Pesquisa com o usuário: Quais métodos usar e quando usar?

Vanessa Almeida Martins
orangejuicetech
Published in
5 min readJul 8, 2022

Um guia rápido para entender os métodos de pesquisas e saber tomar suas próprias decisões de forma assertiva.

O início…

Para a nossa alegria o time Nielsen Norman Group montou uma tabela para ajudar a saber quando usar cada método. Afinal, até aqui já devemos saber que pesquisa com o usuário pode e deve ser usada antes, durante e depois no projeto (se não sabia, agora tá sabendo).

Esse artigo é um guia rápido, ou deveria sê-lo, para você que — assim como eu — está começando, saiba quais métodos utilizar, em quais momentos utilizar e assim possa estudar sobre eles e fazer suas próprias escolhas. E digo escolhas porque serão vários métodos apresentados ao longo desse breve artigo.

Imagem de um rapaz muito feliz em descobrir que tem dicas boas aqui

Primeiramente irei apresentar à você a versão original resumida com métodos disponíveis em vários estágios do projeto.

Um diagrama listando os possíveis métodos e atividades de pesquisa de UX (Gráfico de Sarah Gibbons)

Assim como já foi dito, a intenção de apresentar esses métodos é apenas para que possa usar de guia e, sabendo por onde começar, aprender mais e avançar nos estudos e aplicações.

Por onde começar?

Cada projeto é diferente, ou seja, é necessário levar em conta todas as variáveis — tempo, orçamento, maturidade do projeto e contexto — para assim decidir quais métodos são mais apropriados, afinal cada um deles tem objetivos e insights diferentes. De qualquer forma o ideal é diversificar ou alternar os métodos em cada ciclo do produto.

Em falar em ciclo do produto, nesse artigo levarei em conta a metodologia Double Diamond, assim como ilustrado abaixo:

Fases da metodologia Double Diamond

Voltando ao “x” da questão em “Por onde começar?”, Elisa Volpato diz:

“A decisão entre uma abordagem e outra tem a ver com o que você quer descobrir. Um truque é prestar atenção no tipo de pergunta. Se você quer saber “por que” ou “como”, geralmente o melhor é uma qualitativa. Se quer descobrir “quantos”, o próprio nome já diz: é quantitativa.” (Elisa Volpato, co-fundadora e CPO do TESTR — Plataforma de teste de usabilidade ágil que ganhou 5 prêmios)

Então como escolher?

Para entender melhor quando e qual método usar podemos nos guiar pelo gráfico a seguir. Ele deixará mais claro para que serve cada técnica e assim nos ajudará a fazer nossa escolha.

Diagrama criado por Elisa Volpato com base no artigo de Christian Rohrer (2014)

No eixo horizontal: Pesquisa qualitativa vs quantitativa
Qualitativo é com pouca gente, quantitativo é com uma boa quantidade de gente!” (Citando milhares de pessoas).

O tempo dedicado a cada usuário e as amostras são diferentes, mas não haveria como resumir apenas nisso, pois é isso e muito mais.

Nos estudos qualitativos o foco é entender o comportamento do consumidor, descobrir suas necessidades, dores e oportunidades relacionadas ao assunto estudado, geralmente se tem o contato direto com o usuário. São métodos mais adequados para responder as perguntas sobre por que e como resolver um problema.

Enquanto nos estudos quantitativos o objetivo é quantificar quantas pessoas possuem um problema, comportamento e/ou necessidade. São métodos que resolvem melhor quantos e a quantidade de tipos de perguntas.

No eixo horizontal: Pesquisa Atitudinal ou Pesquisa Comportamental
Nem sempre a receita de bolo que sua amiga diz que faz é do jeito exato que ela faz…

Stitch tirando do forno um bolo gigante

Por vezes as pessoas podem dizer que fazem algo quando na verdade não o fazem assim (de determinada forma). E logo de início vale ressaltar, nem sempre os dois são a mesma coisa e na maioria são bem diferentes.

Na pesquisa atitudinal entendemos o que as pessoas dizem, conseguimos identificar, por meio das opiniões, expectativas as questões que devem ser abordadas.

Por outro lado, na pesquisa comportamental podemos analisar o comportamento dos usuários e entender como é a interação dele com o nosso produto na prática.

Enfim resumindo tudo o que foi dito: Caso você queira saber como as pessoas usam o seu produto use as técnicas do lado de cima do eixo e se quer saber a opinião que as pessoas têm sobre o seu produto, busque as técnicas do lado de baixo.

Agora, levando em conta a metodologia Double Diamond, o tempo, o orçamento, a maturidade do projeto, o contexto, você já pode escolher qual o método seu projeto irá se beneficiar mais.

Lembrando que diferentes projetos irão precisar de métodos diferentes e combinar diferentes tipos de insights só agregará ao seu projeto e, assim como cabe a cada um escolher com qual processo de design se sente confortável, novas experimentações devem ser tarefas diárias.

Grogu não desistindo de tentar, assim como você não deve desistir.

E, como prometido no artigo anterior, irei deixar um link para vocês com um mapa de ferramentas de pesquisa e minha promessa de um novo artigo falando sobre as ferramentas mais usadas.

Caso você queira que eu fale sobre algum assunto ou tema que tenha dúvida pode deixar nos comentários.

Esse artigo é feito por uma padawan¹ em início de migração de carreira que está em constante evolução e construção, deixo aqui livre para novas ideias e sugestões.
Então me ajude a evoluir e a colocar ordem no caos!

¹ Significa aprendiz, iniciante, e é um termo utilizado nos filmes Star Wars. São crianças que faziam treinamentos para se tornarem um cavaleiro Jedi, os cavaleiros do lado bom da força.

Referências:
Nielsen Norman Group
Nielsen Norman Group
User Interviews
Aelaschool

--

--