A desculpa por não culpar — Livro 1: Capítulo 9

Rodrigo Bino
Os exilados e o Clube Tangerina
25 min readJan 17, 2023

Era de manhã, quase hora do almoço, mas ao sair da porta dos fundos do clube, havia uma noite fria com um céu estrelado, uma colina extensa e com leves inclinações, fazendo o chão parecer reto com alguns quebra molas extensos. No entanto, parecia reto, mas ao andar se percebia subindo aos poucos e de longe era possível ver as subidas e descidas das colinas. Aquiles coloca suas mãos no chão e arremessa pequenos blocos de terra no topo da colina. Porém, no ar, os blocos se estilhaçam.

Professor Miguel, com ajuda de outros dois integrantes, produzem notas com seus spearks e correm fazendo zigue zague na frente do clube, finalizando com mais notas e gestos no ar, como se escrevessem com o dedo indicador e médio juntos.

Havia algo tentando atingir o clube, mas não era visível a noite. O escudo que Miguel levantou com os dois membros do clube segurou bem a pancada.

No entanto, crateras surgiam próximo a eles, uma a uma, sem parar, num ritmo constante..

Armani estava vendo da porta, tentando entender. Até que ele vê exatamente onde um dos inimigos está.

Sem pestanejar, ao som de algumas notas, ele move algumas pequenas pedras em formas pontudas com lascas de gelo na direção daquele inimigo.

Todos ficaram admirados com o feito de Armani.

Após alguns segundos em silêncio, um som de eletricidade é escutado. Uma faísca surge no fim da colina e vários raios se expandem desordenadamente na direção deles.

Sr. Natanael e Aquiles entram na frente levantando barreiras de terra. Mas Aquiles percebe que a terra estava úmida. Numa velocidade impressionante Sr. Natanael faz fogo na mureta de terra.

O choque do fogo, terra e eletricidade, faz a mureta explodir em várias pedras, para o alto, atingindo quase todos, ferindo uma das pernas de Armani, o qual cai no chão de dor na mesma hora.

Sr. Natanael emite uma luz forte com suas mãos em direção aos inimigos, que correm para se esconderem novamente. Até que um deles surgiu ao lado de Miguel tentando destruir o escudo do clube.

— Que clube é aqui? — Pergunta o inimigo ao receber uma enxurrada de golpes de pedras e pedras de fogo de um ataque combinado de Sr. Natanael e Aquiles.

Mas parece que o inimigo estava inteiro, sem um arranhão.

— A gente vai descobrir de qualquer jeito. — Disse o inimigo limpando um pouco de pó de seu corpo. — Agora eu te chamo novamente subvelocern!

O inimigo deu socos no ar que foram sentidos a distância por várias pessoas que estavam na direção do soco. Após isso, ele salta bem alto no ar e demora mais que o normal para cair no chão.

— Essa é a técnica do… — Aquiles falava consigo, mas logo se interrompe.

Ele grita “Aqua” para Miguel, até que começa um ataque combinado de terra e água em direção ao céu.

O inimigo sem entender o que estavam tentando fazer, dispara vários golpes para baixo, sem precisar estar próximo.

Armani grita para todos ajudarem Aquiles e Miguel a ganharem tempo.

Armani cria um barrando ao tocar o chão com uma melodia feita por seu Spearks.

Natanael percebe e lança fogo nos projéteis de terra disparados por Armani.

Quem vê de longe vê fogos de artifício.

O inimigo consegue, do ar, atingir fortemente Armani, que voa em direção ao clube, obrigando os membros abrirem uma brecha para ele não cair em contato com o escudo do clube.

Ao fazerem isso, o inimigo fica feliz e grita, cantarolando para o outro lado, para o seu comparsa.

— A mina está aberta!

Nesse momento de distração do inimigo, Miguel e Aquiles pegam o inimigo num barro lamacento que logo se secava.

— Agora, Mestre! — Grita Aquiles para Sr. Natanael.

— Uau, este lugar é lindo! — Comenta Ravi interrompendo a história de Armani sobre aquele dia da invasão ao local físico do Clube Tangerina.

Armani, com braço enfaixado e uma bota ortopédica no pé esquerdo, comenta no seu jeito desapegado e robótico, para si mesmo, que Ravi nem o estava ouvindo.

Orion e Daniel estavam sem piscar os olhos.

Eles estavam no lugar físico do clube Tangerina, onde havia ocorrido a invasão. No meio do caminho para o clube, Armani, havia explicado que a escola é uma entrada secreta para o local físico, real, que ficava em outro lugar do planeta. Por isso o dia era diferente lá dentro. Sem saber explicar muito bem como isso funcionava ele comenta sobre ser algo entrelaçado por som quanticamente.

— Ar-ma-ni! Você deveria estar no hospital! — Grita a professora Liz.

— Ele também! — Disse Armani apontando para professor Miguel que estava com uma tipoia.

Liz, mudando sua voz e comportamento, diz: — Mas ele é um homem maduro, sabe se cuidar. Tenho certeza de que ele não exagerou.

Na mesma hora veio a cena de Professor Miguel gritando que estava difícil petrificar o inimigo e fechar o escudo do clube para o outro inimigo não atacar. O professor Miguel dizia que estava no seu limite.

“Ele exagerou, sim, professora.” — Pensa Armani.

— É, o professor deve ter muito fôlego e ruach de sobra, né?. — Disse Noel cutucando Miguel com o cotovelo.

— Ruach?

Perguntou Ravi e Daniel.

— Maduro? — Pergunta atrasado Orion levando uma encarada dos professores Miguel e Liz.

— Todos nós não deveríamos estar aqui, mas precisamos arrumar esse quintal o mais rápido possível para que não sejamos localizados. — Disse Sr. Natanael enquanto puxava uma cadeira para o lado de fora do prédio do clube.

— Sentem-se, logo vai escurecer. — Continuou Sr. Natanael. Mas os meninos olharam ao redor e não viram cadeiras. Enquanto procuravam cadeiras, Ravi se senta com tudo no chão fazendo um barulho alto.

— Luna, é bom ver você aqui novamente. Sentimos sua falta, de verdade. Ainda lembramos do que você pode ser capaz. — Disse Sr. Natanael.

Luna sorri sem graça. Denise olha para Luna e Daniel. Na sequência ela resolve pedir a palavra.

— Mestre Natanael, eu queria dizer algo antes deles despertarem.

— Como? Não despertaram? Vamos agora, porque o tempo pode estar acabando.

Orion e Daniel, um pouco reticentes, colocam as mãos nos bolsos e se surpreendem por não ter nada.

— Como assim, vocês perderam? — Disse Luna indignada se tornando mais ameaçadora que a história de Armani.

Enquanto isso, uma mulher misteriosa em um local desconhecido fora do clube, está retirando de um saco duas pedras. Levando para Carlinhos ela diz que podem seguir com o plano.

Carlinhos estava com quatro alunos e diz:

— Ótimo, vamos começar com esses dois que querem uma segunda chance. Martim e Lucas, venham!

O Leão pede esmolas — Parte 1

Enquanto isto, não longe dali, na escola Polivalor, que a tarde funciona para crianças do ensino fundamental, vemos algumas crianças de 12 anos que estão na 6ª série.

— É verdade… Ele era alto e tinha cabeça de Leão, chifres de alce, mas andava como um humano!

— Ah, pára… Você tá inventando só para impressionar a gente.

— Impressionar? Lógico que não, ou…

Ali está Pietro conversando com Edu antes da aula começar. Até que passa por eles Sora, uma menina japonesa super séria, dona de uma voz sonolenta e levemente mais grossa para uma menina.

— Sora, você acredita em mim? Deixa eu contar o que eu vi…

— Morra.

— Que medo da Sora! … Credo. — Dizia Edu, enquanto zombava de Pietro, por inventar coisas.

— Mas é sério, dessa vez ele me disse que se lembrou de antigamente, quando ele ajudou três jovens a entrar naquele lugar esquecido por meio de um balão.

— E você acreditou nele?

— Claro que não… Quero dizer… No começo eu perguntei quem eles eram, ele me disse os nomes, disse também que, uma vez, eles invadiram a casa do patrão dele. Foi quando perguntei porque ele estava de capuz pedindo esmolas. Ele me fez prometer que eu não gritaria. Mas assim que ele tirou o capuz eu saí correndo…Oh! … Nem ouvi o que ele tinha a dizer… Tô tremendo até agora.

— Mas você não dizia que ele era seu amigo?

— Ah, er… como posso dizer… era né? Eu sempre converso com ele no mesmo lugar… Mas ele é um monstro agora! Não dá! Não dá!

— Você é muito mentiroso, Pietro. — Debochava Edu.

Denise se abre

Voltando para as colinas do Clube Tangerina, Daniel e Orion estão preocupados, tentando entender o porquê de não estarem com os brasões. Até que Daniel diz: — Não tem problemas a gente esquecer. É tudo tão… Tão… Assustador. Eu, eu… Queria viver sem saber disso tudo.

Na mesma hora Ravi deu um soco na cara de Daniel.

— Você está magoando as garotas!

Daniel viu que Luna e Denise estavam tão cabisbaixas que nem repararam no soco.

— Ou, para que isto, Ravi? — Disse Orion indo em direção a Daniel.

Daniel, assustado, lembra do que Armani disse sobre Luna ter uma amiga que perdeu a memória. E depois se levanta e pede desculpas a todos.

Os professores já se aproximavam para apaziguar os ânimos.

— Me desculpe, Daniel. Eu sou muito emotivo. Mas eu que devo me desculpar também por ter ouvido a conversa de Luna e Denise. Então eu ouvi alguma coisa e eu posso sentir o que elas devem estar sentindo quando você rejeita isso.

— Você ouviu? — Pergunta Denise.

— Eu contei a eles que Luna viu Kallíope esquecer tudo que passaram juntas. Eu que deveria me desculpar. — Disse Armani.

— Não, vocês entenderam tudo errado. — Disse Denise antes que Luna pudesse dizer algo.

Luna tenta animar o ambiente dizendo que não precisavam falar disso agora. Mas Denise insistiu em tocar no assunto:

— Eu preciso falar… No passado eu fui da facção dos sonares autônomos! E eu dei trabalho a Luna, Kallíope e… E Daniel.

— Daniel? — Pergunta Orion.

— Eu? — Pergunta Daniel.

— Parte de mim ficou aliviada em saber que vocês não se lembrariam de tudo. Mas seria injusto com vocês. Eu… Eu …

Sr. Natanael interrompe dizendo: — O passado é passado. Você já pediu perdão. O mínimo que pode acontecer é ter que pedir perdão novamente a Daniel e Kallíope.

Miguel reflete dizendo para si em voz alta: — O passado é um presente dado à solicitação do futuro… Era isso?

Aquiles apenas olha de canto de olho para Miguel enquanto Sr. Natanael prossegue:

— Daniel, Orion e Ravi, vou ser direto. Denise tem uma irmã que foi sequestrada por um grupo desconhecido.

— O que?

— Sequestrada? Que medo!

— Eita minha nossa, nossa nossa!

— Ela achou que éramos nós que a sequestramos no início e acabou se unindo aos autônomos. No acampamento passado da escola, Luna, Daniel e Kallíope enfrentaram Denise. Me lembro de chegarmos e ver Luna contra Denise e alguns sonares autônomos. Denise e os capangas foram dominados com uma grande quantidade de ruach que até estremeceu o lugar.

— Ruach? — Refletia Daniel consigo.

— Luna conseguiu explicar o mal entendido que Denise havia feito em culpar a nós, sonares saudosistas. Luna a salvou. Infelizmente, logo após, Daniel e Kallíope perderam a memória. Luna e Denise, vocês não carregam essa história, esse peso, sozinhas. Isso é parte da nossa história!

— Eu… Eu não fiz nada disso. — Disse Luna.

— Como não? Testemunhas dizem que viu você manipular elementos em um nível jamais visto por novatos. Sabemos que você é usuária dos três luzonares juntos. Você não tem ideia do quão nosso clube se tornou alvo de mais procura, mas, ao mesmo tempo, gerou medo de nos enfrentar. Você é muito importante.

“Luna pode fazer isso? Mas isso é impossível, não?” — Armani fica admirado enquanto pensa.

Luna fica assustada com essa fala, se sentindo impostora, enquanto abraçava Denise.

— Mas… Então… É por isso que a fonte da pedra sonar não funciona comigo? — Pergunta Luna.

— Não funciona? Possivelmente ela deve mostrar os três luzonares juntos. — Ria Senhor Natanael.

— Mas porque eu não me lembro dessas coisas? — Luna coça a cabeça

— Uai. Luna é tão forte assim? — Pergunta Ravi.

Armani questiona: — Isso é mesmo possível sem um speark?

Daniel fica inquieto e diz:

— Com licença, isso é impossível. Eu lembro desse acampamento, todos os momentos, e isso não aconteceu… A gente estava para ganhar o teste de coragem do acampamento e… Eu lembro… Algo sobre eu estar cansado e passando mal, por isso saí do jogo… Que estranho! — Daniel termina a frase mais lentamente.

— O que foi, Daniel? — Pergunta Orion.

— Eu não sei. Foi só uma sensação estranha, mas não sei… Pra ser sincero, parte de mim quer acreditar, mas não é fácil. Pelo menos a ciência…

— “Pelo menos a ciência não chegou a ponto de desenvolver algo assim, talvez no passado.” — Completou Luna dizendo ser algo que Kallíope disse naquele dia quando ficou sabendo por Luna sobre a possibilidade da amnésia.

Armani então pergunta: — Luna, então você estava triste, não só pela Kallíope, o Daniel também?

— Bem… Sim. Er… Um pouco… e por eu não ter feito tudo isso que falaram. Eu estava animada para falar a verdade. Mas acho que forcei as coisas, né? Foi a primeira vez que tentei recrutar pessoas que realmente me ouviram… Me descul…

— Idiota. — Disse Armani.

— Hã? Como assim, seu…?

Aquiles dava uma risadinha e Miguel perguntou se ele se identificava.

— Nunca é nossa culpa se alguém rejeita. A gente recruta para saber quem é um dos nossos e quem não é. Eu raramente tento de novo a mesma pessoa, mas Daniel está tendo uma segunda chance com você. — Disse Armani.

— Não… Não foi por querer. Não o recrutei intencionalmente… A bicicleta, aquele brutamontes daquele dia e… As coisas foram acontecendo e sei lá, ele já estava envolvido.

— Eu lembro daquele dia. Lembro de Daniel já desacordado, enquanto você estava cansada com Denise no chão, cansada também e pareciam amigas naquele momento. — Disse Armani.

— Mas eu não me lem…

Denise interrompe Luna: — Você foi gentil comigo, Armani. Você disse que não queria saber o que estava acontecendo mas me ajudou a levantar depois de Luna e disse que ia ficar tudo bem. Que você me aceitaria no clube… Foi exatamente nesse dia que percebi que… — Denise fica vermelha e hesita em continuar a frase. Por isso abaixou a cabeça.

Luna percebeu e conectou os fatos, sobre a possibilidades que Denise falava e que de fato, talvez, ela realmente gostasse de Armani.

Então, depois de alguns segundos, Denise tentou continuar, mas Armani interrompeu.

— Eu devo ter dito isso mesmo. Afinal, a rainha gelada poderia ter uma nova chance e aquele momento parecia exatamente propício.

— O que você disse? — Disse Denise pausadamente.

— Afinal, tinha o lance da Terrorista da Névoa também, onde vocês duas estavam envolvidas. — Disse Armani.

Orion e Ravi comentaram: — É mesmo. Rainha gelada é o seu apelido.

O que levou Daniel a perguntar desde quando este era o apelido dela e quem era a Terrorista da Névoa.

Sr. Natanael comentou com Armani que isso era interessante, mas Armani perguntou por que.

— Provavelmente Daniel ouviu esse apelido em contextos de quando alguém falava do brasão sonar a ele e por isso só ele não se lembra do apelido. Ou seja, ele aprendeu sobre o brasão sonar quando ouviu o apelido.

Daniel fica bastante perturbado com as evidências de que ele realmente teve amnésia.

— Você não conhece esse apelido? — Pergunta Orion. — Até eu que entrei tardiamente nessa escola sei.

Luna tentou dizer para não ficarem trazendo isso a tona, afinal, Denise não era uma rainha do gelo mais. Porém, Orion continuou dizendo:

— Cara, você nunca reparou que nenhum menino dá em cima dela? É porque todos os foras que ela dava eram épicos. Ela fazia o cara achar que realmente estava gostando dele, e quando percebia que ele iria pedir ela para sair ou namorar, ela fazia questão de falar na frente de todos que o rejeitava, dizendo todos os motivos em voz alta. E isso queimava os garotos com todas as garotas da escola.

Samanta comentou com Luna e Denise: — Mas espalhar a má fama de um cara, principalmente num fora, é comum para nós.

Luna e Denise riram. Nisso Professora Liz cochichou com elas: — Afinal, precisamos proteger nossas amigas de certos caras, né? — Disse professora Liz piscando o olho.

— Mas e a sua carta para Deni…

— Ah, que carta, que carta… não sei do que você está falando. — Disse Orion rindo sem graça.

Mas se aproximando de Daniel, cochicha, dizendo que não era real e que, se ele visse a carta, veria que ele não havia assinado o nome dele, porque ele não queria enfrentar a rainha de gelo.

— … e você, não tem muitos podres. Duvido que ela seria assustadora com você se te desse um fora.

Denise se aproximou envergonhada de Daniel e olhando para o chão pediu desculpas por ter feito isso com ele também. Depois se virou para Luna e pediu desculpas para ela.

Luna respondeu sem entender: — Por quê? Eu te perdoei no dia.

— Não, não é isso. Eu… eu acho que é minha culpa Daniel não ter despertado. Eu te atrapalhei.

“E eu te entendo, Luna. O que a Clara disse que falam de você, não é muito diferente do que dizem de mim.”

Memórias de um acampamento esquecido

Há um ano atrás, a escola Polivalor estava organizando seu tradicional acampamento com os primeiro, segundo e terceiro anos.

Na sexta-feira, no último dia de aula, antes do acampamento que se iniciava a tarde daquele mesmo dia, Daniel reuniu toda coragem que tinha quando se viu numa situação em que ele poderia sentar-se ao lado de Denise no ônibus, já que seus nomes se iniciam com a letra D.

Era difícil encontrar Denise sozinha. Sempre estava com suas amigas, que estavam mais para tietes. E além disso, seus foras em garotos eram assustadoramente épicos.

Orion ainda não estudava lá, então Daniel conversava às vezes com algumas pessoas, inclusive com Ravi. Denise havia perdido uma folha quando todos já estavam subindo no ônibus para o acampamento. Daniel repara que ela havia deixado cair antes de entrar e entrega a ela com vergonha.

Denise agradece aliviada, porque era muito importante aquele papel, mas ao ouvir sua voz e a maneira como ela agradeceu, ele fica intimidado e perde toda coragem que reuniu. No fim ele concluiu que precisava reunir mais coragem.

Quando o ônibus estava para chegar no local do acampamento, Daniel, que estava sentado ao lado de Denise, passou a viagem inteira tentando pensar num assunto para puxar, mas não conseguiu. Foi uma viagem em silêncio comparando com outras duplas de poltronas. Quando viu que o seu tempo estava acabando, Daniel resolveu comentar que ainda bem que ela não perdeu aquela folha.

Denise estranha o comentário vindo do nada depois de tanto tempo de silêncio. Depois de alguns segundos de um silêncio constrangedor, onde Daniel pensa mil formas de se chamar de burro durante o silêncio, até que ela diz com um sorriso: — Graças a você.

— Imagina. — “É agora…” — Eu… Bom, sabe, eu não sei ser co-como os outros caras que vo-você co-conheceu, mas faz um tempo que…

Denise nessa hora estava pensando: “Não, não, não…ele não vai fazer isso, né? Estava tudo indo tão bem e tranquilo. Você é desses?”

— …e Daniel se declarou para mim no ônibus, naquela época. — Disse Denise.

Todos ficaram chocados.

Neste momento, Daniel fica tão envergonhado e ao mesmo tempo tonto e confuso por lembrar de seu sonho do cãozinho. Mas sem entender o porquê no sonho era óbvio ser ele o cãozinho. Mas se perguntava no porquê se lembrar do sonho agora.

— Da-Daniel o quê? — Pergunta Luna com o queixo caído em seus pés.

— Sim. Ué? Luna, você que o incentivou na época, não foi? Eu ouvi dizer.

— Luna o quê?

— Ah… Er… Mas é que… Longa história. — Luna ria sem graça.

— Isso justifica o Dani ter feito algo tão assim ousado. Porque se dependesse dele eu acho que ele não se declararia. Me pergunto como Luna o convenceu. — Disse Orion.

— Mas como foi antes do acampamento, e lá estava cheio de atividades, por algum motivo eu mal consegui concluir minha estratégia de sempre, de dar um fora com… com plateia.

Luna desviava o olhar e simulava um assobio mal feito.

— Vocês que me impediram de fazer isso? — Pergunta Denise.

— Eu quero saber mais, conta mais desse flashback aí! — Disse Orion comendo pipoca imaginária.

Naquela época, no momento da confissão de Daniel no ônibus, Denise respirou várias vezes fundo e fez o que fazia com todos que enchiam o saco dela com pedidos como esses. Ela fazia o menino achar que ela estava gostando dele para no fim, dar o seu doído fora.

— … Nossa, eu não sabia Daniel… Eu… Eu… — Enquanto Denise fazia uma longa expiração, como quem resolvesse em sua mente ceder, pensava no que alguém como Daniel poderia querer ouvir para achar que ela poderia gostar dele. Então ela continuou.

— Eu nunca pensei nisso. Por favor, eu queria pensar melhor. Preciso organizar minhas ideias. Tudo bem?

Denise disse isso, porque de fato ela precisava pensar melhor como sair dessa, embora para Daniel soasse como se ela fosse pensar com carinho sobre a confissão dele.

— Ah… É… Tá bom, leve seu tempo. Sem pressão. — Disse Daniel nas nuvens.

Luna, incomodada por algum motivo, interrompe a história dizendo: — Denise, você não deveria estar expondo os sentimentos de Daniel na frente de todos aqui assim!

Armani, de forma pragmática responde: — Eles perderam o brasão, logo vão esquecer essa conversa. Não vejo problemas.

— Er… eu não me lembro. Sinto que é outra pessoa… Po-pode continuar… eu acho… — Disse Daniel mais corado e confuso, porém cabisbaixo se sentindo derrotado e exposto.

Denise consentiu na fala, mas justificou que era para o bem da Luna: — Por favor, ouçam até o final.

Denise conta que eles estavam em times diferentes nas brincadeiras noturnas, nos testes de coragem em grupo.

Ela estava estressada por não conseguir um tempo ainda para dar um fora em Daniel montando um palco para o constranger. Ainda mais, ela deveria manter a pose para suas seguidoras e continuar mostrando interesse para Daniel. Ao longo dos dias ela tentava combinar um encontro com ele em algum lugar com muita gente, mas nunca dava certo. Por causa desse estresse todo, além de outras questões envolvendo o sequestro de suar irmã, ela resolveu jogar de qualquer jeito o teste de coragem e convenceu suas amigas a atrapalharem os outros grupos. Então as amigas que estavam em outros times sabotavam as provas.

Para o azar de Denise, ela havia se encontrado durante uma das provas noturnas sozinha com Daniel. Percebendo que ele queria saber a resposta dela, ela se via sem suas amigas ou plateia e por isso não conseguia continuar mais atuando. Durante o acampamento ela foi dando esperanças a ele de forma sutil para prepará-lo para o abate. Mas o momento do abate nunca era propício por falta de plateia.

Mas, ela desistiu de concluir seu plano ali dizendo: — Olha, Daniel, eu não tenho interesse em namorar, tá bom? Ainda mais com você… Eu nem sei quem é você! Como você pode gostar de alguém que você vê ao longe? Eu não entendo vocês, meninos imaturos. Por favor, vai procurar areia que caiba no seu caminhão. Que raiva de vocês!

Na época, Daniel ficou profundamente triste e ficou ali parado sozinho, até que Luna e Kallíope o vêem. Seus olhos estavam brilhantes, parecia que iria chorar, mas nenhuma lágrima saiu. Tentaram consolá-lo enquanto perguntavam o motivo daquela cara fechada dele.

— Mas eu sempre estou de cara fechada. — Disse Daniel com um sorriso amarelo para tentar fugir do assunto.

Por consequência dos atos de sabotagem das amigas de Denise, Luna, Daniel e Kallíope, em uma determinada etapa das provas, acabaram numa sala que tinha vários equipamentos de salão de jogos e cadeiras.

E durante o processo todo, Daniel refletia internamente o quão era real os boatos sobre Denise.

— Ora, ora, temos três cãezinhos perdidos aqui. Entreguem suas pistas. — Disse Denise com suas amigas.

Denise pede às duas amigas chamarem outras amigas. Elas saem e agora os quatro estão lá naquela sala.

— Eu sei quem é você, Denise. Você trabalha com os sonares autônomos. Ou devo te chamar de Terrorista da Névoa? — Disse Luna.

Denise surpresa, mas sem se abalar, responde: — Ah, então vocês são desses clubes secretos que fazem coisas suspeitas perturbando a ordem, não é?

— Do que você está falando? Não fazemos isso…

— Me poupem dos detalhes. Eu não quero saber. E não me compare com aquela terrorista sem coração. Vocês deveriam ser presos, expulsos daqui! Deveriam ser exilados do reino do Circuito das Águas.

— Me des-desculpe interromper, Luna. Eu sei que há dias você tem me contado sobre o clube, mas, eu não sou de clube algum. Mas, De-Denise, você é a que mais deveria ser expulsa, por brincar com os sentimentos dos outros! — Respondeu Daniel com tanta raiva que era possível ver suas mãos tremendo.

— Oh? Ora, ora… Crianças, vocês são meninos imaturos e acham que estão levando a sério quando me pedem em namoro? Ao menos não sejam covardes e se esforcem em conhecer melhor a garota que vocês querem. Mas enquanto houver um clube como o de vocês, eu vou tratar todos como hostil. O seu caso é pior, Da-ni-el da cidade Alvorada. Percebi que vocês estão escondidos e disfarçados em todos os lugares fazendo coisas suspeitas! Adoraria denunciá-los para OCMR. Um cidadão de Alvorada é um prato cheio para eles, não é?

— Cala boca, Denise! Isso é… Que droga! Você vive uma farsa pra magoar os meninos. Quem não tem coragem aqui é você! Você se pouparia mais se fosse sincera desde o começo com todos. E…

— Cale a boca você! Você não entende nada! Eu sou sincera quando dou fora! Não é questão de ter coragem aqui… Que raiva! Há um ano atrás minha irmã foi… Foi… Foi… Sequestrada por vocês! E vocês vão pagar se não me disserem onde ela está!

Denise, com seu Speark, faz as águas saírem dos canos das paredes e teto em direção aos três. Kallíope ficava assustada tentando entender logicamente o que estava acontecendo.

Denise esfriou a água e os três começaram a ficar com frio. Luna era iniciante, então abaixou no chão e colocando as mãos no piso, fez o chão saltar embaixo de Denise, o que a faz cair.

Luna corre para cima para a impedir de fazer movimentos, mas outras amigas chegam. As amigas que eram sonares fecham a porta deixando as outras do lado de fora.

Então elas também dominam a água formando um bloco de água disforme e flutuante que levantava Luna do chão. Aos poucos era possível ver que a água estava se cristalizando por conta da temperatura.

Foi naquele momento que Luna, num grito desesperado e quase inconsciente, diz: — Não fomos nós. Há um mercado negro de…de… spe…spearks… E-eles seques-questram a gen-gente. Eu que…

Quando Luna faz uma revelação importante, Daniel praticamente ignora aquela revelação e grita:

— Denise, a gente não acabou! — Grita Daniel.

— O quê?

— Você é pior do que pensei. Você nunca terá alguém que te ama de verdade!

— Ora, seu…

— Eu não posso acreditar em alguém como você que essa história de irmã é verdadeira. Suas atitudes não fazem jus a quem você pensa que é. Você se acha justiceira? Sua irmã não deve estar orgulhosa de você!

Enquanto Daniel argumentava com Denise, Luna fala quase sussurrando em meio a bolha de água, onde seu rosto estava fora ainda, porém com a pele branca e saindo fumaça de sua boca: — Daniel… Fuja!

Luna quase desmaia e Kallíope sem saber o que fazer acaba ficando pálida e desmaiando de tanto se explicar logicamente o que acontecia. Ela tentava se acalmar o tempo inteiro dizendo que haveria uma explicação científica para o que estava acontecendo. No instante em que Kallíope desmaiou, Luna deu seu último grito enquanto Daniel estava cada vez mais assustado e enfurecido.

— … a partir daí é tudo confuso. Me lembro de ter visto a água que estava em Luna voar para as meninas que estavam lá e congelar na hora, ao mesmo tempo que vi ficarem petrificadas. Eu lembro de ter visto faíscas e alguns jatos de fogo esquentando o lugar. Eu vi manipulações de vários elementos simultâneos enquanto fui arremessada. Mas não lembro mais todos os detalhes direito. Sei que vi Luna se aproximando até mim, pálida, gelada e com um semblante diferente. Algo tinha me atingido. Luna dizia que o clube poderia encontrar minha irmã, porque eles também procuravam esses sequestradores há anos. Lembro de Daniel desacordado e Kallíope também.

— Caramba, a Denise era intensa! — Disse Ravi, enquanto Orion fazia: — Shhhh!

— Lembro que depois da gente conversar exaustas no chão, o Armani chegou e ver que Daniel já estava acordando e perguntou se ele iria usar o brasão. Eu me lembro de Daniel balançando a cabeça negativamente e Luna perguntando o porquê. Você lembra Luna? Lembra o que ele disse?

— Sim, eu suponho…

— Embora tenha dito não, não foi apenas isso que ele disse com os olhos. Ele me olhou e disse que era melhor esquecer tudo aquilo e voltar ao normal.

Na época, Luna e Denise cansadas no chão conversavam.

— Sabe, Denise, eu queria ficar assim para sempre. — Disse Luna.

— Como assim?

— Ah, nada não.

No momento atual, Denise pensava consigo o que Luna queria dizer com isso. Era a única coisa que ela não havia entendido daquela conversa.

— Denise! Você está pensando em mim, para me deixar com menos culpa, mas não pensou nele ao contar essa história? — Protesta Luna brava.

— Hã?

— Você está querendo dizer que eu saí do clube por Daniel e Kallíope ter perdido a memória? E que parte é sua culpa?

— Bem, não sei isso, mas acho que ele disse que não entraria no clube porque estava com raiva de mim e…

— Você está errada. Eu fiquei triste e frustrada, mas aquela não era você, então quem você está culpando?

Denise se surpreende com aquela fala enquanto Samanta entra na conversa e tenta apaziguar o clima:

— Calma, meninas, calma. Denise, você na verdade está preocupada com as memórias que Daniel possa despertar de você. Certo? Você não quer que ele veja aquele seu lado mais, não é? Não faz sentido essa preocupação. Ravi, o que você acha?

— Ravi? O que ele tem a ver com a história? — Se pergunta Orion.

— Eu? Bom… Eu não sei o que é pra falar, mas sei lá… Eu sempre soube da fama da Denise. Mas nunca liguei. Acho que eu entendo o lado dela de ser perseguida por tantos meninos. Mas quando o brasão me despertou, eu lembrei de várias coisas, várias pessoas, várias falas. Mesmo assim, não julguei a Denise, porque imaginei que ela fosse outra pessoa esse ano. Quem me fez acreditar nisso foi… Daniel, posso contar? — Ravi levanta a sobrancelha para Daniel repetidas vezes.

— Acho que Daniel está em choque. — Disse Orion.

— Não, não… não tô. Eu não tenho essas memórias, então eu não sei o que achar ainda. — Disse Daniel fazendo um sorriso forçado.

— Bom, eu vou contar então… Mas prometa que não vai ser covarde e querer esquecer só porque contei.

Daniel fica pensativo sem entender o que é e dá aval para Ravi prosseguir.

— Bom, eu dizia que acreditei que Denise era uma outra pessoa por ver Daniel, depois daquele fora, parecia que ele ainda gost.. Ah… é melhor deixar pra lá. Eu não sei expressar bem. Mas, sei lá. Acho que Daniel, no fim das contas, não a destratou depois de quando eu soube dos boatos do fora. Ele fez o contrário da Denise, ele continuou próximo e isso me fazia entender que Denise havia mudado. Ah, eu não sei o que estou falando…

— Ou seja, o que os boatos diziam era que Daniel tinha dado um fora na Denise. — Complementou Samanta.

Denise e Luna ficam assustadas.

— C-como assim? — Disse Daniel.

— Isso explica muita coisa. — Disse Denise e Luna.

Samanta respondeu: — Ai, vocês do primeiro ano são tão lerdinhos! Eu fiquei sabendo do boato e várias garotas se interessaram mais no misterioso Daniel. O garoto que veio de um reino misterioso e que deu um fora em Denise. Todos os meninos diziam que ele tomou fora, mas entre as meninas, o boato correu cheio de interpretações e contextos de outros fatos. Como Denise deu muita bola para Daniel no acampamento, no final, viram que Denise estava mais triste e Daniel não conversava com Denise mais como antes, estava como se nada tivesse acontecido. Claro. O efeito da amnésia já o tinha atingido no dia seguinte. A culpa do Daniel ter perdido a memória é dele, somente dele. Assim como hoje também será. Todos somos exilados do Reino de Allumira. Cada um é responsável por sua readmissão por meio das pedras sonares. Eles perderam as pedras. Depois de hoje eles não lembrarão dessa conversa. E mesmo se lembrassem nada iria mudar. Ravi não te julgou porque, na perspectiva dele e da forma confusa com detalhes que fazem sentido para ele, entendeu que você era outra pessoa. Aquela Denise não existe mais. Obrigada pelo relato, Ravi. — Samanta dá um passo para trás.

— Obrig… Não, de nada. Eu acho… — Disse Ravi coçando a cabeça sem entender seu papel.

— Aliás. É essa técnica que usamos para ler a linguagem allumiriana, não é? Contexto, intenção, intimidade e ação são as chaves para decifrar nossas mensagens. Não é? Isso usamos para tudo. — Concluía Samanta.

— Gente, eu posso falar? — Pergunta Daniel timidamente.

— Oh, o Dani quer falar! — Grita Ravi. — Atenção!

Daniel levantou e prosseguiu: — Er… Não é para tanto, Ravi. Eu não sei se entendi muito bem toda essa conversa. Eu me sinto muito culpado por ter dito essas coisas que não lembro para Denise… é estranho… Mas eu sinto mais culpa por perder a pedra. Eu-Eu não… Eu não sei. Agora eu gostaria de ter a pedra e despertar. Eu não sei como poderia ajudar o clube. Isso tudo é assustador. Denise, obrigado, eu acho, por… Você deve ter tido muita coragem para falar isso na frente de todos. Apesar de você, aparentemente, fazer isso tranquilamente no passado com os meninos que te davam em cima.

Ravi, Samanta e Luna ri enquanto Denise ri sem graça sem saber se era um elogio. Daniel então continua:

— Mas eu não me senti exposto. Você contou uma versão de um Daniel que eu não lembro, que não conheci. Assim como uma versão de você que não existe mais.

Denise fica emocionada por ouvir aquilo de Daniel.

— Pelo menos o que posso dizer é que o Daniel de hoje não tinha intenção alguma de te importunar com este assunto de…de… Ro-Ro… Romance. — Disse Daniel.

Ravi e Orion se olham sem acreditar na fala do amigo. Denise, surpresa com aquela fala de Daniel, pisca os olhos rapidamente para limpar de possíveis lágrimas.

Luna se aproxima e encara Daniel dizendo: — Denise!

Daniel estranha e continua ali tentando entender o por quê de Luna estar encarando falando o nome de Denise.

— Uau. Não pode ser. O avestruz disse a verdade!

— Avestruz? — Questiona Daniel.

— Ah… Er… Nada não. — Ria Luna sem graça.

E Daniel continuou:

— Mas eu acho que no fundo eu lembrava dessa história. De maneira diferente. Eu sonhei esses dias que eu era um cachorro, e tinham dois animais a mais. Havia frio, lágrimas de gelo. Depois da sua história, de um jeito estranho meu sonho fez sentido. Mesmo assim, eu me enganava que gostava de alguém na época, pelo menos, é a memória que tenho hoje quando penso no ano passado. Acho que porque sempre me pressionavam que eu tinha que gostar de alguém e aí eu acabava escolhendo uma menina para ter uma resposta e participar da conversa dos meninos. Eu acho que me conheço. Não é do meu feitio fazer isso de me declarar no ônibus. Eu sei que você pode estar falando a verdade. Mas eu quero entender o que aconteceu pra eu ter feito isso tudo. Eu quero lembrar…

— Me-Melhor deixar para lá… — Luna assobiava de qualquer jeito.

— Luna!? — Denise olhava sério para ela, mas logo dando uma risada.

Sr. Natanael finalmente fala: — Interessante meninos, muito interessante. Estou gostando da história. Daniel, é o que chamamos de mensagem criptografada. Toda a comunicação de Allumira é assim. E sua mente não esquece mesmo, ela só camuflou sua experiência com uma espécie de criptografia que só um Allumiriano…

— Sonares. — Diziam Luna e Denise.

— … pudesse interpretar. — Finalizou Sr. Natanael.

— Me acordem quando a novela acabar. — Disse Aquiles se agachando para deitar no chão para cochilar.

— Eu não quero esquecer tudo o que vivemos até hoje. Eu, eu… Eu sinto que sou uma pessoa melhor agora. Não quero voltar ao que… — Orion percebe que sua voz fica embargada.

“Por outro lado, sinto que realmente eu tenho forças para me declarar para ela agora…” — Orion concluía em seus pensamentos.

Daniel, já sem cara, pede desculpas novamente por perderem a pedra e por ter dito que não queria despertar novamente.

— Por que estão tristes? Olhem o que achei! — Nisso chega Ricardo às pressas dizendo que algo extremamente raro aconteceu.

Próximo capítulo

Quando alguém se vai — Livro 1: capítulo 10 (Final)

Créditos

Autor e ilustrador: Rodrigo Bino
Revisão de texto: Ana Maria Maia Dias

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