Análise Game of Thrones Season 6 Ep. 01, 02 e 03

Vítor Benigno
Água de Salsicha
Published in
7 min readMay 15, 2016

Enfim começou. A série mais aguardada dos últimos tempos retornou no último dia 24 para, enfim, fechar todas as pontas deixadas abertas no final da quinta temporada. Nossa análise não será feita por episódios, iremos abordar os temas geograficamente. Contudo, para deixar claro, episódio 1 foi altamente frustrante, episódio 2 foi excelente e o terceiro conseguiu manter o nível do segundo. Então, comecemos:

Daenerys/Meereen

A mãe dos dragões, recém capturada por um até então desconhecido khalasar, é levada como escrava pelos nômades. Em uma situação de alto risco, consegue se “salvar” ao se declarar khaleesi de Khal Drogo, mas a alegria não durou muito, pois ela foi levada para Vaes Dothrak, local onde moram as viúvas dos khals. Há de se admitir que é uma opção melhor que o destino que ela estava prestes a ser submetida. Muito foi dito sobre a velocidade na qual Dany conseguiu se safar dos seus sequestradores, bastando a ela, falar de seu passado com Drogo, mas, neste ponto, a história foi bem conduzida, falhas assim foram muito mais graves outros núcleos. Ao final do episódio 3, Dany é avisada que será julgada por diversos Khals, por ter não ter ido diretamente a Vaes Dothrak após a morte de Drogo. Chega mais, Drogon.

Enquanto isso, Tyrion e Varys estão estabelecendo um “choque de ordem” em Meereen. Convenhamos, pouca chance de dar errado, essa dupla unida com o objetivo de estabelecer ordem numa cidade dificilmente falhará. Atualmente, estão tentando identificar o inimigo oculto de Daenerys e traçando estratégias para combatê-lo. Até agora, a cena mais impactante foi o contato entre Tyrion e os dragões presos. Mais uma vez, é deixado claro o alto grau de conhecimento do Lannister com dragões. Tyrion já começa a mostrar seu grande valor nos planos de Daenerys.

Dorne

Dorne dornou de vez. Na última temporada, esse foi o núcleo mais criticado. Atuações fracas, roteiro desprezível e nada pior que as coreografias das cenas de combate. Mas, pelo visto, não foi o suficiente. O ponto mais negativo do primeiro episódio foi Dorne. Em uma cena muito mal explicada, Ellaria Sand e as serpentes de areia realizam um golpe contra Doran Martell, completamente irracional. O grande Areo Hotah, um guerreiro gigantesco e, porque não, lendário é morto por uma das serpentes armada com um “canivete” com apenas uma estocada nas costas (Jon Snow resistiu bem mais) e Doran assassinado por Ellaria. Sendo superficial, o golpe simplesmente não faz sentido, principalmente se analisarmos a força da família Martell perante os Sete Reinos.

Mas o grande erro ocorre no assassinato de Trystane. A cena até que foi boa, porém foi levantada uma sequência de erros de continuidade. Trystane estava num barco com Jaime e o corpo de Myrcella. As serpentes e Ellaria haviam ficado no porto de Dorne. É mostrado Jaime chegando em Porto Real com o corpo da filha. No começo da cena da morte do herdeiro de Dorne, ele aparece pintando uma daquelas pedras que são usadas para colocar no em cima do olho do corpo a ser velado. Como as serpentes surgiram naquele barco? Se compararmos com Dorne dos livros então, a revolta deve ser ainda maior!

Porto Real

Cersei e Jaime estão restabelecendo o poder na força, o novo cavaleiro real tem intimidado toda a cidade. Com a perda de sua filha e Tommen aparentemente se aproximando do Alto Pardal., a vingança de Cersei cada vez promete mais. Porto Real é um núcleo que precisa apresentar mais conteúdo para empolgar.

Braavos

Arya termina cega no final da quinta temporada. Nesses primeiros episódios, vemos ela sendo submetida a um treinamento para aprimorar seus sentidos. Ao longos dos episódios ela vai melhorando e finalmente passa a enxergar novamente no final do terceiro episódio, após demonstrar total lealdade ao Deus de Muitas Faces. Contudo, por se tratar de Arya Stark, é possível que essa lealdade vá somente até o episódio seguinte!

Winterfell

Até agora é o núcleo onde situações bombásticas vem ocorrendo, porém de forma muito corrida. Partindo do princípio da insanidade de Ramsay, podemos aceitar a maneira na qual ele resolveu para si o estabelecimento de poder em Winterfell. Mas dava para ter sido melhor aproveitado. O assassinato de Roose Bolton foi impactante, uma vez que pegou todo mundo de surpresa, até mesmo, os leitores. A cena seguinte da morte de sua madastra e do bebê recém nascido foi altamente descartável. Foi construída apenas para causar impacto. A brutalidade imperou, todos sabíamos o que ocorreria, poderia muito bem ter deixado implícito. No final do terceiro episódio, o reaparecimento de Rickon foi surpreendente e, pelo que tem se dito por aí, muitas reviravoltas estão por vir na vida umado caçula Stark.

Bran

Bran Stark vem recebendo seu treinamento e cenas importantes da História de Westeros vem sendo mostradas. Primeiramente, fomos apresentados aos três irmãos Stark, Eddard, Benjen e Lyanna ,e ao jovem “Hodor”. Nada muito impactante. Porém, no terceiro episódio, o início da cena da tão famosa Torre da Alegria apareceu. A luta de Ned Stark contra Arthur Dayne, a Espada da Manhã ocorreu e teve um final bastante surpreendente mostrando uma possível falta de justiça de Ned e Howland Reed executando Sor Dayne pelas costas. Serviu para mostrar que o, até então, Sor Ética, Justo e Honesto também tem seu passado sombrio. Um possível contato entre Bran e Ned durante a retrospectiva deixou no ar uma possível interferência. E o que Ned encontrará ao subir a torre? É o que os fãs mais querem saber.

Muralha

Sor Davos, venho por meio desta lhe pedir perdão por incluí-lo na lista dos mais ou menos da série. Que personagem! Se o grande herói retornou, devemos a ele. Protegeu o corpo de Jon na raça. Ignorou seu orgulho para ir pedir ajuda a sua grande rival, Melisandre. Esse núcleo até agora está irrepreensível. No primeiro episódio, o mais impactante foi a revelação de que Melisandre tem muito mais idade do que aparenta, o que justifica tamanha sabedoria e conhecimento de sua religião. O retorno dos selvagens para ajudar Davos foi muito bem feita e a cena do gigante conseguiu colocar Sor Alliser Thorne no seu devido lugar.

Previsível? Foi. Clichê? Foi. Mas foi espetacular. Creio que todos sabiam o que aconteceria quando Melisandre começou os procedimentos que aparentemente falharam. Era evidente. Mas, o simbolismo do Fantasma acordando para em seguida Jon ressuscitar foi perfeito. O começo do terceiro episódio sem fazer mistério, emendando com a cena final do anterior merece ser parabenizado. A atuação de Kit Harington foi excelente. A conversa entre Melisandre, Jon e Davos levantando uma questão importante. O fato de, na ordem natural das coisas, não era para Jon estar lá. Toda a cena de seu retorno para o pátio de Castelo Negro foi muito bem dirigida. Sua inevitável comparação com uma divindade foi bem abordada. E culminou com a cena final da execução de quatro traidores. Dois pontos podem ser levantados. Primeiramente, não foram só quatro traidores. A delação premiada claramente não foi bem executada, a chegada triunfal do gigante e a cena de ação seguinte antes da ressurreição de Jon pode justificar a morte de alguns, mas a escolha de quatro foi mais por simbologia. E outro ponto que merece ser interpretado com bastante atenção foi a maneira que ocorreu a execução. “O homem que dita a sentença deve brandir a espada”, Jon aprendeu com Ned isso. E vinha cumprindo seu dever até então. Porém esta foi a primeira vez que ele descumpriu. Será que é uma mensagem de que o Jon ressuscitado não é exatamente o Jon que morreu? Creio que não, principalmente após o final desse episódio 3. My watch’s ended.

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