#37 — Educação pública resiste!

Thais Goldkorn
Outras Mamas
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4 min readMay 7, 2019

Essa semana o tema não tinha como ser outro, as últimas notícias vindas seja do twitter do nosso presidente ou do ministro da Educação Abraham Weintraub assustaram todos que reconhecem a importância do ensino público e gratuito no Brasil.

Como filhas de universidades públicas e de escola pública (no meu caso, Thais) falamos com a perspectiva do amor e reconhecimento dessas instituições e também trouxemos depoimentos de professoras, funcionárias e alunas pra colocar luz nessa debate tão importante!

As três primeiras universidades atingidas pelo anúncio e que tiveram repasses reduzidos foram: a Universidade de Brasília (UnB), a Universidade Federal Fluminense(UFF) e a Universidade Federal da Bahia (UFBA). O argumento, segundo o ministério da educação, seria por não apresentarem desempenho acadêmico esperado e promoverem “balbúrdia” em seus câmpus.

Projeção em protesto na UFF Foto: @raphaelkapa
Projeção: Diretório Acadêmico Maria Khiel (DAMK)

Os cortes de 30% de orçamento atingem as chamadas despesas discricionárias, destinadas a custear gastos como água, luz, limpeza, bolsas de auxílio a estudantes, etc. Os recursos destinados ao pagamento de funcionários são obrigatórios e não podem ser mexidos.

Em seguida a notícia de que TODAS as instituições federais seriam atingidas pelo corte, e aqui se alguém estava achando que essa verba economizada serviria pra investir na educação básica, esquece! Aqui entra educação básica, creches e pré escolas, alfabetização de jovens e adultos, bolsas, pesquisa, ou seja, toda a educação gratuita será atingida.

A crise da educação no Brasil não é uma crise; é projeto. (Darcy Ribeiro)

Entre tantas opiniões e discursos inflamados precisamos estar atentas as intenções. O desmonte do ensino público chega ao mesmo tempo da aceleração de credenciamento de novas universidades particulares pelo MEC.

Importante sabermos das críticas, que o sucateamento do ensino público não é novidade no governo Bolsonaro, mas em tão pouco tempo tantas ameaças ao que já conquistamos chegam a todo momento.

Mas que coincidência, não?

O que a gente pode fazer então diante desse caos esperado? A primeira coisa é a gente ter em mente que ainda vivemos numa democracia, então as aventuras de Bolsonaro e sua trupe tem limites. Como bem disse João Carlos Salles, reitor da Universidade Federal da Bahia (UFBA) “A universidade é um projeto de longa duração. Não é um projeto de governo, é projeto de estado, é uma aposta que nós todos fazemos num espaço que seja avesso à ignorância, que seja avesso à violência, ao atraso, ao preconceito”

Várias instituições já se pronunciaram em cartas e notas de repúdio ao congelamento, estudantes já se manifestaram como foi o caso do colégio Pedro II no Rio de Janeiro, e grandes atos estão marcados para essa semana e já tem petição online pra gente assinar.

É tempo de se mobilizar, demonstrar que estamos organizados e atentos e não vamos deixar nossos direitos serem perdidos um a um!

Universidade pública resiste!

Ouça aqui o episódio na íntegra:

Um agradecimento especial aos depoimentos que recebemos, em ordem:

Tauane Ybarra — estudante de graduação da Química na USP, campus de São Carlos

Flora Daemon — professora da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

E você que tem uma história com o ensino público, manda pra gente? Vamos postar relatos durante a semana pra gente mostrar que nem só de balbúrdia e gente pelada vivem as instituições ❤

E aqui estão todos os links que citamos nesse episódio:

Apoie nosso trabalho e venha construir com a gente:

Obrigada e até semana que vem,

Thais e Babi ❤

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Thais Goldkorn
Outras Mamas

Vegana. Feminista.Canceriana. Não mono. @thaisgoldkorn @outrasmamaspodcast