É luta, luta e luta!
A luta pela democracia precisa resistir em todos os espaços possíveis. O movimento histórico não cessará neste infame momento golpista / por Júlio Fisherman
Jamais será esquecido o fato de que só está sendo possível condenar a presidenta Dilma Rousseff com um golpe.
Para derrubar o governo que foi eleito nas urnas, os calhordas se juntaram e esperam e tudo farão para ser poupados. Como de costume, foi preciso deixar de lado o que não convinha lidar.
Deixaram de lado: Cunha, o gângster até aqui não cassado.
Deixaram de lado: Temer, entre outros fatos corrosivos, um conspirador infame.
Deixaram de lado: Aécio Neves, para dizer o mínimo, citado inúmeras vezes em delações da cultuada operação Lava Jato.
Deixaram de lado: Renan Calheiros, provavelmente o político em exercício com a maior ficha de envolvimentos em escândalos.
Deixaram de lado e há muito tempo: Gilmar Mendes, vulgo Gilmar Dantas, um juiz da suprema corte que se comporta como militante político.
Deixaram de lado todas as arbitrariedades do juiz “herói”: Sergio “Malandro” Moro.
Para não falar em pelo menos mais uma centena de pilantras encastelados na Câmara e no Senado.
E deixaram de lado de maneira definitiva!
Seja como cúmplices, seja como recompensa ao trabalho sujo, já não se moverá nenhuma palha contra esta turma de brilhantes insígnias. Já estão cansados e o suposto combate à corrupção foi “oficialmente” vencido!
A turma de golpistas arrota falso moralismo e pretende promover uma farsa para salvar a pele e impor uma pauta regressiva para os trabalhadores.
O Brasil está carregado e os porões da polícia ideológica começam a ser preparados.
Porque este não será o país dos covardes e resignados como pensam os golpistas.
Não será o país que aceita o discurso hipócrita de canalhas de longa data e extensa ficha corrida em maracutaias e negociatas.
Não será o país onde honoráveis corruptos de direita pretendem criminalizar a esquerda com o auspício da imprensa aliada e espúria.
Não será o país onde os trabalhadores pagarão o pato amarelo do ajuste, livrando mais uma vez a oligarquia de arcar com o custo da crise e legando o mesmo às faixas populares.
Não será o país do combate seletivo à corrupção, maquiado com manobras jurídicas e arquivamentos vergonhosos.
A menos que se queira perceber como nação onde reside uma população bovina a espera da ração de sensações e idéias de uma mídia inescrupulosa; que se permite conhecer como terra de covardes que aceitam o engano de uma junta de parlamentares mafiosos e escrotos.
Não! A população brasileira resistirá implacavelmente e não reconhecerá temeroso governo ilegítimo!
Todo povo que se deixa oprimir e renuncia ao dever histórico de construir seu próprio destino, certamente padecerá na lama!
Aos progressistas e sinceros democratas só resta a firme resistência em todos os espaços possíveis. O movimento histórico não cessará neste infame momento golpista.
É luta, luta e luta!
Júlio Fisherman é escritor e jornalista.