquetes
Xango também abre mão pelo amor de sentir a brisa
O carneiro, uma iguaria, seria deixado pra trás um dia
De Oxum, uma inimizade, culpa da vaidade
De ser a única, mas não a primeira
A ocupar o coração do Dono do Oxé
Uma armadilha seria armada
Iansã não nasceu ontem, não é mulher de ser enganada
Se esconder não é covardia
É artimanha de quem sabe
Se adaptar, se transformar
Ter gratidão e abrir mão
Se as abóboras serviram de proteção
Ela nunca mais as comeria
És guerreira
Por ser mulher já tem coroa
A rainha do Dendê, a deusa do batuquejê
A colher de pau lhe pertence
Seus quitutes são ardentes
Bolas de Fogo, Coices de búfalo
São dos deuses, presentes
Os mais antigos sabiam e fazem questão de ensinar
Quer agrada Oyá um dia?
Saiba a panela todo dia agradar
No grande Xirê que já houve
Dançavam como se não houvesse amanhã
Oxossi, Oxum, Exu, Xango
Mas Ogum perguntou a Nanã
– Porque teu filho não dança?
– Vergonha tem Xapanã
Oyá brilhava como sempre, mas não deixou de escutar
Surge então uma ventania, Epa Hey
As palhas foram para todo o lugar
Surgiu no meio da festa, uma beleza sem igual
Xapanã era lindo, ofuscava os olhares
Dançar era seu natural
A emoção toda conta do Rei da Terra
E como era de se esperar, com gratidão presenteou Oyá
Se ele reina no mundo dos mortos, ela também vai reinar
Uma nova Iansã surge
Com roupas brancas e divina
Igbale, Oyá Funfun
Dos mortos, a bailarina
Como rainha dos desencarnados
Sabe conduzir suas almas, até dos atormentados
Com o Fole de Ogum faz dançar
Quem amedronta os vivos mais valentes
Os Ibejis ensinaram a Senhora
E os Eguns dançarão para sempre
Por salvar Ogum dos mortos
Oyá ganha mais uma coroa
O Acorô de Ferro agora é da rainha
A Borboleta que encanta e voa
Que acompanha o soberano Onirê
Mas que bate asas sozinha
Iansã não nasceu pra ser de ninguém
É elefante branco que brilha na savana
Tanto amor pela deusa encantada
O búfalo que parte em disparada
No ultimo suspiro dos apaixonados
Divididos foram seus corpos
Iansã é imensa, não cabe em uma mulher só
Ogum é homem que guerreia, mas não sabe encarar o amor.
O amor é de Iansã
E quando menos se esperar, o amor se transformou.
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