“Um projeto radical, popular e revolucionário contra um Game of Thrones Tupiniquim”

Jones Manoel (PCB), candidato ao governo de PE, criticou os adversários, defendeu suas propostas e conversou com alunos e docentes da UFPE — Campus Agreste

OVA UFPE
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3 min readSep 29, 2022

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Foto: Maryane Martins

“A característica da eleição pernambucana esse ano é que a gente tem um conjunto de candidatos ricos, de famílias burguesas, que já foram governo em vários momentos da história pernambucana.” Jones Manoel (PCB), candidato ao governo de Pernambuco, deu início à última rodada de conversas com os alunos e professores do Campus Agreste, da UFPE, lembrando que seus adversários têm oposição eleitoral ao PSB, mas não de projeto. “Essas oligarquias representam o mesmo projeto burguês-elitista’’, afirmou o postulante.

Na fala de Jones também estavam presentes questões como a importância do investimento em saúde básica, transportes e agricultura familiar, sempre trazendo contrapontos. “Para a saúde em atenção básica o investimento é de 33 milhões anuais, mas só de descontos em agrotóxicos em 2019 foram 39 milhões de reais”, conta o candidato, que também é professor de história, comunicador popular, escritor e youtuber. A professora Monaliza Ferreira, do curso de Economia e integrante da comissão organizadora dos encontros, mediou a conversa na última segunda-feira (26), no Auditório Mestre Vitalino, do Centro Acadêmico do Agreste (CAA) — UFPE.

Foto: Lucas Bezerra

Essa introdução reverberou uma série de perguntas elaboradas pelos discentes. Um aluno do curso de Engenharia Civil que não se identificou, questionou o candidato acerca do déficit habitacional no Estado e João Vitor, estudante de medicina no CAA, quis saber um pouco mais sobre a comunicação adotada na campanha. Com relação ao déficit, Jones falou sobre um dos projetos da sua campanha, o Programa Estadual de Moradia Popular, que visa entregar 100 mil moradias por ano, num plano de requalificação de moradias populares. Já sobre a comunicação, explicou a escolha de uma tática que quebre expectativas simbólicas do que é ser um candidato ao governo, ao utilizar discursos que chamem atenção ao caráter de classe da campanha. Um exemplo disso é a frase que viralizou recentemente nas redes: “Sou o único candidato que, se você soltar no Cais de Santa Rita com um Vem, sabe voltar para casa”.

O combate ao racismo e programas para a comunidade LGBTQIA + também foram fortemente reforçados no encontro. Ambos os temas representam 2 dos 19 eixos de trabalho a serem postos em prática caso Jones Manoel e sua vice Raline Almeida, da mesma legenda, sejam eleitos. O postulante defendeu sua candidatura como a única que conversa de forma horizontal com o povo trabalhador, já que ele também é um: “O que nós temos é um projeto radical, popular e revolucionário contra um Game of Thrones Tupiniquim”.

O candidato do PCB também falou sobre valorização das regiões Agreste e Sertão, reforçando que a infraestrutura na saúde é muito concentrada na região metropolitana, assim, as outras localidades são descobertas de centros de reabilitação, hospitais e UPAs especializadas. E lembrou que acontece o mesmo com os transportes: “Agreste e Sertão abandonados, sem sistema de transporte. Eduardo Campos montou um sistema em Recife e na região metropolitana, mas nas outras cada prefeitura faz o que quer”.

Esse foi o terceiro e último dos debates, promovidos por docentes do Campus Agreste, com postulantes ao cargo máximo do poder executivo no estado. Anteriormente, o candidato Jadilson Bombeiro (PMB) e a candidata Cláudia Ribeiro (PSTU), estiveram presentes no CAA. Todos os candidatos e candidatas foram convidados/as para participar dos encontros.

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A proposta do laboratório é, a partir do contexto sociocultural do Agreste Pernambuco, realizar atividades de pesquisa e extensão.