A manifestação que você não vê na TV: existe e não vai desaparecer
Os maiores veículos de comunicação tratam as manifestações ForaTemer como se não existissem
No dia 7 de setembro de dois mil e dezesseis povo não foi às ruas para comemorar a independência do Brasil, mas para se manifestar contra o golpe, pedindo o afastamento do presidente Michel "Fora" Temer. O presidente foi recebido com o coro de "Fora Temer" durante o desfile das forças armadas em Brasília. Ele dispensou o desfile em carro aberto e o tradicional uso da faixa presidencial na cerimônia.
O dia foi marcado por centenas de manifestações em todo país. Se por acaso você tenha ligado a televisão para acompanhar, não encontrou nada. A grande falida mídia não noticiou esse acontecimento que se deu em vários estados, nas capitais e cidades do interior.
Movimentos sociais, centrais sindicais, pessoas de todas as idades e lotaram as ruas pedindo a saída de Temer.
Em Fortaleza, no final da manifestação, quando parte das pessoas já voltavam para as suas casas, policias militares atacaram manifestantes, transeuntes, trabalhadores da localidade e jornalistas com tiros de bala de borracha, spray de pimenta e cassetete.
Confira aqui a lista de todas as cidades onde ocorreram manifestações.
À noite, durante a abertura dos Jogos Paraolímpicos no Maracanã, Temer foi vaiado pela maioria que estava presente no estádio. O mesmo já havia acontecido no início de agosto, na abertura dos Jogos Olímpicos. A Globo não transmitiu ao vivo, mas as vaias foram ouvidas e até foram narradas pelo locutor da SporTV.
E se fosse o contrário?
Se fossem manifestações comemorando o impeachment, a Globonews faria uma cobertura completa, com 7 comentaristas analisando a quantidade de pessoas, lendo as faixas, com repórteres no solo entrevistando os passantes.
O Globo, a Folha e o Estadão colocariam a foto na capa, com uma família vestida com a camisa da seleção brasileira e comemorando a "independência do Brasil" sem o PT.
A Veja montaria para o domingo mais um mockumentary sobre uma nova empresa onde Lula lavava dinheiro — a Veja está se especializando em ficção, o pessoal do site Sensacionalistas deveria contratar seus redatores ou vice-versa, ou melhor não, eu não desejo nem para o meu pior inimigo esse emprego na Veja.
O Jornal Nacional faria uma edição recheada, com imagens de dentro da passeata — vocês já perceberam que eles só tinham imagens de dentro das manifestações contra a Dilma e nas outras são apenas imagens aéreas?
Mas bem… Como foi um ato contra o golpe, pedindo o afastamento do Temer, a mídia não se deu ao trabalho de cobrir e noticiar.
Desligue a TV e cancele o jornal
A mídia tradicional brasileira tem que cair junto com Temer. De uma coisa nós temos total certeza: não há mais nenhuma concessão a se fazer à essas corporações. Seus jornais, produtos, e tudo o que vier delas devem ser ignorados e combatidos.
As grandes corporações midiáticas do Brasil participaram do curso do projeto golpista, intensificaram seus procedimentos de manipulação como um mecanismo de agitação e propaganda. Como são as maiores empresas de comunicação, vêm usando sua popularidade para propagar suas ideias particulares.
Não é jornalismo, já que o seu comprometimento é entregar uma representação da realidade, manipulando a narrativa para que apenas o ponto de vista do interesse destas empresas seja veiculado. Fazem isso como se estivessem fazendo jornalismo, mas, na prática, funcionam como uma poderosa arma de agitação e propaganda da direita.
É possível fazer um paralelo com as operações da Igreja Católica durante a Idade Média. Não seria um absurdo dizer que a mídia atua como um aparelho ideológico com poder de persuasão, perseguindo, julgando e atacando o que lhe é desfavorável enquanto controla o comportamento de seus espectadores.
Não é possível acreditar na evolução de um país cuja sociedade é conivente com as atitudes espúrias desses grupos. Muito menos quem diz que a imprensa está do seu lado. A imprensa só está de um lado. O lado do dinheiro. E os corruptos é que estão com o dinheiro. Logo…
Nossa história não poupará esse grupos e quem não se posicionar — principalmente os funcionários, que por contrato acabam pactuando com seus empregadores — vai afundar junto.