A ciência da procrastinação

Um texto de 16 minutos para procrastinadores? Eu sei, é contraditório. Mas talvez seja o último post que você precisa ler sobre o assunto!

Samuel de Almeida
16 min readApr 30, 2018

Faltavam dois dias para entregar o artigo sobre marketing social quando eu comecei a ler as referências indicadas pelo professor.

O comum nessa época era começar às nove da noite os trabalhos que devia entregar às nove da manhã no dia seguinte.

Se o prazo total não fosse de duas semanas, e eu não tivesse agora que ler e analisar as mais de mil páginas em 48h, até poderia dizer que comecei a estudar com antecedência.

Foi a primeira vez em que precisei fazer um artigo, algo que na minha cabeça de segundo semestre, mal saído do ensino médio, era o tipo de coisa que só quem vive trancado num laboratório costuma fazer.

Passei tanto tempo lendo sobre cada regrinha de como um texto assim é feito e revisado, que só nas últimas horas (depois de cultivar um ódio profundo contra a ABNT, é importante destacar) lembrei de dar atenção ao mais importante: estudar o assunto.

Uma história que se repete com frequência

Nós dois não somos os únicos procrastinadores por aqui; e se você não acredita, basta dar uma olhada nos números abaixo (referências no final do post) para perceber o tamanho do problema:

  • Em uma pesquisa com 173 estudantes de uma universidade em São Paulo, 82% afirmaram “adiar compromissos, atividades ou ações
  • 80 a 95% dos universitários entrevistados para uma pesquisa nos Estados Unidos costumam atrasar suas tarefas.
  • A metade deles procrastina ao menos uma vez por semana.

Isso mesmo, tanto aqui quanto lá fora, o normal é que entre cada cinco pessoas, pelo menos quatro adiem seus projetos, e a metade faz isso “de forma consistente e problemática” como destacam os autores do estudo.

Enquanto tantas pessoas enfrentam algum grau dessa dificuldade, o senso comum ainda diz que a procrastinação é sinônimo de preguiça, e até mesmo falta de caráter.

Quando isso aconteceu, em 2013, talvez eu nem conhecesse essa palavra, e acreditava que a culpa era toda da minha irresponsabilidade, natural aos 18 anos.

Felizmente muitos psicólogos vem mostrando ao longo dos anos que as coisas não acontecem de forma tão simples, e procrastinação não é um nome gourmet para preguiça ou desinteresse.

Na verdade, em muitos casos acontece exatamente o contrário; nos preocupamos tanto com o resultado de uma tarefa que acabamos adiando ao máximo sua realização, por nunca nos sentirmos preparados.

Esse é apenas um dos quatro motivos mais comuns pelos quais deixamos as coisas pra depois, e entendê-los será o nosso primeiro passo em direção a uma vida na qual as coisas são feitas, sem nenhum atraso desnecessário.

Foto: Warren Wong | Unsplash

Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota.

Sun Tzu, A Arte da Guerra

Baixa auto-estima, ansiedade e medo de falhar

Você provavelmente já ouviu falar em bloqueio criativo, e é justamente disso que a procrastinação se trata, nesse caso.

Sabemos que é preciso escrever um texto, por exemplo, mas sem ter “inspiração” para fazer algo de qualidade, não colocamos nem mesmo a primeira palavra no papel.

A ansiedade multiplica esse problema; quanto mais importante a tarefa, maior é o medo de falhar. Essa insegurança nos põe em modo de defesa: se eu nunca escrever nada, ninguém vai descobrir a minha falta de jeito com as palavras.

Acredita-se também que um procrastinador seja altamente autocrítico devido às grandes expectativas que têm para a conclusão de uma tarefa específica e o que os outros dirão sobre ela. Isso muitas vezes faz com que tal indivíduo nem sequer comece.

Olubusayo Asikhia, professora universitária

Quando a data de entrega se aproxima a ansiedade cresce ainda mais: se tínhamos medo de ir mal com uma semana de prazo, como vamos fazer algo melhor agora que só restam dois dias?

A pressão acumulada encontra apenas dois caminhos para escapar, ambos com efeitos negativos: um impulso que nos leva a fazer tudo em pouco tempo, ou a desistência completa.

No caso de fazermos tudo às pressas, se o trabalho é bem avaliado ficamos com a sensação de que deu tudo certo e nem foi preciso tanto esforço, o que conduz à mais procrastinação; pois se podemos fazer algo bom e rápido, por que gastar tempo para alcançar o ótimo?

Já quando recebemos uma crítica negativa, usamos o fato de termos feito tudo em poucas horas como um escudo em torno do nosso ego, com a ideia de que poderia ter sido melhor se eu me esforçasse mais.

Isso nos faz trocar os resultados reais por aqueles que poderíamos ter alcançado e cria uma ideia de que quando for necessário, estaremos prontos para a ação, mesmo que nunca tenhamos praticado essa ação.

No evento de uma desistência, obviamente, nunca iremos completar a ação que era considerada importante; e podemos acabar nos acostumando a deixar as tarefas mais difíceis pelo caminho.

Problema em administrar o tempo

É assim que você enxerga um relógio? | Foto: Wu Yi | Unsplash

A procrastinação também pode surgir quando medimos de forma incorreta quanto tempo será necessário para realizar uma tarefa, além de não conseguirmos definir e executar o que é prioridade em relação a todo o resto.

Você se sente capaz de lidar com um trabalho, mas não lhe dá a devida importância e acaba colocando outros afazeres menos valiosos à frente. É o bom e velho deixa só eu fazer uma coisinha antes de começar

É possível que um excesso de confiança contribua para esse problema com a administração do tempo. Se acreditamos que é muito simples fazer algo, e ao mesmo tempo não consideramos sua importância, não haverá problema em adiar a ação até o último instante.

Indiferença

Algumas pessoas simplesmente não estão interessadas em fazer o que precisam, pois não recebem estímulo suficiente para agir de tal forma.

É muito fácil encontrar exemplos desse comportamento em turmas de estudantes, onde alguns deles buscam pela forma mais simples de serem aprovados.

Não há uma preocupação com a entrega dos trabalhos ou o estudo para as provas em si, apenas com a obtenção do resultado mínimo (a menor nota possível para ser aprovado, por exemplo) pois é apenas isso que se espera deles.

É importante perceber que isso também não tem nada a ver com preguiça, como é fácil pensar.

Nem todas as pessoas têm o mesmo interesse pela escola ou faculdade, mas se dedicam por várias horas quando encontram algo produtivo de que gostam, como a arte ou o esporte.

O problema surge quando somos todos obrigados a estudar e fazer coisas parecidas, mesmo que os interesses de cada pessoa possam estar apontados para centenas de áreas diferentes, e ainda por cima, essa experiência acontece em um campo onde não faz diferença alguma tirar um seis ou um dez.

Personalidade

Um traço de personalidade conhecido em inglês como conscientiousness também é um fator importante para a procrastinação.

Apesar de ser difícil traduzir perfeitamente o seu significado, podemos entender conscientiousness como autodisciplina, ou a preferência por seguir os próprios planos ao invés de agir espontaneamente.

Em resumo, conscientiousness significa que quando você determina algo no presente, será capaz de fazer isso no futuro.

Acredito que muitas pessoas podem se apressar para tratar essa característica como uma qualidade, mas quando falamos sobre traços de personalidade não pensamos em termos de melhor ou pior, pois cada um possui vantagens e desvantagens.

Uma desvantagem das pessoas com pouca “autodisciplina” é uma tendência maior à procrastinação, pois são menos aptos a cumprir seus planos. Por outro lado, elas costumam ter vantagens como se adaptar facilmente às mudanças e pensar de forma criativa.

Eliminando a procrastinação

Foto: Domenico Loia |Unsplash

Pode ser tentador se identificar com todas as razões listadas, e acabar não se comprometendo com a solução de nenhuma delas; esse é o primeiro erro que iremos evitar.

Ainda que todos os fatores possam influenciar na sua procrastinação, um deles é provavelmente o maior culpado.

É importante saber contra o que está lutando, pois não adianta traçar vários planos para administrar melhor o seu tempo se você tem pouca autodisciplina e não vai cumprir nenhum deles, por exemplo.

Nos próximos dias você precisa apenas observar o seu comportamento, sem fazer tanto esforço para mudar algo nele. Procure registrar os momentos em que procrastinou, e anotar as seguintes informações:

  • Qual era a tarefa em questão?
  • Qual era o prazo de entrega?
  • De quantas horas acha que precisaria para fazer tudo?
  • Em uma escala de 0 a 10, o quanto você sente que é capaz de cumprir essa tarefa?
  • O que exatamente você fez enquanto procrastinava (jogar, assistir séries, arrumar a casa, fazer outra atividade, dormir…)?
  • O que você lembra de pensar ao deixar a tarefa para depois? Foi algo mais próximo de “não tenho saco pra nada agora”; “nem sei por onde começar”; “deixa eu só fazer uma coisinha antes” ou “nem sei pra que to fazendo isso”?

Bem, eu sei, esse é um texto sobre procrastinação, então fazer algo que envolva anotar coisas nem sempre vai ser uma boa ideia, certo?

Uma alternativa que costuma funcionar melhor é ter uma pessoa que te cobre essas respostas, um familiar ou amigo de confiança que esteja disposto a apenas ouvir e anotar, sem julgar sua procrastinação.

Você não precisa ter uma relação de empregado-chefe com essa pessoa e passar relatórios completos sobre os seus dias, basta ter duas ou três conversas por semana com ela, para conseguir identificar a causa principal da sua procrastinação.

Dividir e Conquistar

Problemas de auto-estima, ansiedade e medo de falhar podem ser paralisantes, principalmente quando enxergamos à nossa frente um desafio como escrever um texto de 4.000 palavras que promete ajudar os leitores a realmente acabar com a procrastinação.

Mais do que uma dica, para superar esse obstáculo nós vamos ter que trabalhar com uma mudança de foco; que precisa sair do objetivo final e apontar para os pequenos passos que conduzirão até ele.

Um grande artigo, por exemplo, não é simplesmente escrito. O trabalho se divide em fases:

  • Buscar e organizar fontes;
  • Estudar a primeira referência e separar partes interessantes;
  • Estudar a segunda referência e separar partes interessantes;
  • Estudar mais uma vez todas as partes destacadas;
  • Escrever o primeiro tópico;
  • Escrever o segundo tópico;
  • Escrever a introdução;
  • Escrever a conclusão;
  • Revisar

Até mesmo as partes podem ser divididas em partes ainda menores e mais simples. Estudar uma referência pode se tornar estudar o primeiro capítulo e escrever o primeiro tópico começa por escrever o primeiro parágrafo.

Alguns dias atrás eu escrevi um post que fala sobre pequenos passos e como eles são fundamentais para conquistar grandes mudanças, você pode ler no link abaixo:

Claro que as coisas não vão se tornar fáceis apenas por serem menores, afinal ainda estamos falando de um trabalho importante; mas você tem menos chances de se ver falhando quando precisa apenas escolher alguns livros e artigos de referência do que quando pensa em realizar todo o projeto.

Além disso, cada etapa irá aumentar a sua confiança e o incentivo para realizar a próxima. Agora que você já tem todas as fontes marcadas, por exemplo, basta encontrar a melhor forma de organizá-las nos tópicos do seu artigo.

É importante praticar essa nova mentalidade o máximo que você puder. Experimente olhar para todas as coisas que você faz e buscar quais são suas partes.

Algo tão simples quanto fazer um café, por exemplo, é pegar uma panela ou cafeteira, esquentar água, colocar o pó, o açúcar (ou não), encher a garrafa, pegar uma xícara no armário e servir.

Com o tempo e a prática você vai se tornar um engenheiro de tarefas, capaz de enxergar as partes menores que compõem qualquer ação cotidiana, e então poderá usar isso à seu favor quando tiver de lidar com grandes projetos.

Como dobrar o tempo à seu favor

É de fato natural ter particular consideração ao tempo presente, e ser muito solícito por aquilo que, por sua proximidade, é capaz de produzir as impressões mais fortes.

Samuel Johnson

A citação cheia de floreios acima é de 1751, mas resume uma das maiores causas da procrastinação em qualquer época: é mais fácil percebermos o valor de uma recompensa ou a dor de uma punição quando ela está próxima do que quando está distante.

Por esse motivo nós deixamos de estudar para o Enem, que é daqui há alguns meses, ou fazer um trabalho para entregar em duas semanas.

O castigo de uma nota ruim é grande, mas está longe, portanto não parece tão ameaçador; enquanto a recompensa de passar horas no Instagram ou alguma outra distração é pequena, mas imediata.

Também podemos errar nos cálculos entre o que é pior: uma punição pequena agora e uma muito maior no futuro.

É por isso que um conceito muito importante sobre gerenciamento de tempo é o de tarefas urgentes e tarefas importantes.

Pagar um boleto que vence hoje e tem juros é urgente, Cuidar do projeto de um grande cliente para ser entregue na semana que vem é importante.

O custo de falhar na primeira é de alguns reais, enquanto falhar na segunda pode custar um cliente ou até mesmo o nosso emprego; mas como a pena de não pagar o boleto é imediata, ela acaba parecendo mais dolorosa.

A saída é explorar essa percepção à nosso favor, e mais uma vez, ela passa por dividir as grandes tarefas em atividades menores, seguindo os passos que eu mostrei no tópico anterior.

Nesse caso nós vamos um pouco além, atribuindo pequenas punições e recompensas conforme vamos realizando ou falhando em cada etapa.

Digamos que você deseje passar no Enem.

Ficar fora da faculdade talvez seja um grande problema, racionalmente, mas como a prova ainda está longe, você não sente o peso emocional do que irá acontecer caso tenha uma nota baixa.

A solução mais evidente é dividir os conteúdos em pequenas porções para serem estudadas por dia. A parte difícil é definir as punições e recompensas: elas realmente precisam ser sentidas como uma perda ou um ganho.

Não adianta dizer que a sua punição é estudar mais no dia seguinte, se você provavelmente não vai cumprir, ou que a recompensa é mexer no celular, se isso é justamente o que te faz procrastinar.

É preciso ser honesto consigo mesmo — eu não posso determinar quais recompensas ou punições irão funcionar no seu caso; tudo depende de quais são os seus interesses e incômodos, e você sabe melhor do que ninguém sobre eles.

Mais uma vez, ter uma pessoa que te ajude pode fazer toda a diferença, alguém para cobrar que as punições estejam sendo cumpridas, e até mesmo para impedir que você tenha acesso às recompensas antes de merecê-las.

Costuma ser muito mais fácil se prender aos compromissos que você faz quando precisa dar satisfação à alguém do que quando o processo inteiro acontece apenas na sua cabeça.

De volta para o futuro

Você já sabe que com pouca autodisciplina é complicado fazer seu “eu” do futuro cumprir as determinações do presente. Ainda assim, alguns sistemas podem reduzir a discordância entre suas versões de hoje e amanhã.

Eu me encaixo nesse grupo, e quando comecei a escrever aqui no Medium tinha uma meta simples: publicar um texto toda quarta-feira.

Logo depois de colocar um post no ar eu começava a pensar no que iria escrever para a semana que vem.

Amanhã eu vou escolher um assunto e pesquisar algumas informações.

Quando “amanhã” chegava, eu começava o dia às sete horas fazendo um café e sentando para realizar esse trabalho. Como ainda iria comer, colocava um vídeo no YouTube, até perceber que já era algo como 07h48.

Começo oito em ponto, vou assistir só mais um vídeo!

A coisa se estendia pela semana inteira, uma distração ou uma tarefa de menor importância após a outra, até chegar a noite de terça e nenhuma linha ter sido escrita.

O problema é que publicar um texto me dava energia, e então eu começava a pensar no próximo, mas quando era a hora de escrever, a inspiração já tinha ficado pra trás.

Aos poucos eu fui aprendendo a usar três sistemas para superar essa limitação:

1. Faça uma parte assim que pensar em fazer o todo

Essa técnica, assim como as seguintes, depende de aceitar a existência de uma barreira: quando eu me determino a fazer algo, minha energia está alta, mas quando eu for fazê-lo horas ou dias depois, ela não estará.

Sabendo disso, minha primeira ideia foi escrever alguma coisa, qualquer coisa, assim que eu pensasse num texto. Pelo menos um rascunho do que seria a introdução e algumas ideias que gostaria de abordar.

Isso serve para aproveitar o nível alto de motivação e já criar algo, deixando um compromisso mais sério para o meu eu do futuro cumprir: o texto já havia começado, e agora “ele” não teria a desculpa de lidar com uma página em branco.

2. Entenda o seu próprio funcionamento

Se a minha energia pode variar tanto entre um momento e outro, o que é responsável por essas mudanças?

Para responder essa questão, eu comecei a observar e registrar os momentos em que me sentia mais disposto para fazer algo, com alguns dados relevantes: que horas são, há quanto tempo eu estou acordado, há quanto tempo comi, o que fiz nos últimos minutos…

Foi a partir daí que eu comecei a entender melhor essas alterações de humor e perceber o que disparava a motivação para fazer o que é preciso.

Um exemplo:

Nos dias em que eu levantava depois das 8h, me sentia animado apenas depois das onze, e essa energia não durava mais do que duas horas.

Se acordo entre 6h30 e 8h, o pico de energia chega em menos de trinta minutos e dura até uma da tarde.

Quando levanto antes das 6h30 também me sinto disposto rapidamente, mas perco o gás depois de poucas horas fazendo algo importante.

Assim fui descobrindo também quais são os horários mais produtivos do meu dia, quais comidas me dão mais energia, e até mesmo quais músicas e filmes servem como uma bomba de motivação quando eu sinto que estou saindo da linha por muito tempo.

Se você também sente muitas variações na sua energia, isso é perfeitamente normal; eu acredito que ninguém dê o melhor de si o tempo inteiro. Basta saber o que te coloca nos estados mais produtivos, e tirar o melhor proveito dessas ferramentas.

3. Seus melhores momentos devem ser sagrados

Não adianta descobrir o que te dá picos de energia e não fazer nada com isso. As melhores horas em seu dia devem ser reservadas justamente para riscar tarefas importantes da sua lista.

Aproveite o bom humor para trabalhar no que é difícil, e deixe qualquer distração guardada para quando realmente sentir que precisa dela.

Se for possível, crie alguns hábitos que aconteçam todos os dias no mesmo momento, como por exemplo “escrever todos os dias após o café da manhã”.

Depois de algumas semanas, mesmo que você não tenha autodisciplina, essa ação vai começar a ser disparada por si mesma, e não escrever poderá ser mais difícil do que colocar algumas palavras no papel.

Conclusão

Se eu pudesse resumir esse texto em uma única sentença, diria que a procrastinação não tem nada a ver com preguiça, é um comportamento que possui bases concretas e pode ser evitado se trabalharmos para acabar com elas.

Aliás, se você leu as 3.254 palavras que eu escrevi até aqui, apenas para descobrir como se livrar desse comportamento, ninguém pode te chamar de preguiçoso!

A procrastinação pode ser causada por problemas de auto-estima e um medo de falhar tão grande que nos impede de dar o primeiro passo; dificuldade em administrar o próprio tempo; falta de interesse com a tarefa em questão; ou por um traço de personalidade que nos leva à ser mais espontâneos e menos atenciosos à compromissos passados.

Felizmente existem maneiras de superar esses obstáculos.

A maioria delas são atitudes simples, mas exigem esforço para o cumprimento diário — afinal o nosso objetivo é conseguir fazer coisas difíceis, não nos livrar delas, certo?

Você pode dividir grandes projetos como estudar para o Enem ou escrever um artigo em atividades menores, que sejam feitas em algumas horas, associando punições e recompensas imediatas conforme cumpre ou deixa de cumprir cada etapa.

Além disso, é possível usar sistemas como fazer um pouco da tarefa assim que pensar nela, escrevendo um parágrafo quando tiver a ideia de um texto, por exemplo.

Também é de grande importância entender como sua energia funciona, quais horários ou atividades te dão mais disposição, e associar trabalhos mais difíceis aos seus melhores momentos.

Um desafio para acabar AGORA com a procrastinação!

Eu espero que esse realmente seja o último post sobre procrastinação que você precisa ler, mas agora a escolha é sua: colocar em ação pelo menos uma das coisas que aprendeu e testar o resultado dela em sua vida, ou fechar a página e, bem, continuar adiando as coisas importantes.

Tente deixar pra trás todos os momentos em que você procrastinou, esqueça que essa palavra tem algo a ver com você. Basta tomar a decisão certa nesse instante: faça algo que vai te ajudar a conquistar os seus maiores objetivos, hoje e pelo resto da sua vida!

Você leu até aqui, entendeu tudo, e mesmo assim acredita que vai continuar procrastinando?

Então eu tenho um desafio para nós dois!

Sabe quando alguém precisa parar de beber, e procura um padrinho, alguém que esteja disposto a ajudar, e de preferência, que tenha passado pelas mesmas circunstâncias?

E o que acha de usar o mesmo sistema para combater sua procrastinação?

Se isso parece interessante, mas você não sabe com quem pode contar, então basta deixar um comentário aqui embaixo e nós podemos trocar algum contato pessoal (Facebook, Whatsapp, etc) e a partir daí, cobrar um ao outro para darmos o nosso melhor dia após dia.

Eu sei, a ideia é meio estranha, eu quase não te conheço e você quase não me conhece, mas ainda assim, acredito que vale à pena arriscar; afinal, por que não?

Juro pela minha família que não vou tentar vender nada, nem ficar te mandando links dos meus textos todo dia, porque ninguém merece né?

E se você não se sentir confortável, pode buscar a ajuda de alguém mais próximo, um familiar ou um amigo que também vive reclamando por procrastinar; por exemplo. Que tal compartilhar o post com essa pessoa, e fazer um compromisso em que ela te ajuda e você ajuda ela?

Bem, obrigado por ter lido até aqui. Eu espero de coração que você possa acabar com a procrastinação na sua vida, e fazer o que precisa daqui por diante, dia após dia!

Te vejo nos próximos textos, ou quem sabe aqui nos comentários! 😄

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Samuel de Almeida

Aquela bio com uma crise existencial por não saber me definir.