Como aprender um idioma sozinho

Luisa Lopes
orangejuicetech
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15 min readJul 22, 2022

É, ainda, debatido se a linguagem é um dom unicamente humano, garantido a nós devido à complexidade de nossos cérebros e a estrutura de nossas cordas vocais, ou é um dom que pode ser adquirido por outras espécies. Muito embora tenham existido criaturas no decorrer da História com legados semelhantes ao da chimpanzé Koko, das quais acreditou-se por muito tempo serem capazes de comunicação e compreensão de mundo quase humanas, essas histórias foram refutadas através da evidência científica, incluindo a da própria Koko, como evidenciado através do vídeo-documentário Why Koko (Probably) Couldn’t Talk (Sorry) do canal Soup Emporium. Através de um fenômeno que ficou conhecido como Hans Esperto, devido a um cavalo que à primeira vista sabia contar, ficou claro que a chimpanzé ou respondia a sinais de sua cuidadora ou sua cuidadora a interpretava mal.

Pode-se, portanto, afirmar com uma meia-certeza que o cientista Chomsky estava correto e há algo intrínseco aos seres humanos que os torna predispostos à aquisição da linguagem. Essa predisposição é facilmente explicada quando leva-se em consideração que a linguagem é uma das formas através das quais é-se possível comentar e descobrir o mundo no qual vivemos, além de tornar viável o compartilhamento de experiências e o aprendizado coletivo, necessários para a sobrevivência de uma espécie social. Toda e qualquer linguagem, seja ela verbal ou não-verbal, providencia uma ponte de acesso que conecta o indivíduo a um mundo que, outrora, lhe era totalmente desconhecido. Mas será que existe um limite para o aprendizado de idiomas? Bem, isso ainda é debatível, porém de acordo com o linguista britânico Richard Dick Hudson, uma pessoa seria capaz de dominar entre 50 e 100 idiomas. Sua estimativa tanto pode, entretanto, ser ultrapassada, como já foi, pelo linguista brasileiro Carlos do Amaral Freire, registrado como falante de 135 idiomas pelo site da Wizard.

E por que menciono esses fatos antes de alcançar o coração deste artigo? Por que o escrevo se já o escrevi no passado? Porque quero deixar claro que, por sermos predispostos a aprender a nos comunicar verbal ou não-verbalmente e não possuirmos limite aparente de códigos a serem guardados em nossos cérebros, que todos somos capazes de aprender um novo idioma. É evidente que tal feito será mais difícil aos que não tem afinidade à Linguística, ou àqueles que têm uma dificuldade ou uma deficiência que afeta a leitura ou o processamento de sons, porém a possibilidade do aprendizado jamais será nula.

Por que aprender um novo idioma?

Estou ciente de que muitas das pessoas lendo esse artigo estão ou pretendem migrar para a área da tecnologia, então aqui vai um bom motivo para desenvolver-se bem no aprendizado das línguas estrangeiras: sua carreira. Existem empresas famosíssimas nas quais é imprescindível que o profissional conheça, no mínimo, a língua inglesa: a Google, a Microsoft e a Apple, para nomear algumas. Além disso, de acordo com a Catho, o trabalhador que domina a língua inglesa recebe 70% a mais do que o que apenas fala português. E olhe só, com algum idioma estrangeiro, pode-se concorrer a vagas no exterior: em vários vídeos do canal Ma Prof de Français, muito embora o idioma central do vídeo seja o francês e não o inglês, existem tantas histórias de brasileiros que imigraram para o Québec em busca de oportunidades de trabalho, que até mesmo a professora do canal decidiu aprender português.

Entre os motivos mais pessoais para se aprender uma língua, posso listar a expansão na lista de conhecidos, o que pode ser tanto útil para networking quanto útil para crescimento pessoal, pois o contato com outras culturas é capaz de mudar a maneira de pensar de um indivíduo. Por exemplo, estou em uma comunidade do Discord na qual pessoas de vários lugares do mundo conversam sobre um interesse em comum, e fui capaz de aprender sobre como funciona e qual o significado do feriado do Ramadã com amigos da Indonésia, descobri inúmeros artistas com os italianos e noruegueses que estavam assistindo a EuroVision, e descobri algumas tradições judaicas com uma pessoa judia-canadense, tudo isso porque eu aprendi o inglês e decidi colocá-lo em prática no meu dia a dia. Essa troca cultural ocorre bilateralmente, o que significa que pude também apresentar a eles alguns aspectos da minha própria cultura. Não só isso, mas aprender outros idiomas ajuda também a entender uma nova visão de mundo simplesmente pela formação das palavras. Eu li uma história infantil alemã que continha a palavra übermutig e acreditei que significava “extremamente corajoso” ou “corajoso demais”, e ela significava, na verdade, “presunçoso”; entendi a lógica de que, para o idioma alemão, ter coragem a todo momento é visto como imprudência e o medo é visto como uma parte necessária da vida humana. Parafraseando o velho Sherlock Holmes em O Problema Final, é estupidez não sentir medo em situações extremas, e o alemão concorda com isso.

O aprendizado de um novo idioma também contribui para a resolução de problemas, visto que é esperado do aluno acostumar-se a um sistema completamente novo de sintaxe. O francês, por exemplo, carece de gerúndio; não existe caminhando, e sim a expressão “no processo de caminhar”. O inglês carece de preposições em algumas situações que são comuns ao português. Na presença de dois verbos no mesmo período, o alemão colocará um deles ao final da frase e não imediatamente após o verbo auxiliar. Acostumar-se a essas anomalias contribui para a habilidade de resolução de problemas, e mantém o cérebro criando e inovando sinapses anteriores para que o idioma fique cada vez mais fácil de ser falado. Isso significa que, ao aprender um idioma, há um benefício cerebral inegável e que, mesmo ao ser separado das razões financeiras, é forte o suficiente para motivar várias pessoas, incluindo idosos.

Como aprender um novo idioma sem um curso formal?

O aprender nunca foi tão viável quanto agora, em uma realidade em que, em 2021, existiam 152 milhões de brasileiros com acesso à internet. Existe ainda, infelizmente, uma parcela considerável da população alienada a essa tecnologia e a internet a eles não será uma ferramenta tão viável; todavia os leitores deste artigo têm grande chance de pertencer à população privilegiada por este acesso e basta, agora, que saibam como utilizar-se dele para o aprendizado de idiomas.

Agora é um bom momento para uma apresentação relevante de sua autora: sou fluente em inglês, intermediário em francês e básico em alemão, esses dois tendo sido aprendidos apenas com a ajuda de meu celular e computador. Tentarei descrever alguns de meus métodos para aprender sem um curso formal, porém devo avisar que eles não são fórmulas milagrosas e não significam que não existe esforço no aprendizado; meu caminho é infinitamente diferente do de qualquer um lendo esse texto, e comparar-se a minha velocidade não ajudará sua evolução e ferirá sua motivação. Também não há garantia de que meus métodos funcionarão com todas as pessoas, pois sou apenas uma e não represento a maioria. Contudo, àqueles que esses métodos não se aplicarem, quero que o que está descrito nessas linhas seja visto como um norte de como estes podem adaptarem-se para também alcançarem resultado. Vale lembrar que, caso o leitor ainda pense que uma educação formal é o caminho certo para ele, não existe nenhuma vergonha nisso e, caso este mesmo leitor se veja em uma situação financeiramente boa, ele pode investir seu dinheiro em cursos de idiomas sem medo algum.

Com isso fora do caminho, começarei a lista.

As crianças nativas falam melhor do que você, e há um motivo simples para isso

Há uma grande desmotivação quando um adulto percebe que uma criança norte-americana de 8 anos é capaz de se articular melhor do que ele. Há uma razão simples para essa realidade: a criança passou 8 anos aprendendo o idioma, e o adulto começou há apenas seis meses. É natural, e mesmo esperado, que a fluência do adulto seja inferior nesses primeiros meses; existe, porém, uma vantagem que o adulto possui em relação à criança, e este é a experiência com vários métodos de aprendizagem. De acordo com o professor Hugo Cotton, apresentador do podcast InnerFrench, os livros didáticos infantis costumam “segurar as mãos” das crianças, por saberem que ainda estão aprendendo a aprender, e a razão para que filhos de imigrantes aprendam com mais velocidade aparente tem uma relação com a diferença de motivação, visto que estes filhos querem se comunicar com seus amigos e seus pais costumam almejar a fluência para um ambiente mais formal, como o trabalho, tornando neles “imperdoável” o erro compreendido da criança. Ele diz que, pelo fato que os livros didáticos direcionados a adultos possuírem uma linguagem mais direta e sem rodeios, estes esperam que eles já tenham aprendido a aprender, um certo nível comum de QI. Por isso, muitos estudantes de idiomas adultos, principalmente no decorrer do podcast mencionado anteriormente, apresentam um nível intermediário no francês após seis meses ou um ano, o que visivelmente surpreende o professor todas as vezes. Digo isso não porque acredito que todos serão intermediários após seis meses, mas sim para deixar claro que um adulto conseguirá aprender mais rapidamente do que uma criança pois seu aprendizado ocorre “exponencialmente” enquanto o da criança ocorre “em linha reta”*, digamos assim.

*Não são termos científicos, eu só ando estudando Matemática e achei que uma visão de gráfico ajudaria a ilustrar esse ponto. Não é uma ilustração com acurácia, trata-se de uma hipérbole ilustrativa.

O que quero dizer com isso é que seu nível de inglês evoluirá com o passar do tempo, e não há vergonha em articular-se mal, ainda mais no início da jornada em que erros compõe quase toda a comunicação. O que importa, no fim das contas, é a comunicação em si, e ela pode ser feita de forma não-verbal caso uma palavra ou estrutura seja esquecida no momento da fala.

Estruturas básicas

Ninguém nasce programando em Java. É necessário que se evolua gradualmente até que, um dia, um jogo é programado juntando todas as partes básicas aprendidas e melhorando-as. Ocorre algo semelhante com o aprendizado de idiomas, pois ainda que o início pareça estranho, ele será a base para qualquer conhecimento posterior. Um bom exemplo disso é a capacidade de se introduzir e se descrever, ensinada a iniciantes e retomada diversas vezes em materiais mais avançados; um romance ou um artigo jornalístico-investigativo retomam essas estruturas para a descrição de seus personagens ou de seu suspeito, e são ambos textos escritos em uma linguagem avançada utilizando-se novamente do he was a tall, thin man with a large forehead, black hair, blue eyes and long fingers.

As estruturas básicas também podem ser utilizadas em situações do dia a dia, o que, de acordo com o professor de italiano Silvano Formentin, devem ser o principal foco do aprendizado. A memorização de frases que podem ser utilizadas em situações comuns, como a ida a um supermercado, o perguntar da localização do banheiro, o pedir comida em um restaurante, formam a base das comunicações necessárias no idioma e não devem ser negligenciadas. Portanto, se você é iniciante no inglês, procure primeiro saber como se virar em situações que você encontra no seu dia a dia antes de desejar ter um debate à la Escola de Frankfurt com seus amigos estadunidenses, pois debates não são tão comuns quanto pedir informações simples a um estranho.

Brainsoaking e repetição

De acordo com o cientista Hermann Ebbinghaus, responsável pela criação da teoria da Curva do Esquecimento, a chave para o aprendizado seria a repetição. Isso ocorre porque a cada uma hora, esquece-se uma porcentagem do que se viu; a cada um dia, uma porcentagem ainda maior; a cada uma semana, ainda maior; até que, após um mês, quase todo o conteúdo foi esquecido. Esse fenômeno não é, entretanto, inimigo do estudante, pelo menos não de acordo com Hugo Cotton, que afirma em seu podcast que o esquecimento é uma coisa boa por permitir uma revisão específica do conteúdo esquecido, então garantindo que ele permanecerá por mais tempo estocado no seu “banco de dados pessoal”. O esquecimento em si também não é maligno, já que permite que a vida seja suportável — de acordo com Richard Morris em sua TED Talk Forgetting is a part of memory, lembrar-se de cada detalhe de todos os dias para todo o sempre não seria saudável e forçaria o cérebro a estar sempre cheio, impedindo assim o fluxo de informação.

A bem da verdade, seu cérebro está ocupado em lembrar das informações que considera úteis para sua sobrevivência; por isso é tão simples recordar-se de momentos ruins em sua vida, visto que seu cérebro os considera como momentos em que houve uma luta pela sobrevivência; e se você não reforça a ele que o idioma que você está aprendendo será útil para sua vida, ele o interpretará como uma habilidade secundária, que pode ser esquecida em prol de uma outra que seja utilizada mais vezes do que ela.

O brainsoaking foi-me apresentado pelo editor e entrevistador Manuel do canal Easy German, através de seu podcast de mesmo nome, e embora ele não seja um especialista na área, o conselho ainda é válido devido à colaboração de sua colega Cari, que diz que esse método a ajudou a distinguir o polonês de outros idiomas. Esse método, demonstrado pela primeira vez pela TED Talk How to learn any language in six months, foi teorizado por Chris Lonsdale, e afirma que quanto mais tempo alguém passar com um idioma, mais facilmente o reconhecerá e distinguirá palavras-chave para compreender o contexto da mensagem, ainda que uma parte da mensagem ainda seja desconhecida. Ainda utilizo-me dele em repetição para tentar compreender cada vez mais de um podcast em alemão que ouço, chamado Geschischte Daily, e percebi que a cada vez que escuto o mesmo episódio, mais eu compreendo o que a interlocutora me quer transmitir. É um método de reconhecimento de sons e palavras que contribui para a pronunciação futura do idioma pelo estudante, assim como o melhoramento da compreensão e contribui para que a fala deixe de ser um keysmash e se transforme em algo com palavras de tamanho delimitado; porém, vale lembrar que nem todos concordam que ele faça muita coisa para o estudante no quesito de aprendizado de vocabulário ou evolução na compreensão da língua, visto que Hugo Cotton afirmou em seu podcast que, para que um áudio seja útil, deve-se compreendê-lo em pelo menos 80%. São duas linhas de pensamento, e eu ainda não descobri com qual delas concordo, pois utilizo-me das duas para aprender e espero que o leitor possa tirar suas próprias conclusões com o passar de sua jornada de aprendizado.

A repetição é uma parte essencial do aprendizado de idiomas, e em um dos vídeos de seu canal do YouTube intitulado Les Films Françaises : Sont-ils Incomprehènsibles ?, Cotton diz que vídeos no YouTube têm o formato perfeito para esse exercício devido ao seu tamanho curto, à linguagem familiar e à oportunidade de assisti-lo diversas vezes. De acordo com ele, quanto mais vezes o telespectador assiste a um vídeo, mais ele compreenderá deste, mesmo que não tenha pesquisado as palavras que desconhece no dicionário, simplesmente porque irá revisitar o vídeo com seu contexto total ou porque se acostumará com a velocidade de fala do emissor.

Mídias como uma ferramenta

Músicas são excelentes métodos de aprender, pois são repetitivas e não cansam com facilidade. Além disso, elas contribuem para a imersão na cultura daqueles que são nativos à língua, o que torna o aprendizado mais prazeroso. O mesmo vale para vídeos e podcasts. Deve-se, todavia, ter o cuidado de encontrar aquelas mídias que tanto são prazerosas a serem consumidas quanto estão próximas ao nível de aprendizado que o estudante está, embora sempre um pouco acima. Recordo-me de meu professor de xadrez durante o ensino fundamental, e uma das coisas que ele disse ainda me segue: “Jogue sempre com alguém melhor do que você, nunca pior”. Ele dizia isso porque, ao jogar xadrez com uma pessoa mais experiente, você entra em contato com uma pessoa acostumada a criar estratégias e você se vê obrigado a fazer o mesmo para vencê-la. Há um paralelo entre essa lição que ele me ensinou todos esses anos atrás e o aprendizado de idiomas, acredito, e eu sempre procuro entrar em contato tanto com conteúdos do nível A2 em alemão e B1 em francês, quanto desafiar-me a compreender conteúdos do nível B1 em alemão e C1 em francês, embora para o alemão o hábito ocorre apenas ocasionalmente visto que meu nível alemão ainda não é tão bom.

Fazer amizades, como implicado no morceau em que falei sobre as trocas culturais que tive, é extremamente útil, pois garante uma motivação emocional para o desenvolvimento na língua, já que, não importa o que eu falasse aqui a respeito dos benefícios de se aprender, seres humanos ainda são mais propensos a mudarem de opinião não através fatos mas sim pelas emoções, de acordo com as pesquisas feitas pelo canal verilybitchie no vídeo How Social Media Changes Your Mind.

Gramática

A gramática, por ser trabalhosa, fica em último lugar na lista de prioridades. É necessário compreender a gramática para que se fale bem, porém todos os especialistas que formam as fontes para este artigo concordam que ela não deve ser a base dos estudos, especialmente para os iniciantes, devido ao seu elevado nível de complexidade. A raiva contra um idioma tende a partir do quão complicada sua gramática é à primeira vista; até eu sou culpada disso com o japonês, que ainda pretendo estudar no futuro porém desisti devido ao seu alfabeto desconhecido em favor de duas línguas com um alfabeto semelhante ao meu natal; porém, ela sempre será uma constante, e por isso deve-se estudá-la sempre que surgirem dúvidas a seu respeito e sair da zona de conforto e presenciar um aspecto novo do idioma.

As dúvidas de gramática surgirão eventualmente. Lembro-me que em meados de Março deste ano, apercebi-me que não sabia diferenciar for de to, nem in de on ou at, porque através de conversas que eu tinha com amigos eu sempre ficava em dúvida. Decidi procurar uma vídeo aula sobre o assunto e agora eu domino as diferenças entre in/on/at, embora ainda tenha dificuldade com for/to. De novo, eu sou fluente. As dúvidas nunca vão embora.

Métodos pessoais

Todos os dias, escolho uma das duas atividades: ouvir a um áudio diversas vezes durante dois ou três dias, por pelo menos 20 minutos, e tentar compreendê-lo; ou assistir a um vídeo de gramática falado totalmente no idioma que desejo aprender, esse vídeo também sendo assistido novamente por dois ou três dias. No primeiro caso, dou preferência para vídeos ou podcasts com legendas ou transcrições, pois posso repetir em voz alta as frases que me são faladas, o principal exemplo disso sendo o canal e podcast Deutsch lernen durch Hören. No segundo caso, também repito o vídeo mais de uma vez quando encontro tempo no decorrer do dia, para ver se compreendi bem o que me foi passado.

Todas as noites, às oito ou nove horas da noite, gravo um áudio falando como foi meu dia no idioma que desejo aprender. Em seguida, ouço o que eu disse e escrevo as palavras que não soube falar, as estruturas que me equivoquei ou tive dificuldade de lembrar, ou frases que não falei por não saber conjugá-las corretamente. Pesquiso as palavras no dicionário, reviso as estruturas ou escrevo as frases no Reverso Tradutor, que providencia contexto para as frases para que eu possa comparar qual é mais coerente com minha situação.

Escrevo tudo à mão em um caderno. De acordo com o vídeo How I Learn And Remember Things Easily — The Effort Rule, ao escrever à mão, há uma garantia maior de memória devido à mais elevada dificuldade em escrever com papel e lápis quando comparada à dificuldade em escrever no computador. No método tradicional, há a necessidade de compreensão da mensagem antes de transferi-la para a folha. A única situação em que aventuro-me a escrever no computador é quando utilizo-me de aplicativos para conversar com pessoas ao redor do mundo, mas isso é assunto para o próximo tópico.

Recomendações

Passivas
Learn English With TV Series (YouTube): analisa diálogos de filmes e séries, e explica-os, bem como explica as gírias utilizadas pelos personagens
mmmEnglish (YouTube): aulas de gramática com legendas, feitas totalmente em inglês
Extra English (YouTube): série britânica do início dos anos 2000, inspirada em Friends, escrita com o público-alvo de alunos de inglês pré-adolescentes
Easy English (YouTube): filial britânica do Easy Languages, que entrevista os transeuntes sobre assuntos do dia-a-dia, sempre disponibilizando legendas para acompanhar os vídeos
English Learning For Curious Minds (Spotify, Pocket Cast, entre outros): podcast que fala sobre História, Filosofia, etc., e que disponibiliza transcrição de áudio em seu site oficial para que os estudantes acompanhem facilmente o interlocutor
Welcome to Night Vale (Spotify, Pocket Cast, entre outros): podcast direcionado a falantes nativos com uma linguagem de fácil compreensão, sobre uma cidade desértica em que todo terror cósmico é possível, desde gatos flutuantes no banheiro masculino até doppelgängeren, narrados pelo apresentador da rádio local, Cecil Palmer
Polygon (YouTube): canal que analisa videogames de uma forma bem-humorada e, por vezes, inconsequente, disponibilizando legendas na maioria de seus vídeos, direcionado a nativos com uma linguagem relativamente fácil
Project Gutenberg (organização): biblioteca online com mais de 60 mil livros em domínio público, disponibilizados gratuitamente para o público em massa; contém livros como Arsène Lupin, Sherlock Holmes, Orgulho e Preconceito, etc.

Ativas
Slowly: aplicativo de envio de cartas virtuais, enviadas de maneira anônima para todos os lugares do mundo
Hello Talk: aplicativo de mensagens entre estudantes de idiomas de todo o mundo, contendo exercícios e revisões gratuitas para aqueles que almejam aprender apenas um idioma
Gravação e análise de áudio: pode ser feita no próprio celular, e envolve falar sobre um assunto qualquer com seu gravador, ainda que não haja domínio do idioma em questão
Diário escrito ou anotações: podem ser feitas sobre qualquer assunto, conquanto sejam feitas no idioma estrangeiro almejado
Pensar em inglês: ao organizar seus pensamentos ou lembrar-se de uma conversa anterior, pode ser interessante transferi-la para o idioma almejado para que se veja que palavras você usa no cotidiano que você ainda não sabe falar e pesquisá-las depois
Comunidades no Discord: extremamente úteis para a comunicação entre-amigos com um interesse em comum, embora mais complicadas de serem encontradas

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