A criatividade, vendas, tempo e transformação e a nossa sina de se ensinar.

Como a criatividade será diferencial do profissional do futuro e para o futuro do empreendedorismo

Julio Dario
LadoB
6 min readJan 15, 2017

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Esse final de semana tivemos uma visita na minha querida Araxá/MG de uma grande amiga e parceira de ideal Liliane Além-Mar, o próprio nome dela já sugere que ela é uma pessoa que vai além.

Pois é… Lili, como a chamamos é uma mãe amorosa, uma empreendedora nata, cigana de moradias e de pensamentos que foi meio que “forçada” a empreender pela situação repentina (apesar de eu verdadeiramente achar que tudo tem sua hora certa) e mergulhou nas disciplinas apaixonantes que discorrem sobre a transformação social, moral e intelectual gerada pela ação de empreender um sonho, um projeto.

Conversávamos sobre vendas, crenças limitantes e como o ser humano tem dificuldade de entender que nascemos pra vender. Na atual conjuntura social, vendemos nosso precioso tempo (que é a moeda mais cara do mundo, diga-se de passagem), para uma empresa, projeto, sonho ou para pagar as contas mesmo.

Como assim Julio? Vendemos o tempo?

Pois é… na verdade ainda não chegamos no nível consciencial de que nascemos pra vender… quando choramos querendo uma mamadeira estamos vendendo persuasivamente a ideia de que estamos com fome, e hoje, adultos, estamos vendendo o nosso tempo para o CNPJ que paga por ele, mensalmente com impostos, todo o valor que possamos gerar para nossas organizações.

Ai está a primeira reflexão.

A moeda tempo é padrão para todos nós, pessoas que fazem projetos grandiosos e atuam em pequenas e grandes empresas que também geram institutos que formam pessoas e que realmente mudam o mundo através da iniciativa privada, também possuem as mesmas 24 horas por dia que nós possuímos.

E porque fazem muito mais do que nós?

A primeira palavra que considero ser relevante para essa atitude chama-se idealismo.

Sim pessoas idealistas deixam o sentimento de “coitado de mim valha-me Deus” para uma atuação protagonista, muita das vezes fazendo o papel de seu chefe imediato, do seu patrão e como vivemos no Brasil, fazendo o papel do estado que arrisco dizer que além de não ajudar ainda atrapalha com altas cargas tributárias.

Sim… empreender no Brasil é uma arte.

Mas voltando… Se você está infeliz no seu emprego atual vendendo seu tempo por não querer vender nada e só de falar a palavra “vendedor” já te causa náuseas, sinto em informar amigo(a), mas, saiba que:

você está vendendo sim!

e está vendendo a moeda mais preciosa que você possui hoje, igual para todos e sem reembolso depois que foi gasta. (que antagonismo não?) –

Imagem do Filme “O Preço do Amanhã” … se você não assistiu, assim que acabar de ler já se programe… altamente recomendado para reflexão sobre o que estamos conversando. ( Tem no Netflix… )

Uma vez definido o quão importante é seu tempo é inadmissível você como CEO da sua vida matar seu tempo precioso vendendo algo que não está adequado com sua missão de vida.

Precisamos questionar a todo momento se estamos tendo clareza do que fazemos pra ganhar dinheiro e perder vida.

A segunda reflexão que tivemos foi:

Como a educação sofre uma reforma drástica debaixo dos nossos olhos e muita gente insiste em fingir-se cego.

E o que é pior… muita gente nervosa com a reforma proposta pelo governo que é ínfima perto do que imagino ser o futuro da educação no Brasil.

“Se pudéssemos transportar um cirurgião do século 19 para um hospital de hoje, ele não teria ideia do que fazer. O mesmo vale para um operador da bolsa ou até para um piloto de avião do século passado. Não saberiam que botão apertar. Mas se o indivíduo transportado fosse um professor, encontraria na sala de aula deste século a mesma lousa, os mesmos alunos enfileirados. Saberia exatamente o que fazer. A escola parece impermeável às décadas de revolução científica e tecnológica que provocaram grandes mudanças em nosso dia a dia. Ficou parada no tempo, preparando os alunos para um mundo que não existe mais.” Viviane Senna, irmã do piloto atuando no Instituto Ayrton Senna (IAS)

Retirei essa fala de uma excelente entrevista de junho de 2015 do BBC que pode ser consultada nesse link : http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/06/150525_viviane_senna_ru

Os cursos livres com advento da internet estão cada vez mais completos, professores especialistas de diversas áreas ganham voz com a internet para a geração que não se importa muito com diploma e sim com transformação.

A pouco mais de um ano conheci o Murilo Gun que prega na sua escola Keep Learning School que um dos erros do Brasil começa na definição das escolas como Instituição de Ensino e não de aprendizagem, a escola do Murilo e de sua equipe começa com uma visão diferente de que escolas tem que ter engajamento e não devem medir seus cursos em quantidade de horas como o MEC propõe… (quanto mais horas melhor né filho? #sqn) e sim em quantidade de transformação.

A proposta é que as escolas se transformem em Instituições de aprendizagem… e isso muda tudo. Uma era focada em ensinar, sem se preocupar muito com a retenção do aprendizado, a outra focada na transformação e na aprendizagem do aluno, independente se uma aula sobre um determinado tema foi de apenas 10 minutos.

Murilo me fez despertar para um universo paralelo, um fenômeno que acontece debaixo do nosso nariz que é a internet como ferramenta educacional prática, imediata e acessível com conteúdo de qualidade para aprender em casa, com a mesma internet que matamos nosso tempo no facebook.

Esse foi o segundo momento da conversa com a Lili…

“Hoje meus alunos buscam ferramentas que possam sair do curso e já aplicar.”

E essa é outra grande revolução que acontece. Temos amigos doutores desempregados, uma vida toda dedicada ao lattes e aos certificados, mas faltam neles experiência com gente, pessoas, trabalho em equipe, inteligência emocional e principalmente algo que o tio Murilo foi muito feliz em estudar profundamente… a tal da CRIATIVIDADE.

Ah.. não conhece o Murilo? Ta de brincadeira na tomateira em? Pesquise… você vai se impressionar.

Segue um vídeo muito legal sobre as transformações no mundo e aconselho se inscrever no canal dele.

Não faltam exemplos de empreendedores que mudam o mundo sem curso superior.

Obviamente sou a favor da qualificação, mas, precisamos entender que ela deve ser contínua, deve abordar variados temas e não deve priorizar um papel que evidentemente não está fazendo tanta diferença no mercado de trabalho.

Hoje várias empresas já estão praticamente desprezando o currículo que define o que o possível empregado já fez e estão baseando suas escolhas nos anseios do empregado a médio e longo prazo e na vontade que este tem de realizar algo aderente a missão da empresa no mercado.

O ser humano é uma máquina muito complexa, cada um enxerga o mundo de acordo com a lente de contatos que conquista das experiências, conhecimentos e convicções de todas as origens. Gerir pessoas é uma arte que pode ser desenvolvida e estudada constantemente, cada ser em si é um universo de possibilidades. Além disso ainda existem sentimentos que são voláteis e algumas “doenças” como a catarata que pode impedir cada um de ver as infinitas possibilidades que temos quando assumimos o comando e a responsabilidade das nossas escolhas.

Muitas coisas não são sua culpa… mas sem dúvidas a responsabilidade é sua!

“ Teu sagrado e tua besteira
Teu cuidado e tua maneira
De descordar da dor
De descobrir abrigo
Entre tanto amor
Entretanto a dúvida
A música que casou
Um certo surto que não veio

Há uma alma em mim,
Há uma calma que não condiz…
Com a nossa pressa!
Com resto que nos resta
Lamentavelmente eu sou assim…

Nossa sina é se ensinar…
A sina nossa é…
Nossa sina é se ensinar…
A sina nossa…” O Teatro Magico

Aprenderemos com o tempo que apesar de diplomas, títulos, palcos, treinos, inspiração, transpiração, transcrição, transfiguração, momentos, sentimentos e sofrimentos.

Nossa sina é se ensinar.

Não existe fórmula, existe suor e constante questionamento sobre os padrões que nos são impostos.

Já não basta os impostos ainda temos que saber lidar com imposições

Mas sua posição e seu posicionamento só depende de você.

Sacou?

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Julio Dario
LadoB

Um objeto indireto em um sujeito oculto indeterminado com adjuntos que não são nominativos, verbais ou contextuais.