5 Bandas dos anos sessenta que você precisa conhecer!

Cleber Veiga
Overdrivemusic
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7 min readNov 11, 2021
Photo by Valentino Funghi on Unsplash

Todo mundo gosta dos anos sessenta! Ou pelo menos, todo mundo que gosta de música gosta dos anos sessenta. Toda a revolução cultural ocorrida nessa década teve a música como protagonista, e é claro que, se você gosta de música, você conhece e reconhece a importância de nomes como Beatles, Stones, Bob Dylan e Jimi Hendrix.

Mas no meio dessa multidão de artistas incríveis, muitos nomes acabam não recebendo toda a atenção merecida, essa lista busca restaurar um pouco daquilo que eu considero uma injustiça.

A lista vai em ordem decrescente, ou seja, as últimas são as que eu acredito que sejam mais injustiçadas, opinião pessoal, não se ofenda. Chega de conversa e vamos à lista:

5. The Turtles

Ano de formação: 1965

País: Estados Unidos

Da esquerda pra direita: Raphael, Leonardo, Donatello, Michelângelo, Mestre Splinter e Destruidor

Como várias outras bandas da época, as tartarugas ninjas do pop dos anos sessenta alcançaram o sucesso com um cover de Bob Dylan, “It ain’t me baby”, mas foi em 1967, com o single “Happy Together” que a banda atingiu o auge do seu sucesso, a música atingiu o topo da Billboard, tirando Penny Lane dos Beatles do lugar mais alto do pódio e mantendo a posição por três semanas. Depois disso a banda manteve relativo sucesso comercial até o final dos anos sessenta, quando acabou sendo dissolvida e caindo no esquecimento.

A característica mais marcante do som dos Turtles era o vocal melódico e inconfundível de Howard Kaylan. Após o término da banda, em 1970, Kaylan, juntamente com o outro vocalista da Banda, Mark Volman, entraram para a banda de Frank Zappa, a icônica Mothers of Invention. Inclusive, se eu fosse você, abriria o YouTube agora mesmo e jogaria na busca “Frank Zappa Happy Together”, é sensacional!

4. The Zombies

Ano de Formação: 1961

País: Inglaterra

The Zombies em 1965: Ser morto-vivo ok, perder a elegância, jamais!

Muito antes dos icônicos monstros de George Romero, os teclados de Rod Argent já assombravam o Reino Unido (eu fiz uma piada com o nome dos Turtles, precisava de uma pros Zombies também, prometo que a próxima banda vem sem trocadilho).

De qualquer forma, os Zombies participaram da primeira onda da British Invasion, juntamente com Beatles, Stones, Hollies, Kinks, entre outras bandas, o diferencial dos caras era a complexidade dos arranjos, além é claro, da voz inconfundível de Colin Blunstone.

Em 1964 a banda alcançou a segunda posição da Billboard americana com o single “She’s not there”, que foi posteriormente regravado por Santana em 1977, no álbum Moonflower, mas a obra-prima da banda é sem dúvidas o álbum “Odessey and Oracle” de 1967, um dos álbuns mais importantes do final dos anos sessenta, e que figura com justiça na posição de número 243 na lista dos 500 álbuns mais influentes de todos os tempos da revista Rolling Stone.

3. The Lovin’ Spoonful

Ano de Formação: 1964

País: Estados Unidos

Formação clássica do The Lovin’ Spoonful

No início dos anos sessenta em Nova Iorque, uma banda chamada The Mugwumps tentava o estrelato, a banda acabou se separando, mas quatro dos membros originais da banda formaram duas das bandas de folk rock mais importantes dos anos sessenta: Cass Elliot e Denny Doherty e se juntaram a John e Michelle Phillips no The Mamas & The Papas e John Sebastian e Zal Yanovsky fundaram o The Lovin’ Spoonful. Os dois últimos são inclusive citados nos versos do hit “Creeque Alley”, do quarteto vocal.

O fato é que qualquer poderia perceber que o sucesso da nova banda era questão de tempo, tanto que eles foram a primeira opção da NBC para estrelar o show televisivo que acabou se tornando posteriormente “The Monkees”, uma resposta ao sucesso de “A Hard Day’s Night” dos Beatles. No fim das contas produtores optaram por criar uma banda do zero com atores, para manter o controle criativo e os direitos das músicas.

Eventualmente a banda acabou fazendo sucesso com hits como “Do You Believe in Magic”, “You Didn’t Have to be so Nice” e “Summer in the City”, que acabou se tornando o “hino” do verão de 1966, alcançando o topo da Billboard por três semanas consecutivas e ocupa hoje a posição número 401 entre as 500 maiores canções de todos os tempos da Rolling Stone.

John Sebastian deixou a banda em 1968 e o baterista Joe Butler acabou assumindo o vocal principal, lançando apenas um álbum, em 1969. A banda acabou se separando naquele ano, retornando à ativa apenas nos anos 90, e com apenas dois membros originais: Butler e o baixista Steve Boone.

Sebastian manteve uma produtiva carreira solo, participando do festival de Woodstock tanto o original de 1969 como a reunião de 1994, compondo para a Broadway ou para TV, e tendo versões de suas músicas regravadas por artistas como Johnny Cash, Elvis Costello, Joe Cocker e Tom Petty.

2. Buffalo Springfield

Ano de formação: 1966

País: Estados Unidos/Canadá

Buffalo Springfield nos anos 60: Stephen Stills e Neil Young olhando pra um pobre e rindo

Se você gosta de guitarra e não conhece Buffalo Springfield, mano, cê tá errado! O motivo: Dois dos maiores guitarristas da história são membros fundadores da banda, e não sou eu quem estou dizendo, a revista Rolling Stone já ranqueou Stephen Stills e Neil Young respectivamente nas posições 28 e 34 da sua lista de maiores guitarristas de todos os tempos.

Só que ao contrário de todas as outras bandas dessa lista, o Buffalo Springfield não foi um sucesso comercial, na verdade apenas uma música da banda acabou figurando no Top 10 da Billboard (o hit “For What It’s Worth” que acabou se transformando em hino da contracultura). A banda é frequentemente colocada ao lado dos Byrds como principal influência no desenvolvimento do Folk Rock, bem como uma das precursoras do movimento psicodélico.

Apesar de ter existido apenas entre 1966 e 1968 e ter lançado apenas três álbuns, banda já foi citada como uma das principais influências por caras como Ozzy Osbourne (Que gravou um cover de “For What It’s Worth no seu álbum Under Cover, de 2005), Robert Plant (Que sempre toca “For What It’s Worth em seus shows, desde a época do Band of Joy) e Alex Lifeson (O Rush costumava tocar covers da banda no início da carreira) e conquistou seu posto no Rock and Roll Hall of Fame em 1997.

1. Badfinger

Ano de formação: 1961

País: Inglaterra

John Lennon havia sugerido o nome “The Glass Onion” pra banda. Acima a reação dos integrantes.

Na minha modesta e insignificante opinião, o Badfinger é a banda mais injustiçada de todos os tempos, e também uma das mais azaradas.

Apesar de ter se formado no início dos anos 60, a banda só foi alcançar o sucesso em 1968, quando foi descoberta por ninguém menos que os Beatles, se tornando a primeira banda a assinar contrato com a gravadora recém criada pelo quarteto de Liverpool, a Apple Records.

A banda sempre manteve estreito relacionamento com os Beatles, o primeiro sucesso da banda foi “Come and Get It”, escrita e produzida por Paul McCartney, outro sucesso, “Day After Day” foi produzida por George Harrison, que tocou slide na faixa, a banda também participou do Concert for Bangladesh de Harrison, e inclusive o nome do grupo (Que originalmente se chamava The Iveys) foi dado em referência ao título original da música “With a Little Help From My Friends”.

Outros sucessos da banda foram “No Matter What” e “Without You” do álbum “No Dice” de 1970 (esta última foi regravada por Harry Nilsson, Air Supply e Mariah Carey) e “Baby Blue” do álbum “Straight Up”, de 1971 (Famosa música do final da série Breaking Bad).

No entanto, a banda teve uma série de problemas de gerenciamento de carreira: Trocou de empresário, deixou a Apple Records, o empresário acabou passando a perna na banda e fugindo com o dinheiro de todo mundo, coisa básica. Em 1974 a banda gravou o último álbum de estúdio com a formação clássica, o excelente “Wish You Were Here” (álbuns com esse nome costumam ser excelentes, reparou?).

Depois desse álbum, o guitarrista Pete Ham, se sentindo culpado por todos os problemas com o empresário, saiu do grupo e acabou tirando a própria vida em abril de 1975, entrando pro infame “Clube dos 27”. Oito anos depois, o baixista Tom Evans também se suicidou, encerrando assim a triste história de um dos grupos de rock mais legais (e injustiçados) de todos os tempos.

É bem provável que amanhã ou depois eu lembre de outras bandas que eu também adoro e que eu também acredito que tenham sido injustiçadas, então, é possível que essa lista tenha uma continuação. Sugestões de bandas “novas” também são muito bem vindas!

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Cleber Veiga
Overdrivemusic

Administrador, Especialista em Inteligência Financeira, estudante de economia, músico (wannabe) e mestre de RPG nas horas vagas.