Barbara Miranda
Outras Mamas
Published in
4 min readDec 16, 2022

--

#136 — A HQ 180º e as reviravoltas com o câncer de mama

Trecho do quadrinho original

Uma mulher com 36 anos, duas filhas, cheia de planos profissionais e transbordando vida. Essa é Carolina Passos, a personagem principal da graphic novel “180º — Minhas Reviravoltas com o Câncer de Mama”, livro da psicóloga e pesquisadora Dulce Ferraz, que chega às livrarias no Outubro Rosa, mês de conscientização sobre a prevenção e o diagnóstico da doença.

A publicação da NAU Editora conta com ilustrações de Camilla Siren e colaboração das pesquisadoras Fabiene Gama e Soraya Fleischer. Estão marcados essa semana lançamentos e debates em São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro.

A obra ficará disponível em formato de e-book (gratuito) e impresso no site da NAU Editora. O livro foi realizado com financiamento de edital da Fiocruz Brasília e do CNPq.

Nesse episódio, trouxemos a Dulce Ferraz e a Soraya Fleischer pra falar sobre o livro, a trajetória e a história por trás do livro.

Dulce Ferraz — É graduada em Psicologia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade Estadual de São Paulo (UNESP), mestre em Ciências com ênfase em Medicina Preventiva e doutora em Saúde Coletiva pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e hoje pesquisa as intersecções entre psicologia social e saúde pública na FIOCRUZ. Soraya Fleischer — professora do Departamento de Antropologia da Universidade de Brasília. Pesquisa na área de Antropologia da saúde.

A história em quadrinhos é baseada na jornada da própria autora, Dulce, que registrou o dia a dia do tratamento em um caderninho de perguntas e memórias.

O livro está dividido em três capítulos, que correspondem a diferentes etapas da trajetória de Carolina com o câncer de mama. No primeiro, a protagonista descobre a bolinha no peito esquerdo e tem os primeiros encontros com médicos, hospitais e exames.

“Vivemos em um mundo em que o saber biomédico sobre as doenças é considerado superior a todos os outros saberes. Por isso, quando adoecemos e buscamos cuidados médicos, o que se espera de nós é aceitar passivamente as prescrições — mesmo que, por uma razão ou outra, nos seja impossível seguir todas elas à risca.”

O segundo capítulo é dedicado à busca pelos tratamentos, que leva Carolina a questionar, duvidar, buscar, criticar e ser criticada.

“Sabia que o diagnóstico de tumores nesse estágio é cada vez mais frequente e que, se por um lado, isso pode contribuir para tratamentos mais eficientes, por outro traz o risco de submeter as mulheres a tratamentos desnecessários, já que parte significativa desses tumores não evoluiria para uma doença grave. Sabia também que para evitar tratamentos excessivos é preciso buscar um equilíbrio entre diminuir o risco de recidivas e proteger a qualidade de vida e a saúde global das mulheres.”

As experiências com os tratamentos são o tema do terceiro capítulo, que também convida a refletir sobre o imaginário em torno do câncer de mama e sobre como é possível fazer mais e melhor pelas mulheres que enfrentam essa doença.

Capa da matéria da Diplomatique Brasil

Conversamos ainda sobre a necessidade de pesquisas e de investimento público nelas e nos tratamentos de todos os tipos de câncer, tema muito debatido esse ano devido aos cortes orçamentários na saúde e na educação feitos pelo do Governo Federal.

“Os recursos destinados ao tratamento e combate ao câncer foram reduzidos em 45%, passando de R$175 milhões para R$97 milhões em 2023. O corte afetará, além da distribuição de medicamentos para o tratamento da doença, áreas como a ampliação, reforma e aquisição de equipamentos, materiais, centros de referência de alta complexidade em oncologia e serviços de referência para diagnóstico do câncer de mama e do colo de útero.”

Considerem apoiar esse trabalho, produzir conteúdo independente no Brasil de 2022 é tarefa árdua e pouco valorizada. Sabemos que a situação de geral está mega complicada, então, se isso for possível, mesmo com valores pequenos, não deixe de nos apoiar.

A partir de 5 reais mensais vocês podem apoiar através da Orelo, que remunera melhor seus produtores com uma porcentagem maior dos apoios e por play. Com esse apoio, vocês tem o acesso a um episódio exclusivo por mês, tudo pelo app!

Para valores maiores ou menores que os disponíveis na Orelo, vocês podem apoiar através do Apoia-se, todo mês enviamos nossa newsletter especial no seu email e fazemos um sorteio para apoiadores do apoia-se e da orelo!

Se quiser fazer uma contribuição pontual pra gente pode mandar um pix para: outrasmamas@gmail.com

E se não conseguir agora contribuir financeiramente, ouvir (pela Orelo), compartilhar nas suas redes, comentar nos posts do Instagram, seguir a gente nas outras redes (twitter, tiktok). Tudo isso, já ajuda demais!

Obrigada e até o próximo episódio!

Beijos,

Babi ❤

--

--