Pra não dizer que não falei da ordem e do progresso.

Um pouco além de mais uma visão pessimista…

Julio Dario
LadoB
6 min readJan 7, 2017

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Iniciei essa semana com alguns desafios de gestão em meu ambiente de trabalho. Na vida de bancário não existem dias de monotonia. Ainda bem… A semana voa e o flow acontece. Me sinto bem, como um agente transformador da minha realidade e dos clientes que atendo, bem como colegas que relaciono.

Todo dia é dinâmico, fluido e não é atoa que a maior reclamação de todo bancário é a falta de tempo e dominar o furacão de demandas para diferenciar urgente de importante e questionar seus planos de médio, curto e longo prazo.

Para iniciar nossa reflexão. Começaremos com a frase que estava no meu sistema de mensageria interna:

O que você faz, fala tão alto que eu não consigo escutar o que você diz. (Ralph Waldo Emerson) #justwalkthetalk

Gostei muito da forma como foi exposta essas palavras, impactante demais o conceito de “Walk the Talk” que em sua tradução ao pé da letra quer dizer:

Andar como fala, mas, esta expressão tem mais o sentido de fazer o que fala, ou melhor… VIVER o que prega.

A única forma de se ganhar a confiança de um parceiro, novo amor, chefe, equipe e até de um País é simplesmente agir conforme fala.

Vivemos a era do saber o que fazer, mas, esquecemos que saber o que fazer e não fazer é o mesmo que não saber. (deu pra entender isso? Ficou meio confuso né?)

Ou seja…

Uma excelente ideia não executada é uma péssima ideia.

Refleti sobre aspectos de gestão que para um crescimento sustentável e rentável em qualquer campo da vida é preciso organização, definição de atribuições, papeis, tempos, movimentos e muita disciplina.

Na bandeira do nosso país é estampado a expressão:

O lema Ordem e Progresso, utilizado na bandeira do Brasil, é inspirado pelo lema de Auguste Comte. Foi colocado pelo fato de várias das pessoas envolvidas no movimento que depôs a monarquia e proclamaram o Brasil República eram seguidores das ideias de Comte. (Fonte Wikipédia)

Ordem e Progresso

É o lema nacional Brasileiro.

Essa expressão é o lema político do positivismo de Auguste Comte, enquanto a expressão completa também com caráter religioso é:

“O Amor por princípio e a Ordem por base; o Progresso por fim” (em francês: L’amour pour principe et l’ordre pour base; le progrès pour but.)

Daí já podemos perceber que como o estado é laico precisou-se excluir o amor do lema e utilizar apenas o lema político.

As vezes o engano começou por aí…

O amor não seria então como sendo base para união das religiões… como para Comte em sua Religião da Humanidade, muito criticada pelos positivistas em 1854, base para um sistema político e social sólido.

Exclui-se o amor da palavra de ordem como princípio para se defender o estado laico.

O que muito me admira é os diversos exemplos que temos nas mais diversas e variadas organizações e organismos do nosso país é o anseio pelo progresso sem a ordem.

Por um lado, tentamos buscar resultado a todo custo plantando uma semente em solo árido, sem preparo, sem adubo, sem estudo de condições do solo, sem irrigação e utilizar de forma equivocada a janela de plantio de acordo com sua sazonalidade. Parece tão obvio que isso vai dar errado não? Já viu alguém plantar milho esperando colher feijão e ainda estimar vender pelo dobro do preço sem prever ausência de chuvas, geadas, pragas etc? Então… a natureza já nos dá o exemplo.

Tem ainda nessa linha de raciocínio a mania feiosa e bobona de se interpretar fatos e conceitos por fatos isolados, comentários unilaterais e lapsos temporais com visão míope, tambem é o que nos faz buscar o progresso sem a ordem e sem nenhum princípio de amor ao próximo, nesse caso, progresso moral.

É a simples visão pelo olhar de nossa tribo… Falar nisso tem um artigo do luciano pires muito interessante sobre tribos, algoritmos e adjacências… Um incentivo para que você olhe além da sua tribo. Terminando de ler clique aqui e veja que massa!

Somos seres humanos alimentados de sonhos, de motivos para agir. A famosa MOTIVAÇÃO sabe?

Se fôssemos uma nação walk the talk buscaríamos primeiramente a ordem dentro de nossa casa mental, um ótimo planejamento de curto, médio e longo prazo, rodaríamos ciclos de feedback com nossa consciência, se fizéssemos assim… as vezes até dispensaríamos (parece um absurdo dizer isso) mas o amor da sua base religiosa… só o político servia mesmo, já notaríamos um certo progresso.

Depois da nossa casa mental, partiríamos para a casa física, a família, a empresa que trabalhamos, a comunidade que frequentamos e tudo evoluiria para que a nação realmente agisse de acordo com o planejamento estratégico de “missão, visão e valores” estampado na salinha da liga da justiça do nosso querido país e seguiríamos o mote da bandeira nacional quando cantaríamos o hino exaltando o “gigante pela própria natureza”.

Tá ok! Somos grandes, mas evidentemente estamos sofrendo por buscar o progresso sem o mínimo de ordem.

Mas vou me abster aqui de crítica de cunho político, na verdade quero trazer isso pra nossa realidade cotidiana e uma visão positiva inspirada no positivismo de Comte.

Estamos cuidando em nossas vidas pessoais e profissionais para que a ordem seja estabelecida primeiro que o progresso?

O estado é laico, mas, nós podemos acreditar pelo menos no amor como princípio básico para buscar esse progresso?

Então…

“Andei nas ruas, nessas ruas já não vejo a mesma cor

Homens, destruição taí, acordem!

Não adianta alcançarmos progresso sem a ordem

Cortaram nossas pernas, cortaram nossos braços

Não podemos deixar que também cortem nossos laços

Tem que deixar chover, tem que deixar lavar

A chuva é uma junção de “não querer” com “precisar”

O pé que usa chinelo, hoje tem tênis pra calçar

Mas ainda leva o corpo pro mesmo lugar

Eu desci a ladeira pra ver o que tinha por lá

E voltei pra poder te contar que eu sempre vou voltar

Não há lugar melhor no mundo que o nosso lugar” (Desci a Ladeira * Projota)

Hoje o que retiro da música do Projota (ta beleza… tô viciado em projota, rssss, mas vou usar outros artistas tá? Guenta ai) ao pensar nesse texto é:

Seguindo o raciocínio que quando temos um fator de comparação ou benchmark de um lapso temporal de uns 10 anos atrás ou mesmo comparados com outros países e sistemas mais atrasados que nos fica claro e evidente qual é a sensação de descer a ladeira.

Estamos sempre buscando ordem e progresso, e desculpe-me o estado, mas, graças a Deus estamos sempre em progresso, mesmo que a “baby steps”, mas … não é assim que é o melhor jeito?

Que possamos buscar a ordem, mas, sem “vibe” pra pessimismobora descer a ladeira pra ver o que tem lá, ajudar o próximo a subir, melhorar a nossa média das 5 pessoas que convivemos e sempre voltar pra agradecer… realmente BRASILEIRO, deixa eu te contar filho(a) … não há lugar melhor do que esse nosso lugar.

Bora buscar a ordem e o progresso dentro de casa primeiro? Te garanto que o país muda.

A propósito, como estamos falando de gestão, gostaria de informar que todo e qualquer problema que o liderado possa causar em uma organização, inclusive sua falta de motivação é responsabilidade do líder. O líder nem sempre tem culpa, mas, tem responsabilidade de gestão pela autonomia de direção e escolha que possui. Já que vivemos em uma democracia temos o poder de eleger nossos líderes, infelizmente podemos concluir que o mal do Brasil não são os políticos e sim os brasileiros.

“Nem todos tem a mesma sorte . Hey djow, segura aê
Reclamando do que? O que você plantou pra colher?”

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Julio Dario
LadoB

Um objeto indireto em um sujeito oculto indeterminado com adjuntos que não são nominativos, verbais ou contextuais.