Depois do Chile, multidão ocupa Buenos Aires contra políticas neoliberais

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Published in
2 min readAug 29, 2016
Foto: EFE

Depois de um milhão de pessoas ocuparem as ruas do Chile contra a previdência privada neste mês de agosto, foi a vez dos argentinos protestarem em Buenos Aires por 24 horas ininterruptas contra o desemprego e as políticas econômicas neoliberais de Mauricio Macri.

Liderados pelo grupo Mães da Praça de Maio, os argentinos ocuparam as ruas de Buenos Aires neste fim de semana, em um protesto histórico contra as políticas neoliberais promovidas pelo atual governo de Mauricio Macri.

Por cerca de 24 horas ininterruptas, dezenas de milhares de argentinos marcharam e discursaram contra o desemprego no país, que na gestão Macri alcança um recorde histórico, além de outras medidas que atingem em cheio os direitos trabalhistas conquistados no país.

Mesmo com chuva e frio, as lideranças anti-ditadura lançaram a Marcha da Resistência para tentar barrar as iniciativas de Macri.

A mobilização acontece dias depois do Chile paralisar durante dois dias, em manifestações gigantescas contra a previdência privada, uma das “heranças malditas” do governo autoritário de Pinochet nos anos 70 e 80. Um milhão de pessoas se mobilizaram para pressionar o governo chileno (centro-esquerda) a reformar o sistema da previdência.

O encerramento da manifestação na Argentina contou com o discurso da presidente das Mães da Praça de Maio e com a presença de Máximo Kirchner, deputado nacional e filho da ex-presidente Cristina Kirchner.

“Temos que pensar muito nos companheiros que não têm trabalho. Em alguma parte pelo plano econômico de Macri, mas também porque não sabem escolher seus dirigentes sindicais”, disse De Bonafini no ato de encerramento.

Por sua vez, Máximo Kirchner pediu que a mobilização não seja só uma marcha “da resistência”, mas também “da construção”.

Segundo informações do Idec (órgão equivalente ao IBGE), o desemprego argentino atingiu 9,3% no segundo trimestre deste ano. No mesmo período do ano passado, ainda sob o governo de Cristina Kirchner (2007–15), a taxa era de 5,9%.

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