Livro “Augusto Boal e a Formação do Teatro do Oprimido” será lançado em Caruaru
O bate papo com o autor da obra, Geo Britto, acontecerá na próxima sexta (17), no Shopping Caruaru
Fernanda Lira
O livro Augusto Boal e a formação do Teatro do Oprimido, novo lançamento do escritor, dramaturgo e diretor brasileiro Geo Britto, resgata o percurso realizado por um dos mais importantes teatrólogos do país, Augusto Boal, até a criação do Teatro do Oprimido. O último popularizou um método no qual o teatro era (e ainda é) usado a favor de discussões políticas e sociais. A obra será centro de debate na próxima sexta-feira (17) na livraria Imperatriz, do Shopping Caruaru, às 19h30.
“O Teatro do Oprimido não foi inventado pelo Boal, foi sistematizado”, diz Britto, que trabalhou com Augusto Boal por 20 anos e afirmou que o teatrólogo sempre enfatizou tal fato. Ele explicou que, a partir de técnicas já existentes, como as do Teatro Imagem e do Teatro Jornal, Boal fazia readaptações segundo as realidades locais em que trabalhava, pensando em questões políticas e sociais. “Ele dizia que, quando alguém fala que o teatro não é político, na verdade está tendo uma ação política ao usar o teatro a favor dos opressores”, comenta Britto.
O autor salientou que o Teatro do Oprimido “é uma técnica viva”, em movimento, e que, portanto, para cada novo problema, há uma nova técnica: essa é uma das marcas de Boal. Com uma extensa pesquisa em arquivos de diferentes lugares, no Brasil, nos EUA e na Europa, somados a mais de 50 entrevistas com familiares, artistas e intelectuais que tiveram contato com o trabalho de Augusto Boal, Geo Britto escreveu o livro que, em cerca de 300 páginas, “abre janelas de pesquisa que poderiam ser desenvolvidas em mais de 3 mil páginas”, afirmou. A conversa com o autor, que vai dialogar com a plateia sobre alguns pormenores da pesquisa, é aberta ao público.