Capa#141 — A primeira vaca do Brasil

Barbara Miranda
Outras Mamas
Published in
15 min readFeb 15, 2023
Um mapa do Brasil Colonial com uma vaca em cima
Você sabia que não existia vaca no Brasil antes dos europeus chegarem aqui?

[…] Eles não lavram nem criam. Nem há aqui boi ou vaca, cabra, ovelha ou galinha, ou qualquer outro animal que esteja acostumado ao viver do homem. E não comem senão deste inhame, de que aqui há muito, e dessas sementes e frutos que a terra e as árvores de si deitam. E com isto andam tais e tão rijos e tão nédios que o não somos nós tanto, com quanto trigo e legumes comemos.”

Trecho retirado da Carta que Pero Vaz de Caminha redigiu ao Rei D. Manuel.

Introdução

Oi galera! Pra começar esse primeiro episódio de 2023 eu preciso contextualizar. Ano passado, a Isabel do podcast Feito por Elas me falou que eu deveria assistir o filme First Cow — A Primeira vaca da América. Esse filme foi lançado em 2019 e chegou nos streamings no Brasil em 2021, primeiramente no Mubi e agora tá no Prime Video também. O filme é da Kelly Reichardt, uma roteirista e diretora que segue uma linha de filmes mais minimalistas, mais lentos e First Cow não foi diferente.

Coisa mais linda esse filme!

O filme conta a história de dois viajantes, forasteiros no início do século 19 nos estados unidos, que se encontram e juntos vão se ajudando a buscar uma vida melhor e, no meio do caminho, surge uma oportunidade de enriquecer quando um deles, o Cookie Figowitz, representado pelo ator John Magaro, resolve pegar emprestado o leite da recém-chegada vaca de um político/dono de terra importante na região pra fazer comida e vender.

Eu não vou me atentar aqui aos detalhes do filme e da história dos personagens, mas ao fato e a surpresa que é a narrativa por trás dessa primeira vaca, trazida lá da europa, pra satisfazer os desejos culinários desse homem rico e poderoso e toda a reação dos outros personagens com a chegada dessa vaca.

É óbvio, que eu já tinha pensado e falado aqui no Outras Mamas, que vacas não são, nem nunca foram nativas do Brasil. Mas sabe quando dá esse clique?! Caramba, não tinha vaca no Brasil ou em qualquer lugar das Américas. Como que será que foi trazê-las pra cá, adaptar ao clima e imagina a loucura que foi pros nativos, ver esse animal completamente diferente e estranho chegando no navio junto com um monte de português. Já parou pra pensar nisso?

Pois então. Acabou que não fizemos um episódio só sobre o filme, mas pula pra 2022, eu viajei pro Uruguai com uma amiga e, logo nos primeiros dias, fomos para o Parque Nacional de Santa Teresa que fica dentro de uma reserva do exército nacional do uruguai, quase que na fronteira com o Brasil. Esse parque é famoso por ser um ponto de observação de baleias no inverno, praias bem bonitas e acampamento no verão, estufas de plantas nativas, um dos maiores roseirais da América Latina e uma reserva de gado criolo, descendentes direto dos animais que chegaram da europa nos séculos 16 e 17. Se os gados que estão lá são realmente descendentes diretos desses primeiros gados, como está no site oficial do Parque, eu não sei, mas eu sei que tem gados soltos, vários filhotes vivendo e andando, brincando, dormindo pelo parque em pequenos ou grandes grupos e é a coisa mais linda! Impossível tirar foto ou chegar perto deles porque eles têm medo dos humanos, mas dá pra admirá-los à distância.

Nesse parque, tem um forte e um museu, bem pequeno, menor que o meu apartamento e nesse museu, eu vi um banner, desses que parece apresentação de escola, contando a origem desses primeiros gados que pisaram na América do Sul. Aí fechou o ciclo dessa introdução enorme, pra falar sobre, a primeira ou as primeiras vacas que pisaram em solo brasileiro. Bora nessa?

Banner do Museu do Parque Nacional de Santa Teresa no Uruguai contando um mapa da América do Sul e as datas e origens dos primeiros gados nas diferentes regiões
A foto está horrível, mas esse era o banner do museu.

A chegada no Brasil

Existem vários relatos e documentos que falam da chegada do gado na América e no Brasil. No museu do Parque Nacional De Santa Teresa, consta que em 1505 foi autorizada pela corte espanhola a introdução de gados na América, começando pelas ilhas na região do Caribe, na Colômbia e na Venezuela. Mais ao sul do continente, nas regiões da Argentina, Paraguai e Uruguai, os gados vieram do Brasil. Tem uma história que diz que em 1552 foram espanhóis que moravam em São Vicente (hoje São Paulo) que levaram as vacas para lá e tem relatos de que os irmãos Góis, dois irmãos portugueses politicamente importantes na história de São Paulo que levaram as sete primeiras vacas e alguns cavalos (roubadas!) de São Vicente até Assunção no Paraguai.

No Brasil, também existem relatos diferentes, um deles diz que os primeiros 32 bovinos e outros animais domésticos foram trazidos por Martim Afonso de Souza, um nobre, militar e o primeiro donatário e administrador da capitania de São Vicente que chegou em aqui em 1532. (gente, eu nunca achei que fosse ter que rever estes termos de aula de história da quinta série, mas aqui estamos falando em donatário hahahah). A iniciativa de trazer esses animais veio de sua esposa, Dona Ana Pimentel, que era também procuradora da corte portuguesa no Brasil. Alguns dizem que esses animais vieram da península ibérica, outra versão, e essa parece ser a mais divulgada nas pesquisas que eu fiz, diz que as primeiras cabeças de gado vieram direto da colônia de Cabo Verde por volta de 1534.

Há ainda a versão que diz que esses primeiros animais só chegaram em 1549, vindos de Cabo Verde numa caravela chamada Galga e foram introduzidas aqui pelo primeiro governador-geral do Brasil, Tomé de Sousa que considerava os bovinos “a maior nobreza e fartura que pode haver nestas partes” e ele distribuía esses animais entre os moradores mais privilegiados na região de Salvador. A partir daí então, a Coroa Portuguesa passou a enviar remessas anuais de gado europeu e o mestiço gado asiático zebu.

Mas e aí, esses animais acostumados com outro clima, fauna e flora conseguiram se adaptar?

De acordo com relato do explorador Gabriel Soares de Sousa, as vacas se adaptaram bem, abre aspas “vacas muito gordas e (que) dão muito leite, de que se faz muita manteiga e as mais coisas de leite que se fazem em Espanha”.

Como qualquer espécie animal, eles foram se adaptando mesmo. Inicialmente, a maioria do gado veio da península ibérica e, mais tarde, houve a inserção de animais vindos da Asia. Rolou então uma combinação de seleção natural de reprodução pelos animais e artificial pelos criadores. Eles foram se adaptando e desenvolvendo características específicas, adaptadas à cada região do país até chegar nas raças que temos hoje como dos gados de corte Nelore e Angus ou da famosa raça de vaca leiteira holandesa.

Mas, na verdade, os primeiros exemplares de gado que chegaram aqui nem foram usados apenas para consumo de carne, leite e couro, que são essas formas de exploração mais comuns na pecuária atual. Eles eram muito usados para trabalho de tração nos engenhos de cana de açúcar para puxar os engenhos e o arado dessa primeira monocultura brasileira que se estendia ao longo do litoral do nordeste do país, além de servir como meio de transporte de pessoas e cargas e, por isso, tem forte ligação com a colonização do interior do Brasil.

A busca pelo ouro

Esses rebanhos que se encontravam no litoral nordestino foram aumentando naturalmente com o aumento da produção de monoculturas e reprodução natural dos animais e isso acabou gerando problemas para os plantadores de cana de açúcar, pois o gado ocupava, como ainda ocupa, muito espaço de pastagem e isso prejudicava as plantações. A Coroa Portuguesa então decidiu emitir um decreto na Carta Régia de 1701 que proibia a criação de gado em uma faixa de terra de até 50km, da costa até o interior. O gado que já fazia parte do dia a dia dos colonizadores, tornou-se então uma das peças chave na expansão e povoamento de novas áreas no interior do país.

É importante ressaltar aqui que essa migração teve como motivação não somente o interesse dos plantadores de cana e da coroa portuguesa interessada nessa importação do açúcar e os impostos arrecadados. De acordo com a historiadora Maria Yedda Leite Linhares, era importante também a ocupação das sesmarias, que eram terras distribuídas pela Coroa e destinadas à produção agrícola. Os sesmeiros, como eram chamados ocupantes dessas terras, costumavam pegar áreas menores a pessoas que tinham rebanhos porque as terras precisavam ser ocupadas, senão corriam o risco de serem tomadas pela coroa e redistribuídas para outras pessoas, uma versão bem colonial de uma reforma agrária focada na exploração mesmo.

Além disso, havia um contínuo interesse dos exploradores na busca por minérios valiosos e também na captura de indígenas para o trabalho escravo nos garimpos e nas fazendas de gado. Ou seja, nada pacífico e de boa, tudo um grande interesse na grana, na ganância, no ouro, ainda tão valorizado na nossa sociedade.

O gado então avançou de São Paulo a Curitiba, de Pernambuco ao Piauí, da Bahia ao Ceará, Tocantins e, mais tarde, uma expansão para Minas, Rio Grande do Sul, Cerrado e Amazônia. Se fizermos um mapa delineando os passos desses bandeirantes, jesuítas, fazendeiros, veremos que foram as rotas oficiais de escoamento de metais preciosos que delinearam a entrada de gado pro interior do país, que a história do ouro está diretamente ligada à criação de gado. Olha que loucura. Essa parte a gente não estuda na escola, né?

E claro, ondas de exploração e criação, uma vez que a exploração de minério acabava em uma região, ou diminuía, e essas pessoas iam em busca de novos locais. Existem alguns relatos de descentralização e abandono de propriedades rurais. A própria Chapada dos Veadeiros, era um polo importante de criação. Na metade do século XVIII existiam mais de 100 fazendas e 1.500 cabeças, em outra região do Goiás, os jesuítas criavam mais de 3000 bovinos. Com a decadência da mineração, foi-se estabelecendo um regime de pecuária extensiva, mais próximo do que conhecemos hoje, com regiões inteiras de pasto, pouca diversidade de atividades econômicas e baixa concentração populacional que levaram a esse abandono das atividades em várias regiões. Foram diferentes ciclos de exploração ao longo dos anos.

Numa história mais recente da expansão do gado no Brasil, a ditadura militar também estimulou a pecuária focada na colonização da Amazônia até então pouco explorada comparativamente com o resto do Brasil. A construção da rodovia Transamazônica nos anos 70 foi que empurrou a fronteira pecuária até o sul do Pará, enquanto fazendeiros foram incentivados a expandir a produção para Mato Grosso, Rondônia e Acre. Em 1977, o governo do General Ernesto Geisel inaugurou o Centro Nacional de Pesquisa de Gado de Corte, uma das frentes de trabalho da Embrapa. E só pra vocês terem ideia, entre 1987 e 2013, o rebanho brasileiro aumentou em 60%, mas no norte do Brasil o aumento foi de 280%. A pecuária se tornou o meio mais barato de ocupação de terras por todo o território brasileiro.

Mapa da rodovia Transamazônica
A famigerada rodovia Transamazônica

Uma coisa que foi constante, porém em todas as regiões ao longo de toda a história de expansão do gado e da mineração, foram os conflitos com indígenas que não aceitavam o trabalho imposto e condições impostas e isso segue até hoje.

Tem um um trecho do livro Os índios e a civilização, do antropólogo Darcy Ribeiro, que descreve o avanço da pecuária em terras dos povos Timbira, no sul do Maranhão:

“À custa de tramoias, de ameaças e de chacinas, os criadores de gado espoliaram a maioria deles, e os remanescentes de vários grupos se viram obrigados a juntar-se nas terras que lhes restavam, insuficientes para o provimento da subsistência à base da caça, da coleta e da agricultura supletiva desses índios.”

Duzentos anos depois, a gente vê a tragédia que está acontecendo com os Yanomamis no garimpo de ouro no norte do Brasil e um avanço desenfreado da pecuária no Cerrado. Quando a gente fala sobre interseccionalidade, é sobre isso que estamos falando. Essa exploração e opressão contínua de diversos povos e espécies ao longo da história e das forças políticas envolvidas, tudo conectado pelo interesse político movido pelo capital.

Aumento na produção e crescimento do mercado

Bom, a gente já falou de como a pecuária expandiu territorialmente, mas faltou falar então, como que essas poucas vacas que chegaram láaaa no início da colonização se tornaram as mais de 200 milhões de animais e como o Brasil se tornou o segundo maior produtor de carne e o quarto maior produtor de leite do mundo.

De acordo com o pesquisador Caio Prado Júnior, dois séculos depois do início da colonização, o Nordeste ainda era o principal polo de produção pra população brasileira, mas interiorização não deu tanto certo assim. A produção de gado foi bem prejudicada com o clima mais seco e longos períodos sem alta disponibilidade de água necessária pra sobrevivência desses animais.

Com isso, a produção no Sul do país, desenvolvida inicialmente pelos padres jesuítas, começou a se tornar mais relevante e suprir o aumento populacional do nordeste e do sudeste do país. Os produtores começaram a produzir charque, aquela carne seca, sabe? E exportava para outras regiões do Brasil e para a Europa. A produção de couro foi bem intensa nos séculos XVIII e XIX, assim como o leite, que teve sua primeira fábrica instalada em 1888 (sim, o ano de assinatura da Lei Aurea). Ainda assim, com o aumento da população bovina e as diversas formas de exploração desses animais, a pecuária ainda era pouco desenvolvida e foi somente a partir do século XX que ela começou a crescer de fato.

O que mudou tudo foi a criação de políticas nacionais de abertura do mercado brasileiro para multinacionais. A empresa inglesa Anglo e a americana Swift, sim, aquela loja de carne que foi comprada pela Friboi e tá espalhada em vários centros urbanos no Brasil, a Swift tá aqui desde 1917! Foi nesse ano que foi instalado o primeiro frigorífico no país. Eu fiquei em choque com essa informação.

Com o fim da Segunda Guerra, a pecuária precisou se renovar na Europa e com isso os Estados Unidos e Austrália começaram a crescer muito na produção. O Brasil já era um grande produtor e exportador mas, apesar das poucas multinacionais, contava ainda com uma grande produção clandestina, ou vamos dizer assim, mais artesanal, que não tinha os padrões exigidos internacionalmente e, por isso, começou a sofrer com a competição internacional.

Foi então somente a partir da década de 60 que se passou a ocorrer maior expansão da atividade no país. O governo militar investiu pesado, como eu já mencionei anteriormente, e foram introduzidas novas raças e novas regras pro setor através do Programa Nacional da Pecuária do Ministério da Agricultura e esse investimento trouxe resultados muito lucrativos para os donos das empresas e políticos que se beneficia com a produção, fazendo com que novas políticas públicas para favorecer a pecuária fossem implementadas até os dias de hoje. São mais de 200 projetos e subprojetos que visam aumentar ainda mais a produção, qualidade, rentabilidade e eficiência dos sistemas produtivos da bovinocultura de corte no Brasil de cooperação da Embrapa, com o Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária e instituições da Europa, América do Norte, Japão, Austrália e países da América do Sul.

Todos os avanços tecnológicos, permitiram que se criassem mais animais em menos espaços mas, nesse sentido, a criação em pasto como é feita no Brasil é vantajosa com relação à Europa socialmente falando. Problemas como o da vaca louca e outras infecções vindas dessa produção extensiva de animais são menores em espaços abertos, onde os animais tem acesso a água e um clima que não varia tanto ao longo do ano, diferentes dos criadouros e abatedouros mais comuns no resto do mundo que cria os animais em confinamento. Isso foi um acelerador da produção brasileira nos anos 90.

Mesmo com essa vantagem geográfica e climática, a pressão internacional pra diminuir o desmatamento no território brasileiro, tem mudado as perspectivas de futuro na criação desses animais no Brasil. A criação como ela feita hoje requer um espaço enorme de pasto para alimentação dos animais e já existem vários teóricos, produtores e até o presidente Lula, falando sobre criação em confinamento para diminuir o desmatamento.

Cléber Soares, um pesquisador importante na área da Embrapa, afirma que nas fazendas bovinas do Brasil se produzem hoje, em média, 90 quilos de carne por hectare ao ano, mas que é possível produzir até 600 quilos com a adoção de tecnologias já disponíveis. Ele diz ainda que é possível complementar a dieta desses animais com cereais e fazer com que eles não precisem de tanto capim e que isso pode ser conduzido através de seleção genética dos animais que se adaptam melhor às novas condições de moradia e alimentação. O Brasil já é o maior exportador de genética bovina do mundo e eles querem fazer mais, transformar os animais em super máquinas de produção de carne e leite.

E vemos aí uma grande ironia e contradição do mercado capitalista global não é mesmo. E a gente constantemente se adaptando a um mercado global imposto e transformando a vida desses animais em nada mais além do que mercadorias. O Brasil que antes importava gado da Europa e da Índia, agora exporta entre muitas aspas “versões melhoradas” desses animais para esses países e bora ver o que vai acontecer se realmente esse confinamento de animais se tornar o padrão por aqui também.

Enfim, esse assunto é muito extenso e é muito mais complexo delinear essa história da primeira vaca ou das primeiras vacas que pisaram em solo brasileiro. Eu não achei nenhum relato, por exemplo, que falasse do contato dos povos originários da américa do sul com esses animais, mas como eu li no dossiê da pecuária em uma revista de 2012 da Universidade Federal do Goiás:

“Dissertar acerca da história de ocupação do gado no coração do Brasil é adentrar um cenário de múltiplas hipóteses, cartas escritas à mão; é deparar-se também com acontecimentos geopolíticos e socioeconômicos que vão desde os primeiros desbravamentos até o agronegócio atual. O fato de que os bovinos não existiam nas Américas já é informação suficiente para assumir que a ocupação de gado no Brasil Central foi uma espécie de progresso da humanidade, nas suas formas de apropriação da natureza, exploração econômica e sobrevivência.”

Eu sempre fiquei com preguiça de estudar história e eu achava chato porque era uma grande lista de datas e nomes de pessoas que pareciam não ter conexão alguma com a minha vida, mas o problema não era a história, mas a forma como ela era contada. Hoje consigo ver isso enquanto estudo para os roteiros aqui do Outras Mamas e pras coisas que me geram curiosidade.

Quando eu falo que escolher ser vegana mudou minha vida, não é uma questão individual de saúde ou de peso na consciência na minha relação com os animais, mas porque me fez abrir os olhos e os ouvidos para outras histórias, outras perspectivas, diferentes de tudo que eu já tinha aprendido e me trouxe a curiosidade de querer saber mais, questionar mais e ao invés de pensar “não sei, só sei que foi assim”, hoje eu penso, mas como que ficou assim? Porque nada é dado, tudo é construído, inclusive dentro das relações entre espécies humanas e não-humanas. A história das primeiras vacas é a história do Brasil e foi isso que motivou fazer essa mini-série de episódios pra entender como é que a gente chegou até aqui.

Nos próximos episódios vamos tratar mais dos aspectos culturais do crescimento da figura do fazendeiro, do sertanejo, de como o agro se tornou pop e como nossa alimentação foi sendo moldada ao longo da história. Os portugueses e espanhóis pisarem aqui foi apenas uma parte, um primeiro passo dessa colonização que continua até os dias de hoje e é isso que vamos explorar nessa nova temporada do Outras Mamas Podcast.

Agora, as principais referências que usamos para construir esse episódio:

https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/694/o/13_05.pdf

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