Dú(í)vida
Tenho tudo o que mereço?
A dúvida tem o seu preço.
Insiste em me ser companheira.
Nesta busca inconsciente
de me trazer consciência.
E se de mim esqueço?
Se por fim, desapareço?
Me esvaio que nem poeira.
Nem louco, tampouco demente,
sou limite da decência.
Na minha dor é que cresço.
Na dor, eu me fortaleço.
Sua pronúncia é traiçoeira.
No que me faz ser vivente,
me esgota a paciência.
Sempre sou meu recomeço.
Nos fins que me reconheço.
Na linha da vida inteira.
Em débito, sou só, semente,
brotando nessa existência.
(Alieksandr Míchkin — 12.99 / 07.17)
Curtiu esse texto? Clique no 🖤 e deixe seu comentário!