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Traduzindo o Blockchain para pessoas Normais

Miriam Oshiro
Originalmy
Published in
3 min readAug 31, 2017

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Já ouviu falar de Blockchain, leu vários artigos, assistiu vídeos mas mesmo assim ainda não entendeu nada o que é isso? Parabéns, você é uma pessoa Normal!

Hoje há uma quantidade imensa de conteúdo na internet explicando sobre Blockchain, muita coisa boa de verdade, explicações tecnicamente densas e excelentes para quem quer se aprofundar na tecnologia, porém ainda falta material para quem acabou de chegar nesse universo.

Este artigo tem a missão de fazer com que uma pessoa sem conhecimentos técnicos entenda o que é e para que serve o Blockchain.

Se quebrarmos a palavra em duas partes e traduzirmos ao pé da letra, teremos: Bloco e Corrente. Essas duas palavras já nos ajudam a guiar o pensamento para imaginar uma grande corrente que ao invés de ser formada por elos, é formada por blocos enfileirados um na frente do outro.

Chain também pode ser traduzido como cadeia, sequência, série, todas essas possíveis traduções nos direcionam para o mesmo tipo de pensamento.

Essa corrente de blocos ou cadeia de blocos é como se fosse um grande livro de registros, em que cada página é representada por um bloco, mas com a diferença de que toda informação armazenada nessa página ou nesse bloco, nunca mais poderá ser removida ou alterada.

Até aqui você já sabe que o Blockchain é uma sequência linear de blocos, com informações armazenadas em cada bloco e que essas informações nunca poderão ser apagadas ou alteradas.

Ficou fácil agora? Então vamos detalhar um pouco mais.

Novos blocos são adicionados nesta cadeia todos os dias, mais especificamente, a cada 10 minutos (aproximadamente) é gerado um novo bloco no Blockchain mais famoso e antigo de todos, o Blockchain da rede Bitcoin.

Existem diversas redes, cada uma com a sua moeda própria e cada uma conta com seu próprio Blockchain.

Cada bloco é acrescentado nessa cadeia através de complexos cálculos matemáticos, que centenas de milhares de computadores ficam calculando até chegar no resultado. O incentivo para que pessoas do mundo todo gastem processamento computacional para resolver estes cálculos, é que quem consegue resolver o cálculo primeiro, ganha uma recompensa em moedas daquela rede. Este processo é chamado de Mineração

No caso do Blockchain do Bitcoin, atualmente a recompensa é de 12,5 bitcoins que em Reais seria em torno de R$ 225.000,00. Mas não se engane achando que é fácil ganhar essa bolada a cada 10 minutos, hoje a capacidade de processamento tentando encontrar este resultado, supera em 300 vezes a capacidade de processamento do Google. Ou seja, não se iluda.

Agora além de saber o que é o Blockchain e o que tem dentro dele, você também sabe que essa cadeia aumenta devido a complexos cálculos matemáticos, que este processo é chamado de mineração e que o incentivo é uma recompensa em moedas daquele Blockchain.

Incrível não é mesmo?

Há muito mais detalhes sobre essa tecnologia que certamente é o grande avanço tecnológico dos últimos tempos. O que foi abordado aqui é somente um grão de areia no deserto se comparado a grandeza dessa tecnologia.

E para fecharmos com chave de ouro, se quem ganha a grande recompensa é somente o primeiro que encontra o resultado, então por que tantas pessoas continuam tentando ser o primeiro?

A resposta é simples, também é possível ganhar moedas da rede, escrevendo nas páginas do livro, ou seja, colocando informação dentro do bloco.

Os únicos que conseguem escrever no Blockchain são os mineradores, então as pessoas comuns que desejam que suas informações fiquem registradas para sempre no Blockchain, pagam para que os mineradores escrevam essa informação no bloco.

Quem paga mais consegue ter a informação gravada no bloco primeiro, quem paga menos precisa aguardar um pouco mais pois o minerador escolhe qual informação ele quer colocar no bloco e quem não paga nada pode ser deixado de lado e nunca ter sua informação escrita no bloco. Essa quantia que as pessoas pagam aos mineradores é chamada de fee de mineração.

Pronto, falar de Blockchain agora pode ser a pauta do happy hour!

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Miriam Oshiro
Originalmy

Engenheira de formação, COO e Co-founder da OriginalMy