Como funciona o seu olho
Vamos direto ao ponto
Por Paul Van Slembrouck
Tradução por Daniel Salgado
Você acha que olhos azuis são azuis porque eles contêm células de pigmentação azul? E você acha que olhos verdes são verdes pelos mesmos motivos?
Pense de novo.
Esse círculo colorido ao redor da sua pupila é a íris. A íris é composta de duas camadas de células: a camada da frente é conhecida como estroma, e a de trás é o epitélio.
O epitélio é uma camada com grossura de duas células e que contém pigmentos de cor preta ou marrom escura. Os pequenos pontos e traços pretos que você vê na íris? Eis o epitélio.
O estroma é composto de fibras de colágeno incolores. Ele, ocasionalmente, contém melanina de pigmentação marrom. Ás vezes, o estroma é completamente claro, não contendo nenhuma melanina.
O estroma é um interlaçamento delicado de fibras. Algumas circulam a circunferência da íris e a maioria irradia em direção à pupila. Vasos sanguíneos e nervos intercalam essa mescla. — Wikipedia
(NOTA: Eu cometi um erro nos diagramas abaixo: quando falei "colágeno", quis dizer "depósitos de colágeno em excesso")
Castanho
Em olhos castanhos, o estroma contém uma elevada concentração de melanina, absorvendo a maior parte da luz e criando um tom castanho escuro.
Avelã
Nos olhos cor de avelã, o estroma contém uma quantidade moderada de melanina, o que dá um tom castanho claro com um ou outro detalhe de verde e amarelo. Por causa da quantidade moderada de melanina, uma boa parte da luz é dispersada de volta para o ambiente pelo estroma.
Verde
Nos olhos verdes, o estroma contém uma pequena quantidade de melanina que dá uma tonalidade marrom claro que se mistura com... bem, com o que exatamente esse marrom claro se mistura para criar luz verde?
A resposta: a luz azul, nos olhos, é gerada num fenômeno parecido com o que torna o céu azul. O efeito Tyndall é o dispersar de luz por pequenas partículas flutuando numa solução líquida. A estrutura fibrosa do estroma dispersa luz numa maneira similar, tendendo a dispersar mais frequências menores de luz do que as maiores.
Assim, no caso de verde, o olho não contém pigmentos azuis, mas sim dispersa a luz de volta para o espaço junto de melanina marrom, o que cria o tom esverdeado.
Azul
Nos olhos azuis não há melanina no estroma. O estroma é essencialmente incolor até que a luz entre e depois seja dispersada e refletida de volta ao ambiente. Por isso, a cor dos olhos azuis e verdes depende da qualidade e quantidade de luz disponível nos cômodos. Esse fenômeno de materiais que parecem ter certa cor ainda que não tenham qualquer pigmentação daquela cor é chamado de coloração estrutural, e é maneiríssimo. Ocorre em bifes, bagas, borboletas e mais.
Cinza
Olhos cinza são um caso curioso e extremamente raro. Já que não contêm melanina, olhos cinza são similares aos azuis, mas eles têm depósitos de colágeno em excesso no estroma que interferem com a dispersão do efeito Tyndall, bloqueando o surgimento dos tons azulados. (Essa é a teoria atual, pelo menos).
Já que a predileção por luz azul de Tyndall é bloqueada, todos os comprimentos de onda que entram na íris são dispersados e refletidos igualmente, criando um tom uniforme de cinza.
Imagine que você pudesse encolher até um tamanho microscópico e então escalasse por entre a malha de fibras no estroma. É dali que a coloração estrutural vem…
…e nessa malha também há fitas de tecido muscular liso que se contraem para dilatar (expandir) a pupila, puxando a extremidade interior da pupila para a extremidade exterior. Quando isso acontece, as fibras no estroma se afrouxam e podem se tornar maleáveis quando a tensão é liberada, o que me faz pensar: será que isso também altera um pouquinho a cor do seu olho?
Esse texto foi criado em uma hora e meia para um desafio de produtividade hospedado no PushFriday.com. (Fonte primária: Wikipedia — Cor do olho)
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