Filme Carro Rei retorna a Caruaru em mais uma edição do projeto de extensão O Moderno Popular
Após a exibição, estudantes, docentes e convidadas/os debateram sobre a produção no Centro Acadêmico do Agreste/UFPE
De volta à cidade onde foi produzido, o longa-metragem Carro Rei foi a atração da nova edição do O Moderno Popular, projeto de extensão do Observatório da Vida Agreste (OVA), do curso de Comunicação Social da UFPE/CAA. A diretora Renata Pinheiro e o designer Ramsés Marçal participaram de um debate após a exibição. O evento contou com a mediação da professora e jornalista Fabiana Moraes e a participação de estudantes e convidadas/os que se reuniram no auditório Luiz Gonzaga no Campus do Agreste.
O filme foi gravado em Caruaru, cidade do agreste pernambucano. O longa conta com a participação de grandes atores, como Matheus Nachtergaele e Adélio Lima. O local foi escolhido por ser igual — e ao mesmo tempo diferente — das grandes capitais. “A gente sempre viu Caruaru como um lugar muito original. Hoje em dia tudo está se tornando muito igual justamente pelos padrões das tecnologias próximas à gente, e Caruaru, por ter sido fundada por brasileiros e não europeus, apresenta características muito especiais, as pessoas são originais, são mais receptivas”, comentou Renata Pinheiro, fazendo ligação com o personagem Zé Macaco (interpretado por Matheus Nachtergaele), um cientista nato, sem formação acadêmica, mas muito criativo, inteligente e original. O personagem foi baseado em um mecânico caruaruense que tinha o mesmo apelido.
O longa, que traz em seu enredo importantes críticas sociais ao capitalismo e ao consumo exagerado (principalmente de carros), é classificado como ficção científica e tem como personagem principal um carro pensante, falante e cheio de tecnologias, construído pelo designer Ramsés Marçal exclusivamente para a obra. “A gente tinha que fazer uma coisa meio grotesca, que não ficasse certinha e que fosse bizarra, e eu acho que a gente conseguiu alcançar o objetivo nesse processo de construção”, disse. O convidado também falou sobre as dificuldades encontradas em relação ao tempo curto de produção, cerca de um mês e meio até o carro ficar pronto.
Durante a conversa, o estudante de design Lucas Silva falou sobre a aproximação do longa com o gênero marcado, e Renata chamou a obra de “fábula que namora com o gênero”. Ela ainda afirma que “a intenção era trazer originalidade, sem se prender aos dogmas de cada gênero” (terror, ficção, filmes pop, etc). Outros convidados também participaram do bate papo, como o graduando em Comunicação Social Francisco Xavier, que apontou para a relação do filme com a busca incessante pelo novo presente na sociedade atual, onde o velho é rejeitado e logo é descartado.