Carne ou mente fraca? Eis a questão.

Julio Dario
LadoB
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5 min readMar 19, 2017

De todos os profissionais que mais me intrigam, um que eu queria conhecer é o cara que nomeia as operações da polícia federal.

Essa operação denominada carne fraca me fez refletir sobre as mais variadas vertentes advindas desse nome. Esse consiste em mais um nome genial!

Carne fraca, remete a velho jargão utilizado para qualquer tipo de fraqueza do ser humano.

É inegável que uma das partes mais fragilizadas do ser humano é o bolso.

Sim… somos fracos quando nos relacionamos com dinheiro.

Quantas vezes já refletimos sobre as mais variadas formas de corrupção?

Corrupção geralmente nos pequenos atos, ou seja… somos facilmente corruptíveis, a diferença é não termos acesso a um robusto esquema onde testaremos a fraqueza da carne e muita das vezes seremos “vítimas” do sistema corrupto.

A algum tempo venho refletindo e cada dia mais tenho certeza de que não somos vítimas de nada, exceto, se alguém colocar uma arma na nossa cabeça e forçar a fazermos algo.

Vamos ponderar então sobre a nossa carne fraca.

Estamos realmente fracos em interpretação e argumentação.

A carne está fraca quando somos submetidos a questionamentos contrários.

Hoje, apelos pra agressão física são comuns quando argumentos não são encontrados para uma conversa Sadia, que papelão… nessa Seara por aqui.

A carne está fraca de ensino moral e de vontade de aprender e de se submeter a uma ideia contrária e quem sabe ser convencido de que estava errado.

Uma vertente que muito me incomoda nisso é a cegueira moral e material acerca de tudo que acontece a nossa volta.

Vi um vídeo muito interessante sobre algoritmo de redes sociais e como somos iludidos em viver em uma bolha.

Já parou pra pensar nisso? Vê ai.

Estou na metade do livro Abundância de Peter Diamandis, e me surpreendi com o seu capítulo 9 que discorre sobre o grande problema de alimentação mundial, uma dicotomia incrível entre nossa capacidade produtiva abundante e como os homens aproveitam os recursos que fazem parecer ser escassos e como a evolução tecnológica tem resolvido esse problema.

“De acordo com a ONU, 925 milhões de pessoas atualmente não dispõe de comida suficiente. Isso é quase uma dentre cada sete pessoas, os jovens sendo as vítimas mais visíveis. A cada ano, 10,9 milhões de crianças morrem — metade por problemas relacionados a subnutrição.”

Essa vertente amplia um horizonte, alimentação no mundo ainda é um grande problema. Mesmo com toda evolução de produtividade na agricultura e a manipulação de sementes visando maior aproveitamento de recursos.

Hoje, quem trabalha nessa área sabe que a semente transgênica é a padrão utilizada, a tecnologia como aliada do homem para desenvolvimento e solução dos problemas de alimentação do mundo.

Todos os dilemas abordados no livro sobre nanotecnologia e manipulação genética dos alimentos são incríveis.

Hoje o que comemos como “orgânico” não tem nada a ver com o que o planeta produziu naturalmente com os alimentos silvestres, são frutos de muita intervenção humana tornando mais palatável, doce, sem sementes ou mesmo criando mutações para melhor comercialização, não sei se você sabe… mas arroz como temos hoje não é uma cultura silvestre (nativa), no mundo.

Agora a melhor parte que tem a ver com a temática dessa semana. A carne.

A pecuária é grande problema para o mundo, gasta-se muita energia para produção de carne, o gado ocupa 70% de todas as terras agrícolas e cobre 30% de toda a superfície de terra do planeta. A criação de gado produz mais gases do efeito estufa do que todos os carros do mundo e além disso ainda é a principal causa da erosão do solo e desflorestamento, isso sem mencionar as doenças e toda a ideologia de sofrimento animal para fins de alimentação.

Agora entramos em uma questão de relevância prática e ideológica.

Este é um problema global prestes a se resolver nos próximos 8 anos.

Em 1932, Winston Churchill disse:

“daqui a cinquenta anos, nos livraremos do absurdo de criar um frango inteiro para comer o peito ou a asa, cultivando essas partes separadamente sob um meio adequado”. (48 Abigail Paris, “In Vitro Meat, a more humane treat” policy innovations, 22 de maio de 2008)

Pois pasme… em 1990 a Nasa suspeitou que criar carne “In Vitro” poderia ser a solução para alimentar astronautas em longos voos espaciais.

Em 2000 células de peixe-dourado vinham sendo usadas para criar proteína muscular comestível.

Em 2007 um grupo de cientistas internacionais formaram o In Vitro Meat Consortium a fim de promover a produção de carne cultivada em larga escala.

E os estudos não param a fim de tornar esta proposta economicamente viável e cientistas estimam que teremos a solução mundial para a criação de proteína animal sem todos seus impactos nos próximos 8 anos.

Concluindo… você já parou pra pensar que a tecnologia exponencial não só como soluções GLOBAIS de mobilidade como Uber, hospedagem com Airbnb, comunicação com WhatsApp, entretenimento via Netflix, e relações sociais como Facebook, podem trazer soluções em todos os aspectos da sua vida?

E se hoje sua vida se resume em levantar bandeiras contra o consumo de carne tendo em vista os absurdos advindos da “carne fraca” e amanhã um churrasco pode vir de carne animal que foi cultivada, não precisando da morte e todos seus malefícios para sua alimentação essencial de proteínas?

Resta fazer aquela velha pergunta filosófica que muito nos faz refletir.

E aí?

E suas defesas sobre reforma da previdência, cobrança de políticos, posicionamentos sobre os mais variados temas.

Será que você está aproveitando todos os posicionamentos para formar sua opinião sólida sobre todos os aspectos possíveis de um assunto ou está somente defendendo sua argumentação de fé cega e olhando seu próprio umbigo?

A tecnologia vem revolucionando todos os setores de nossas vidas e ainda estamos presos no sectarismo doente, na polarização de ideias e nas bolhas formadas com intuito de proteção inútil que mata aos poucos sua criatividade, sua inovação e sua evolução e fazem sua carne ser cada vez mais fraca.

Ps.: pare de me mandar video de pombas sendo engolidas pela maquina de moer da AMBEV, trata-se de mais uma mentira (pra variar)… é simples de resolver:

Coloque “Pombas Ambev” no google e descubra que as imagens já haviam circulado na internet no ano passado, após serem divulgadas pela imprensa britânica. Segundo o “The Sun” e o “The Mirror”, o vídeo foi feito numa panificadora, na cidade de Kazan, na Rússia.

Use esse exemplo e passe a fazer com tudo antes de espalhar #fikdik

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Julio Dario
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Um objeto indireto em um sujeito oculto indeterminado com adjuntos que não são nominativos, verbais ou contextuais.