Pedro Schmitt
Pílulas de Produtividade
4 min readJul 20, 2016

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Eu passei num concurso , viajei para vários países e fundei uma empresa que cresceu 15x em 3 anos.

Mas descobri que no fim nada disso realmente importa. E vou te dizer o porquê.

Gosto de fazer um balancete da vida volta e meia.

Ver o que alcancei, o que não alcancei, o que valeu a pena ou não.

Nos últimos anos tive sucesso em alguns objetivos. E fracasso em outros.

E até acertei alguns alvos que eu não havia mirado.

Há 7 anos atrás eu estava noivo e com vários planos e sonhos.

Metas que alcancei com sucesso:

Eu tinha algumas metas naquela época.

  • Trabalhar em um órgão público, via concurso
  • Ter um salário bom
  • Ter uma empresa bem-sucedida numa área que eu gostasse
  • Ter um apartamento próprio na capital

Consegui ser chamado em vários concursos e escolher um bem bacana na minha área e que tinha a ver comigo, no Ministério da Ciência e Tecnologia.

Consegui alcançar o salário bom.

Depois de sair com uma amo na frente e outra atrás em uma Lan House e uma empresa de revistas, alcancei sucesso com a empresa de boardgames.

Foi fundada em 2013 com investimento de 40k e hoje, após aporte de investidores externos tem valor de 620k, 15 vezes maior.

Conquistas que “aconteceram”, sem serem metas anteriores minhas:

  • Viajar para várias cidades dos EUA e de outros países
  • Descobrir sócios fantásticos na empresa, que me dão prazer de trabalhar junto

Mas mesmo tendo toda uma lista de conquistas, fiz um exercício essa semana que mexeu comigo.

Muito.

É a criação da fotografia de vida, segundo o livro Produtividade para quem quer tempo do Geronimo Theml.

Em certa parte do exercício ele pede que você feche os olhos e se imagine bem velhinho, num leito de hospital.

Você está no fim da vida, é o seu último dia. E você esta feliz com o que construiu. (É importante que o exercício seja feito assim).

E você receberá apenas 3 visitas de pessoas queridas.

E essas 3 pessoas irão te dizer algo que você fez que as fará para sempre lembrar de você.

E é você quem deve agora descrever quem são essas pessoas e o que elas dirão.

Pelo que elas se lembrarão com alegria de você, após a sua partida.

Só aí, antes de até mesmo pensar no que elas diriam, eu já percebi uma mudança de mentalidade.

Não são as coisas que importam. São as pessoas.

É como dizem: devemos usar as coisas para impactar e conquistar pessoas. E não o contrário, que é usar as pessoas para conquistar coisas.

No fim da vida, não vão importar as coisas que você tem. Porque as coisas não lembrarão de você.

Quem lembrará de você? Aqueles para quem você foi importante. Como até escrevi uma vez, que te importaram para dentro delas.

Bom, não vou abrir aqui quais foram as minhas 3 pessoas e as 3 lembranças que eu desejo no futuro que tenham de mim.

Quando num dia tomarmos um café juntos, você pode me perguntar (:

Mas eu vou dizer qual é a minha maior conquista.

Não foi alcançar um emprego público com alto salário, não foi ter um apartamento na asa sul, não foi fundar uma empresa que aumentou 15 vezes em 3 anos.

Tudo isso é legal. Traz um sentimento de que os esforços têm dado certo.

Mas são coisas.

Eu poderia simplesmente perde-las todas hoje. Começar do zero. Eu levantaria a cabeça e iria para a batalha de novo. E tenho certeza que conquistaria mais do que antes.

Porque não é isso que leva alguém a poder terminar a vida e dizer com orgulho: “valeu a pena ter gasto meus anos que nunca mais voltarão, pois agora eu tenho essas coisas.”

O que realmente faz brilhar meus olhos e acalenta o meu coração, que me faz pensar “Sim! Valeu a pena ter gasto meus anos que não voltarão”, é a família que formei nesse processo.

Eles não são conquistas, são presentes.

São o que mais valorizo.

É o que me permite pensar que quando o dia chegar, valeu a pena ter vivido.

E você?

Se fechar os olhos agora e se imaginar no fim da vida, o que terá valido a pena?

Não tenha coisas. Tenha pessoas.

minha familia

O sentido da vida é encontrar o seu dom. O propósito da vida é compartilhá-lo. — Pablo Picasso

Esse texto faz parte das publicações do Pílulas de de Produtividade. Acompanhe também o que tenho feito, o que li, o que aprendi e não aprendi, minhas várias burradas e meus alguns acertos aqui.

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Pedro Schmitt
Pílulas de Produtividade

Co-founder Ludoteca BGC e Acervo de Jogos, Ruby on Rails developer