Foto que postei no Instagram assim que cheguei em casa com o fone.

Resenha: JBL T100a

O melhor fone de ouvido para um pseudo-audiófilo low-budget

Julli Rodrigues
Published in
5 min readOct 15, 2015

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Resolvi inaugurar uma nova categoria de posts não tão pessoais assim aqui no Medium: opiniões sobre coisas que compro e que não são suficientemente hype para ter resenhas e mais resenhas internet afora. Decidi escrever minhas impressões justamente para suprir essa lacuna. Eu gostaria de ter lido opiniões aprofundadas de usuários antes de comprar. Assim, outras pessoas podem buscar informações desses produtos e, talvez, chegar aos meus textos.

Quem me conhece — ou quem me acompanha no Twitter — sabe que eu sou apaixonada não apenas por música, mas por áudio. Me interesso pelos aspectos técnicos, configurações, equipamentos e prezo por um som de qualidade. Como já disse algumas vezes, acho que sou uma audiófila não-praticante: só não pratico de verdade por falta de dinheiro. Mas ainda assim tento fazer o possível para ter um som de qualidade, dentro dos limites do meu orçamento. Foi o que me levou até o fone de ouvido intra-auricular JBL T100a.

Passei os últimos três anos usando um fone ligeiramente simples da Sony, o MDR-EX10LP, que já foi descontinuado. Intra-auricular, com isolamento acústico passivo e disponível em quatro cores diferentes. Tive duas unidades, uma azul e uma preta. No geral, era um bom fone, apesar da sua tendência a puxar muito pros médios. Extrair bons graves e agudos brilhantes ao mesmo tempo era uma tarefa árdua, conseguida apenas com muita equalização. Se o dispositivo não tivesse esse recurso, o que eu obtinha era um som chapado e sem graça.

Após um tempo, enjoei do som desse fone. Enjoei, nesses termos mesmo. Até que ele durou bastante: mais de um ano e meio até que o lado direito falhasse, fora o exemplar anterior, que durou um ano e meio também. Por um tempo, ainda consegui usá-lo torcendo o cabo, enrolando-o na orelha, mas uma hora pifou de vez. Então, cansada de comprar sempre o mesmo fone, parti em busca de algo novo, com melhor qualidade sonora. E estava disposta a pagar mais caro.

Na loja online da Foxtrot Instrumentos Musicais, encontrei o JBL T100a por R$89,00, em junho de 2015. Busquei alguns reviews na internet, mas não encontrei nada muito conclusivo: só uns dois textos destacando a vocação para os graves e a ausência de distorção, além de um documento de especificações fornecido pela própria JBL. Mas só havia um jeito de descobrir se ele era do meu agrado: testando. Fui à loja do Shopping Bela Vista e perguntei se era possível fazer isso. E era. Ele passou no teste e eu o levei pra casa.

É simplesmente o melhor fone que eu poderia ter comprado.

Considerando que foi um investimento relativamente alto pros meus padrões, já que não disponho de um orçamento que possibilita extravagâncias de áudio (um dia terei, espero eu), não me arrependi nem um pouco. A JBL é uma marca tradicional em matéria de sistemas de áudio, e conseguiu imprimir sua qualidade no T100a de maneira clara. Ele não é apenas um fone comum que carrega uma marca de renome (alô, Beats Audio).

Especificações

Podem ser encontradas neste documento da marca, em inglês.

O som

Há quem tenha dito, nos poucos textos que li, que a tecnologia PureBass presente no fone dava a sensação de ter um subwoofer nos ouvidos. Tenho certa desconfiança dessa definição, assim como desconfio desse gosto pelos graves sem qualquer critério. Mas, para minha sorte, os graves que o T100a oferece não se encaixam na categoria “paredão de som”. São do jeito que eu gosto: encorpados, abrangendo uma boa gama de frequências baixas, ressoando nos ouvidos sem invadir o espaço das outras frequências. Propiciam uma profunda imersão no som.

Médios e agudos estão na medida certa, tendo também certo destaque. Todos os detalhes das músicas são escutados sem o menor problema. Sabe aquela coisa de comprar um fone novo e passar a ouvir coisas que nunca tinham sido notadas antes naquela sua canção favorita? Aconteceu muito comigo. Além disso, o som não distorce em volumes altos, de maneira alguma. Não costumo ouvir música nessas condições, mas já tive que submetê-lo a esse teste por outros motivos e percebi que, apesar do incômodo pelo alto volume, tudo ainda é reproduzido com qualidade.

Aspectos físicos

O fone possui um microfone e um botão para atender chamadas, o que mostra que ele foi pensado especialmente para uso com telefones celulares. É possível avançar (pressionando duas vezes) e pausar faixas (pressionando uma vez) com ele, mas não consegui voltar à faixa anterior, coisa que conseguia fazer com o fone de fábrica do meu celular ao apertar o botão três vezes. Fora isso, botão e microfone funcionam bem.

O cabo parece ser bem forte, embora eu tenha duvidado um pouco disso logo quando tirei da embalagem. No meu uso cotidiano, tenho submetido o cabo e o plug a alguns abusos nos ônibus da vida. Em quatro meses, nada aconteceu.

Fotos extremamente capengas que consegui tirar desses detalhes discretos

Para quem gosta de discrição, o T100a é o fone certo. Nada de emblemas escandalosos da marca ou peças esquisitas que chamam atenção: apenas a marca impressa nos fones em tinta prateada — de maneira que praticamente não aparece quando o fone está em uso — e gravada em baixo relevo no botão de chamada e no plug. Se você acha legal “tirar onda”, talvez fique um pouco decepcionado com isso.

O isolamento acústico passivo é feito com almofadas de silicone, que, como de costume, vêm em três tamanhos. Enquanto a música está tocando, praticamente não ouço o ruído ambiente (tanto que as pessoas até se irritam um pouco tentando me chamar).

Pontos negativos

Acho que o cabo poderia ser maior, mas 1,1m é um comprimento padrão para esse tipo de fone. Fora isso, nenhuma queixa.

Conclusão

Se você curte fones intra-auriculares e busca um som honesto, encorpado e equilibrado sem ostentar aparências, o JBL T100a é a melhor escolha. Se você prefere fones over-the-ear, a empresa tem em seu catálogo o T300a. Nunca testei, mas também parece ser bom.

Não me arrependo nem um pouco dessa compra. Amor verdadeiro, amor eterno, e já prevejo meu luto quando esse fone quebrar.

Edit (21/3/2018): Depois de quase três anos com essa resenha no ar, escrevi um novo texto, contando toda a minha experiência com esse modelo de fone de lá pra cá. Ficou curioso? Aqui está:

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