#135 — Tarja branca, sobre o brincar e o esperançar

Barbara Miranda
Outras Mamas
Published in
4 min readOct 12, 2022
Imagem de crianças brincando. Foto: Unsplash. Mi Pham.
Imagem de crianças brincando. Foto: Unsplash. Mi Pham.

Mais um episódio no ar! Dessa vez, para falar do documentário Tarja Branca — A revolução que faltava, produção da @mariafarinhafilmsbr de 2014. E porque estamos resgatando esse documentário? Porque em tempos de incertezas e agonias, como esse agora de eleições, se voltar para a esperança é um ótimo caminho para continuar lutando, e nada melhor do que falar sobre o brincar pra manter acesa a chama que nos move. Esse documentário lindo e sensível fala sobre a importância do brincar na infância e de continuar brincando na vida adulta, como um ato de esperançar e exercer nossa liberdade e plenitude.

O que me levou a fazer esse episódio foi o desespero das pessoas na internet pós primeiro turno, dentre muitos textos bonitos e poéticos, o pessimismo na própria humanidade e na brasilidade reinou.

O argumento de que metade do Brasil era ruim não me pegou. Eu entendo da onde vem, mas ainda acho incorreto. Eu busquei me agarrar nas coisas boas que estavam acontecendo, como a eleição de Sônia Guajajara (SP)e Célia Xakriabá (MG) pro Congresso, mas também precisava de algo maior, algo que me fizesse sonhar de novo com a possibilidade de um Brasil minimamente feliz, sem fome e com possibilidades de ser. Por mais ingênuo que possa parecer, o documentário Tarja Branca trouxe isso.

Como disse minha amiga Mari Lana em uma das últimas edições de sua newsletter chamada Conchas:

Se fomos capazes de sobreviver à uma distopia, seremos capazes de imaginar uma utopia realizável

E nesse espírito, Tarja Branca vem como um sopro de esperança, não de colocar a fé de que as crianças são o futuro do país e do mundo, mas que elas já são por somente serem e que nós, adultos, temos muito a aprender com o brincar das crianças e com o brincar das pessoas mais velhas que mesmo depois de uma longa vida, continuam sorrindo e lutando.

Tira da Mafalda sobre os adultos deixarem o fardo dos problemas do mundo para a geração mais jovem
Tira da Mafalda, Quino

“A atividade mais séria das crianças é brincar. Mas isso deveria servir para redefinir o que quer dizer ‘sério’. Os adultos não somos sérios.” — Ricardo Goldenberg, psicanalista.

A gente fala de seriedade como se a rotina do determinada pelo capital fosse natural ao ser humano. Sentar numa cadeira pra trabalhar e sair 8h depois, com pouco tempo para o brincar, descansar e de fato construir outros futuros. Ouvir as crianças e as pessoas mais velhas é essencial para sair desse modus operanti automático e estressante.

E quando se trata de luta política, a brincadeira é ainda mais essencial, pois isso sim é sério, é de direito e é de todes. A esperança se dá nas risadas dos militantes nas ruas, nas conversas olho a olho que partem da empatia, na conexão, na festa e na dança representadas agoratão bem pelo o Lula, no auge dos seus 76 anos, pulando e dançando em cima do carro do carro de som. Podem falar o que quiserem desse homem, mas ele ainda sabe brincar.

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Obrigada e até o próximo episódio!

Beijos,

Babi ❤

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