É nacional: secundaristas ocupam escolas no Ceará e Rio Grande do Sul

eDemocratize
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3 min readMay 16, 2016
Foto: Reprodução/Facebook

A mobilização dos estudantes secundaristas vai ganhando cada vez mais espaço ao redor do Brasil. Além de São Paulo, Rio de Janeiro e Goiás, estados como o Ceará e Rio Grande do Sul já contam com escolas ocupadas por estudantes contra cortes na Educação.

No final do ano passado, mais de 200 escolas foram ocupadas em todo o estado de São Paulo. O objetivo era barrar o projeto do governador Geraldo Alckmin (PSDB) que pretendia “reorganizar o ensino estadual”, fechando pelo menos 93 escolas.

Os secundaristas conseguiram uma vitória considerada “provisória”: neste ano de 2016, o governo de São Paulo tem praticado o que o sindicato dos professores chama de “reorganização disfarçada”. Cerca de mil salas de aula foram fechadas segundo levantamento da Apeoesp — que posteriormente foi encaminhado para o Ministério Público do estado, que realiza investigação sobre a ação do governo tucano.

De lá pra cá, pelo menos 30 escolas foram ocupadas em Goiás contra as OSs e a militarização do ensino no estado. No Rio de Janeiro, já foram mais de 70 escolas ocupadas contra a precarização do ensino e o corte de gastos. No Rio, a mobilização continua.

Agora, mobilizações similares surgem em outros estados espalhados pelo país.

Foto: Gabriel Soares/Democratize

Tanto no Ceará quanto no Rio Grande do Sul, uma nova onda de ocupações surgiu nos últimos dias.

Nos dois estados, uma semelhança considerada peça chave para a mobilização: em ambos os estudantes seguem os professores da rede estadual, que decretaram greve.

Pelo menos 11 escolas estão ocupadas até o momento no Rio Grande do Sul. A paralisação da categoria dos docentes da rede estadual começou nesta segunda-feira (16).

O movimento ocorre na capital e também pelo interior do estado. Até o fim da manhã desta segunda, Porto Alegre tinha ao menos seis escolas ocupadas. Em Rio Grande, na Região Sul, eram quatro. Em Passo Fundo, no Norte, uma.

Já no Ceará, são pelo menos 30 escolas ocupadas. Os secundaristas cobram melhorias nas escolas e o fim dos cortes do estado na Educação. Além disso, também apoiam a greve dos professores da rede estadual, que começou em meados de abril.

A pressão já tem dado efeito: o governador do Ceará, Camilo Santana (PT), anunciou investimento de R$140 milhões para a educação, sendo uma parte desse valor para atender às reivindicações de alunos e professores em greve.

A mobilização mostra sua cara autônoma e fora dos laços partidários com a ocupação no Ceará.

  • São Paulo: mais de 200 escolas ocupadas contra a reorganização escolar | governo do PSDB (Geraldo Alckmin)
  • Rio de Janeiro: cerca de 70 escolas ocupadas contra a precarização do ensino | governo do PMDB (Pezão)
  • Goiás: cerca de 30 escolas ocupadas contra as OSs e a militarização do ensino | governo do PSDB (Marconi Perillo)
  • Rio Grande do Sul: pelo menos 11 escolas ocupadas em apoio aos professores em greve | governo do PMDB (José Sartori)
  • Ceará: mais de 30 escolas ocupadas contra os cortes na Educação e em apoio aos professores em greve | governo do PT (Camilo Santana)

Desta forma, a mobilização secundarista vai ganhando apoio massivo da sociedade civil e da opinião pública, por mostrar seu caráter autônomo e longe dos braços da máquina partidária.

Em São Paulo, mais escolas foram ocupadas em 2016 contra a falta de merenda. Em seu ápice na semana passada, eram mais de 20 as escolas e ETECs ocupadas.

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