Qual a vantagem de usar um pote de sorvete como saboneteira?

E o que isso tem a ver com empreendedorismo?

Julio Dario
LadoB
8 min readDec 31, 2016

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Alguns dias atrás fui motivo de risadas em uma reunião social noturna quando a galera descobriu que minha saboneteira que levo pra academia para o banho pós-treino é um pote daqueles de sorvete que vem com sorvete e costumávamos guardar feijão… lembra?

Ta aí o Kit Real :D

Aí tentei argumentar com todos as vantagens de se utilizar um pote de sorvete de saboneteira e resolvi compartilhar com vocês.

1) Espaço

Um pote de sorvete possui muito espaço.

Da para armazenar sua bucha e sabonete em conjunto, mesmo que seja uma bucha daquelas naturais e grandes da roça. Tudo o que não teremos nesse caso é problema de espaço de armazenamento. Se fosse medido em bits era um pote de 1TB ou mais.

2) Evita esquecimento

Quantas vezes você foi tomar banho na academia e lembra que esqueceu a saboneteira em casa?

Com um pote de sorvete isso nunca acontecerá. Ele é grande e evita qualquer tipo de esquecimento, tanto na sua casa como na academia. Impossível esquecer um pote de sorvete ainda mais quando estamos falando de pessoas que precisam emagrecer.

Como esquecer sorvete meu Deus? Pois é!

3) Sustentabilidade

Essa parte as fabricas de saboneteira não vão gostar.

Potes de sorvete além de servir para armazenar sorvete, feijão, marmitas diversas que a tia leva com sobras do almoço de domingo, vasilha de água pro cachorro, ainda servirá para acomodar seu sabonete para um banho feliz. :)

Sustentabilidade está em alta filho… portanto, reutilizar é a palavra de ordem.

4) Menos risco de queda

Como o pote é facilmente manipulado durante o banho e possui uma maior zona de contato com as superfícies do banheiro. O risco de quedas indesejadas de sua saboneteira é infinitamente menor.

5) Baixo índice de Roubos

Na academia que frequento o índice de roubos de saboneteira no banheiro aumentou em 35% nos últimos dois meses. D.R.S.O., usuário assíduo dos benefícios profiláticos de um bom banho e otimização de tempo e performance efetuando seus procedimentos de higiene pessoal na academia relata que já “sumiu” 3 saboneteiras como mágica no banheiro.

“Não entendo… uso sabonete Lux Luxo e ainda sim levam meu porta sabonetes.” Lamentou

O índice de roubos cai 95% quando se usa um pote de sorvete como saboneteira, além de poder utilizar tranquilamente um sabonete da natura visto que ele cabe no recipiente (por ter seu formato redondo e não oval como toda saboneteira) e todos na academia obviamente não irão deduzir o fato: “se não for um pote de feijão ou sorvete derretido é um quebrado que não tem dinheiro pra comprar uma saboneteira”. Pois é… tática pura!

6) Sem custo e design diferenciado

Este item é reforçado ainda pelo item SUSTENTABILIDADE visto que é claramente fruto de reuso a custo zero e pode-se ter diversos formatos e cores já ditados pela inovação do mercado de embalagens de sorvetes do país.

7) Não seguir a boiada

Aooooooo VACAAA REIIII

Este é o que mais gosto… quem usa um pote de sorvete de saboneteira né?

E agora temos o real motivo de eu escrever esse texto. Algo que venho tentando escrever a algum tempo, mas, é um assunto complexo e que ainda quero discutir muito para chegar em um ponto comum.

Bora viajar?

Você já parou pra pensar uma coisa:

Sigo uma comunidade que prega não seguir a boiada… mas se eu focar demais nessa comunidade não estou seguindo outra boiada? Quais os limites de uma boiada? Quando estou em uma nova boiada? Quando não devo estar?

Um dos mais famosos estudiosos das mudanças de habito Charles Duhigg autor do livro O poder do hábito, discorre na parte 1 do livro a capacidade incrível que temos de substituir alguns gatilhos para alteração de hábitos. Com diversos exemplos me fez refletir sobre vários aspectos pra esse ano que se inicia.

Nossa Júlio… e o que isso tem a ver com você utilizar um pote de sorvete de saboneteira?

Tem tudo a ver!

“Essa minha rebeldia
Ainda vai me levar pra um lugar melhor
Que me perdoe meu pai, que me perdoe minha mãe, meus irmãos, mas eu sou maior
Maior do que esse mundo pensa
Eu vou domando minha loucura
Eles procurando a cura e eu sou a própria doença
Eu não me importo com o que você pensa” Projota

Já vou explicar…

Vi esse clipe do PROJOTA algumas vezes, escutei outras dezenas de vezes essa música e passou um filme em minha cabeça.

Sim… eu já fui um adolescente rebelde, sem causa, sem calça jeans… bermuda, imortal, irracional e dando trabalho pra minha mãe.

Ta beleza… sim… eu tinha cabelo!

O que ficou daquela rebeldia?

Hoje tenho pra mim que grande parte dela permanece, Projota foi muito feliz quando ele canta “ainda vai me levar…”

Rebeldia por si só não leva ninguém a lugar nenhum.

A Rebeldia amadurecida nos faz seres “fora da caixa”.

E o que isso tem a ver com “O poder do habito” filho? (c é doido é?) Então… esse são um daqueles textos que até poderiam virar livro… (quem sabe pode virar…)

Charlim chega a uma conclusão fantástica… pessoas com hábitos nocivos como o alcoolismo obtém um índice de recorrência (voltar a beber) muito baixa quando utilizam uma comunidade para evitar “recaídas” utilizando o que ele chama simplesmente de:

“Para que um hábito continue mudado, as pessoas precisam acreditar que a mudança é possível. E na maior parte das vezes, a fé só surge com a ajuda de um grupo. Se você quer parar de fumar, descubra uma rotina diferente que vá satisfazer os anseios preenchidos pelo cigarro. Então, encontre um grupo de apoio, uma reunião de ex-fumantes, ou uma comunidade que vá ajudar você a acreditar que pode ficar longe da nicotina, e use esse grupo quando sentir que tavez você tenha uma recaída.” Charlim

Certo… fica claro e evidente que o grupo é um “gatilho” para o que o autor chama de fé… que pode ser sinônimo também de esperança, que nesse caso não tem vínculo a nenhuma religião (ta aí o porque do AA usar a crença como parte do processo).

Agora vem a grande reflexão.

Estamos cada dia mais sendo afetados pela infinidade de cursos, pessoas, empresas evidenciando o “pense fora da caixa”.

Como se inovação se comprasse em prateleiras virtuais evidenciadas pela “cauda longa”.

Gurus se utilizam da força de comunidades que são testadas e aprovadas como gatilho poderoso para a fé e aprovação social… mas o que temos visto, as vezes, são pessoas com fé cega, copiando jargões, frases, motes e fórmulas.

Para Charlim a comunidade seria uma fonte de inspiração e fé para PERMANECER na mudança do hábito e não uma forma paga, exclusiva, piramidal e inicial para uma mudança.

A mudança do hábito deve partir primeiramente do ser individual para depois se apoiar na comunidade e não o contrário.

Participo de vários grupos e já fiz alguns cursos, porém… essa minha rebeldia que ainda vai me levar pra um lugar melhor não me deixa engolir o novo empreendedorismo que diversas vezes parece mais com um esquema milionário de:

Venha… vou te ensinar a ser milionário… Afilie-se… e ensine outras pessoas que ensinando a ficar milionário você também ficara milionário. Mas fica calmo, dinheiro não é tudo, eu sou bom… faço doação de tudo que ganho e nunca busquei dinheiro na vida.

Pois é… minha rebeldia ainda precisa me levar num lugar melhor, porque apesar de eu beber muito dessa água minhas crenças e convicções ainda são maiores do que esse “mundo” pensa.

Mas… longe de querer fazer um texto pessimista. (estamos cheio disso por aí… e eu sou um apaixonado pelo pensamento fora da caixa.)

Eu participo das comunidades. Gosto de todos e acho que a busca deve ser constante e perene.

O que não podemos nos tornar é mais um grupo fanático quase que religioso que professa orações decoradas, palavras pré-determinadas que visualiza uma terra prometida através de um guru que se confia e espera a salvação queimando velas, votos, fatos, vídeos e obviamente… pagando um novo curso.

Já não precisa dizer que a fé cega ainda MATA muitas pessoas no mundo dispensa citar fontes né? Basta ligar a TV.

É inadmissível que algo que seria pra nos religar a algo superior leve a óbito milhares de pessoas ao redor do globo.

Pois é… seria a mesma fé que move os hábitos. E é a mesma fé que é usada nos diversos cursos e comunidades existentes.

Acredito verdadeiramente em todos que mudaram suas vidas, mas, já parou pra pensar quando essas pessoas começaram elas tiveram que pensar verdadeiramente fora da caixa?

Enfim… continuarei seguindo meus mentores online, fazendo seus cursos e participando de suas comunidades a fim de achar a minha única e exclusiva Fórmula de Lançamento, farei minha Reaprendizagem Criativa nunca vou parar de viver a vida moving up, buscarei incessantemente o Meu Sucesso, vivendo uma vida High Stakes em todos os campos nessa Geração de Valor, me nutrindo e Comendo Fora da Caixa e indo na Academia da Produtividade, posso até morar na Perestroika, continuarei lendo meus livros e tomando meu Café Brasil, escutando meus pod´s e assistindo meus vídeos.

Mas nunca vou parar de usar meu pote de sorvete como saboneteira

e

continuarei domando minha loucura e eles procurando a cura enquanto eu sou a própria doença.

Se você gostou do texto recomende e compartilhe. Este texto faz parte de um projeto que assumi publicamente de escrever um texto por semana sobre meus devaneios. Estou verdadeiramente aberto a críticas e sugestões. Sempre gostei de escrever mas agora estou buscando aperfeiçoamento e seu feedback é muito importante nessa caminhada de melhoria continua.

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Obrigado!

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Julio Dario
LadoB

Um objeto indireto em um sujeito oculto indeterminado com adjuntos que não são nominativos, verbais ou contextuais.