T01E06: Um Acordo Muito Suado

Rafael Balbi
Ouro e Glória

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Dias 11 e 12 do mês do Leão, do Ano da Graça de Corne de 1220.

O Eterno Retorno

Em meio à noite, aparece uma criança nua em Shaddel, durante uma lua de verão, ao fim da iniciação do jovem elfo Arthur. Resgatado por Cirille Justinian Shadell, é levado à comunidade, sob olhares desconfiados, principalmente dos Verdun. Diz não entender como foi parar lá.

O Fim da Cerimônia

Os elfos se reúnem, com a presença do grupo e do pequeno estrangeiro, e é terminada a iniciação do novo elfo, que agora é sagrado em sua maioridade e sua melodia, fonte de sua primeira magia, anotada com uma riquíssima pena de ouro, em um antigo livro tombo, por Gilvan Justinian Shadell, o Bardo da Vila, o Senhor das Canções, o Melodia Silvestre, a Canção da Resistência.

Zé Fernando aborda Gilvan

O mago aborda o ancião élfico, entre as pontes suspensas que cortam Shaddel, junto com o pequeno humano. Ele pergunta sobre as melodias mágicas enquanto o pequeno tenta empalmar a pena de ouro utilizada para anotar as canções.

Zé Fernando mostra seu livro de magias e Gilvan se surpreende. Debatem a respeito da misteriosa origem do tomo e o elfo identifica a escrita de Eufrásio do Tombo Verde, um dos primeiros humanos a aprender magias dos elfos, há cerca de 500 anos.

Cápsula Vazia

O pequeno humano interrompe o diálogo e mostra o único item que portava, uma cápsula de bala .50, mas o ancião percebe antes a tentativa de furto da pena dourada e a recupera, ignorando as perguntas do menino, enquanto resmunga alto que uma tal Marise adoraria ver o tomo guardado por Zé Fernando.

O diálogo é interrompido drasticamente por Sanya, que se preocupa em vestir a criança, enquanto reclama, de boa cheia, da falta de carne no banquete da cerimônia.

O menino pergunta onde se podem comprar roupas, mas o grupo percebe que não há, em absoluto, moedas circulando pelo povo de Shadell. Desirée revela um ditado de seu povo — ou ao menos de sua família: viva pelo ouro, morra pelo ouro! Em seguida, veste o menino com uma capa verde, de detalhes dourados.

O Deus Anão

Sanya fala que Ouro é o Deus Anão, no que é interpelado por Axelle Justinian, amiga de Desirée que acabara de voltar da mata com sua pantera. Ela diz que por isso o povo anão hoje sofre e repete: Viva pelo Ouro, morra pelo Ouro!

Conversam a respeito dos elfos Verdun, como ocupadores do local e de se acharem superiores.

O Depositório Élfico

Gilvan leva Zé Fernando uma grande construção no oco de uma das maiores árvores da vila. Depois de incríveis portas de correr, que deslizam sobre um trilho — algo nunca visto pela raça humana. Lá dentro, dezenas de instrumento musicais, pergaminhos e livros empilhados há muito.

Poeticamente, fala da melodia que vem do livro do mago e fala sobre a íntima relação entre magia e música, e mostra a Zé Fernando como as palavras mágicas de sua magia de sono se transformam em canção.

Um trato é feito entre os dois. Zé Fernando diz que não tem interesse em nenhum pagamento caso resgate Céline Duvall, mas que gostaria muito que lhe fosse permitido um ciclo de estudo dentre os elfos caso conseguisse voltar com a elfa.

Gilvan olha pela janela para os Verdun, no pier do outro lado da vila, e diz que eles devem dificultar, mas que seria um belo tapa na cara para eles, que no fundo teriam inveja de Shadell ser a cidade natal de Desiderata. De lá, conseguem ver nas águas que banham Shadell o que restou da ora grandiosa estátua da heroína que saiu em busca do Verme Flamejante e não voltou.

Sanya e a Diplomacia Anã

Sanya consegue sidra e sai flanando pro Shadell, e termina a dormir no pier onde vários Verdun se preparam para passar a noite a meditar, contemplando a natureza. À boca pequena, ouve comentários entre os elfos de como Shadell era um fardo para sua família e como a postura das famílias nativas só piorava a situação. O anão retribui com flatulência e, depois, roncos.

A impressão que fica é que, apesar de andarem armados e se postarem como valentes, não passam de covardes. Profundamente incomodados, nenhum teve a coragem de interpelar o anão.

Assembléia em Shadell

Pela manhã, dentro do Carvalho-Rei, no centro de Shadell, elfos de todas as famílias se reúnem na sala do trono. O grupo se reúne enquanto os líderes da vila se organizam e já debatem, principalmente Gilvan Duvall Shadell, Ambroise Verdunu Shadell, e Aldric Verun Shadell, o regente, vestindo a armadura mais bela de Shadell, obra-prima de Tetris Duvall Shadell.

M. Boi Valente

O pequeno menino sobre em um veio mais alto nos halls de madeira e dá um discurso ao mesmo tempo surreal e familiar, enquanto segura a cápsula de bala .30: “É importante que prestem atenção no que veio antes e no que virá depois, e no que está acontecendo agora”.

Diz não lembrar de seu nome, a despeito de todas as alcunhas que o grupo vinha lhe dando. Dz que vinha pescando e caiu no lago, quando escutou uma voz em sua cabeça dizendo que precisava construir algo. Acordou ao lado do corpo de um velho, o antigo dono da cápsula, e foi levado de lá para Shadell por uma grande coruja.

O grupo percebe as feições semelhantes com M. Boi Valente e o pequeno passa a insistir que esse era seu nome, que ele próprio era o M. Boi Valente, no que é interrompido por Eldric, que volta à pauta da reunião, perguntando o que quer pedir o grupo.

Lógica eivada de mágoa

Sanya diz que pretende resgatar Céline mas quer ser pago. Se não ouro, uma armadura como estas que viu pela vila. Cirille Justinian Shadell diz que a vila tem estoques que poderiam suportar uma oferta, no que é repreendido por Ambroise Verdun.

Há uma longa discussão a respeito da história de Shadell e do papel das famílias, e parece que tais questões inacabadas pautam a discussão. Zé Fernando passa a enfrentar os Verdun, que adotam uma postura cada vez mais agressiva, mas ao mesmo tempo sem ter argumentos lógicos que justifiquem a postura passiva diante do sumiço de Céline quando há estrangeiros se prontificando por um preço quase insignificante.

O pequeno humano nota impaciente e angustiado que aqueles elfos poderiam passar a eternidade a discutir burocraticamente o assunto.

Um acordo muito suado

Tempos depois, depois de muito deliberar, Aldric diz que nenhum elfo deixará Shadell para buscar Céline, mas que se os humanos desejassem poderiam buscá-la em troca da armadura que o anão pediu. Desirée se preocupa em ser banida caso siga o grupo. Discute com Cirille sobre o risco e é aconselhada: caso ingresse na busca, que tenha certeza de que Céline volte!

De volta à floresta

No dia seguinte o grupo volta à floresta em busca de pistas de Céline, com o pequeno ladino à frente, fazendo reconhecimento. Já à tarde, ele se embrenha pela mata, caminhando a oeste, e encontra protegidos por um pedregulho, quatro Nuaks assando um coelho e velando o corpo de um morto, também Nuak, bem grande.

por Tony Diterlizzi

Escondido no mato, tenta voltar ao resto do grupo, mas estava próximo demais dos homens-besta. Esperou em seu lugar, então, sinalizando à primira vista dos amigos, a presença do perigo.

Apesar do grupo se preparar bem, não consegue surpreender os Nuaks, mas o combate corre bem e, apesar do susto, eles conseguem matar metade dos oponentes com um pedregulho rolado sobre eles enquanto pegavam seus arcos e flechas, com a outra metade fugindo em disparada pela mata. No corpo que era velado, 10 moedas de ouro cunhados pela família Verdun são achadas em um saco de couro.

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