Especial Educação e internet no interior

5. Um Enem marcado por ansiedade e isolamento social

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OVA UFPE
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2 min readOct 2, 2020

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Especialista dá dicas para quem vai se submeter ao exame nacional. Quase seis milhões de pessoas estão inscritas

Alan Rocha: "Situações atípicas provocam reações atípicas"(foto: arquivo pessoal)

Cladisson Rafael e Maria Souza

Estudantes de todo o país sofrem com os efeitos do isolamento social e a pressão e ansiedade para prestarem o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), adiado para janeiro e fevereiro de 2021.

Entre os quase 5,8 milhões de inscritos confirmados para o exame este ano estão as estudantes Miriã Porto, que almeja uma vaga em fonoaudiologia na Universidade Federal de Pernambuco, e Isabely Costa, que pretende cursar enfermagem na mesma instituição. Ambas conciliam os estudos do ensino regular com cursinhos preparatórios, on-line, para o exame.

A estudante Ester Falcão, 17, vai tentar psicologia. “Se tudo der certo, na federal em Recife ou João Pessoa”. Ela está complementando as aulas remotas estudando para o ENEM. Normalmente, seleciona duas horas para fazer as atividades da escola e mais uma para pesquisar algumas matérias do exame. Diante de todos os problemas escancarados durante a pandemia, ela considera um privilégio ter acesso à internet, computador e celular e, ainda, ter suporte dos professores.

Com a pressão de ter que escolher os próximos passos após o ensino médio, as estudantes têm sentido na pele os efeitos dessas cobranças. Resultado: ansiedade e frustração. Segundo o psicólogo Alan Rocha, especialista em psicologia educacional, diante de um cenário pandêmico, considerando que estamos lidando com uma situação atípica, as reações psíquicas também serão atípicas.

“Quadros leves de estresse, ansiedade e sintomas depressivos podem surgir, sem necessariamente que o sujeito seja enquadrado em um diagnóstico, visto que se trata de uma reação ‘normal’ diante de uma situação ‘anormal’. Então esse é um momento de mais cuidado e acolhimento e menos diagnósticos”, explica.

Para o especialista é preciso estar atento aos sinais de alerta e ao período de duração dos mesmos e procurar ajuda profissional, caso os sintomas se elevem. “É possível fazer psicoterapia on-line, acompanhamento nutricional, orientação de exercícios físicos dentro da própria residência. Para além de tudo isso, é extremamente importante a manutenção de vínculos afetivos, as melhores ferramentas nesse momento, é o cuidado de si e a capacidade de resiliência”.

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projeto de extensão do Observatório da Vida Agreste (OVA), Curso de Comunicação Social da UFPE/Centro Acadêmico do Agreste (CAA)