As emoções básicas do ser humano e o desencadeamento de sintomas físicos e emocionais
Ouvimos falar muito sobre as emoções, seus significados e como agir diante delas. Contudo há uma leitura subjetiva para cada uma diante das situações em que se apresentam.
Possuímos seis emoções que são consideradas básicas em todos os seres humanos, ou seja, estão presentes em todos nós: alegria, tristeza, raiva, medo, nojo e amor.
Cientificamente, elas são vistas como sensações físicas ou emocionais, sentidas por nós e desencadeadas por estímulos externos, e permitem que a gente reaja de determinadas formas diante de acontecimentos. É então que falamos de subjetividade, pois essas reações são pessoais e diferem de indivíduo para indivíduo.
Você já parou para pensar na função dessas emoções e como todas elas são importantes?
O medo, por exemplo, é visto em grande parte como uma coisa negativa, um defeito, porém é uma emoção universal e essencial que nos prepara para situações que precisam de alerta e também nos ensina sobre a necessidade de limite. Entretanto, sabe-se também que, em casos em que isso acontece de forma disfuncional, ele acaba gerando sofrimento para aqueles que vivenciam essa situação.
Ainda assim, não é devido a esse fator que devemos inferiorizar ou esconder essa emoção.
Outra emoção bastante controversa é a raiva. Embora o entendimento popular seja de que para estar bem é necessário esconder ou fingir sentir raiva, quanto mais suprimimos esse sentimento, maiores são as chances de desencadear ansiedade.
A tristeza, por sua vez, aparece em momentos vistos por nós como ruins, momentos nos quais ficamos mais quietos e introspectivos, e que abrem espaço para diversos questionamentos como “Eu não posso ficar triste”, “Eu não deveria estar assim”, “Será que estou doente?”, etc. Fingimos estar “bem”, pois nos é ensinado que devemos estar “felizes e alegres apesar dos problemas e das adversidades vivenciadas”.
Esta fachada, todavia, não é real. Evitar estas emoções ao invés de entendê-las pode desencadear ansiedade e angústia.
Já o amor — emoção que tem inúmeros significados e sentidos — está relacionado a uma ligação afetiva com um outro, e engloba a expectativa de que esse acolha e retribua. A alegria, relacionada à felicidade e com função de incentivar ações desejadas, também é reforçadora — ou seja, quando algo nos deixa feliz, a probabilidade de voltarmos a realizá-lo se torna maior.
Diferente das outras emoções, estas são percebidas como algo positivo e obrigatório. Apesar disso, a cobrança excessiva de possuir estas, mesmo quando não conseguimos senti-las e nos vemos obrigados a mascará-las, também gera sofrimento.
A sociedade tende a nos cobrar o “bem-estar” sob qualquer situação, e o relaciona apenas à felicidade, alegria, positividade, sem espaço para raiva e tristeza.
É a partir disso que o indivíduo passa a tentar escondê-las, a fim de não ser julgado ou rotulado. É possível observar que uma grande quantidade de pessoas fazendo isto, seja por não saber se expressar, ou por acreditar que elas não devem ser sentidas — principalmente as emoções consideradas negativas.
Segundo Campbell:
“As emoções são experiências naturais e universais, todos nós as vivenciamos. Ninguém está imune a isso, nem mesmo às emoções negativas.”
Esconder o que sentimos pode levar a consequências não desejadas. Imagine uma panela de pressão: quanto mais mantemos essa prática, contendo o conteúdo dentro de um espaço sob pressão, maior será o dano quando tentarmos lidar com ele — tanto o corpo quanto a mente vão pesando.
Lembre-se: esconder as emoções, fingir que elas não estão presentes, não quer dizer que não existam!
Como você está lidando com suas emoções atualmente?
A psicoterapia pode te ajudar a entendê-las melhor. Procure um profissional de saúde mental.