Mas o que é UX?
O UX é um termo relativamente jovem, usado pela primeira vez por Donald Norma em 1996 quando trabalhava na Apple. No Brasil, esse termo começa a ser usado só em 2010 e ganha muita força na pandemia do Corona vírus de 2020.
Mas o que seria exatamente UX? Em termos rasos, é um acrônimo de User eXperience ou experiência do usuário. A experiência do usuário vai além do produto, não é algo que se pega, é algo que acontece, está relacionado com os sentimentos, expectativas e impactos na vida do cliente.
Não confunda com UI, que é a interface do usuário, o desenho da tela. Existe toda uma ciência por traz de uma interface agradável, estudo técnico de tipografia, cores, layout e muitas outras coisas, mas o nosso foco aqui é no UX!
Mas o que é experiência? Soa um pouco filosófico, não é mesmo? Eu costumo dizer que é a interação de um conjunto de coisas, pessoas e momentos, vários fatores formam a experiência. Esse fenômeno tem por base o indivíduo, não existe experiência sem pessoas. Em outras palavras, UX é sobre pessoas e como elas interagem com as coisas.
Mas como conseguimos trabalhar e criar algo tão abstrato e como conseguimos provar que o nosso trabalho está surtindo efeito? PESQUISANDO! Para entender a experiência é preciso pesquisar, testar e pesquisar de novo.
Vamos olhar para quem é o usuário e como ele resolve os seus problemas, vamos fazer um levantamento de qual a faixa etária, gênero, etnia. Descobrir do que ele gosta e principalmente o que ele precisa, e depois que estiver pronto vamos perguntar para o usuário “O que você achou?” e vamos ajustar com base no que o usuário quer. É preciso estar sempre alinhando expectativas com o dono do produto, às vezes o que ele quer, e o que ele precisa não são a mesma coisa.
Um bom profissional de UX sabe que ele não tem uma solução, sabe que as boas soluções são criadas a partir do usuário. Tem uma frase de Henry Ford que ilustra isso muito bem: “ se eu perguntasse para as pessoas o que elas queriam, elas iriam dizer que queriam cavalos mais rápidos”. O olhar cuidadoso para as pessoas e suas necessidade deu a Ford a ideia para criar o motor do carro. É a necessidade que cria grandes produtos.
Outro bom exemplo disso é a Nubank. Com base na crença de que as pessoas necessitavam de um banco sem filas e burocracia criaram uma startup que oferecia cartão de crédito para todos, inclusive para quem estava com o nome negativado, com a missão de criar relacionamento, dizendo para o cliente que estava negativado: “Nós confiamos em você”. Depois, olhando para esse cliente, perceberam que precisavam de uma conta corrente e assim seguiram olhando para o usuário. O resultado disso é que esse ano conseguiram chegar ao topo da lista de melhor banco para se abrir um conta segundo a revista Forbes, ficando na frente de gigantes como o Banco do Brasil que tem 213 anos.
Porém é preciso também que esse produto seja rentável de alguma forma. O Duolingo tem por missão democratizar o ensino de línguas, mas você já pensou em como o Duo ganha dinheiro? De 3 formas: as publicidade que as pessoas que usam a plataforma de forma gratuita são obrigadas a ver; através de uma mensalidade que lhe dá varias vantagens na plataforma e através de traduções de textos — os textos que os alunos traduzem são parte de documentos que a empresa ganha para traduzir. O nosso produto também precisa ser viável, não dá para querer resolver um problema com uma ideia mirabolante que não existe viabilidade técnica, “o teletransporte não dá para fazer”.
Em resumo, a pessoa UX é um ser cheio de empatia, humildade, vontade de transformar o mundo em um lugar melhor, criar um mundo que é feito por pessoas para as pessoas, com espirito colaborativo e vontade de aprender. Essas são as soft skills que são habilidades que estão ligadas a quem você é , e essas habilidade são necessárias para ser um bom UX. Existem várias habilidades técnicas ou hard skills que um UX precisa dominar, ferramentas de criação de ideias, de interface e pesquisa, mas isso vai ficar para outro artigo!
Um abraço e até breve!
