Etec Basilides de Godoy é desocupada por alunos contra a luta secundarista

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3 min readMay 13, 2016
Foto: Fernando DK/Democratize

Após nove dias de ocupação, a Etec Basilides de Godoy, localizada na Vila Leopoldina foi desocupada na noite de ontem. Segundo relatos dos secundaristas, houve agressão física, constantes ameaças de assédio e tentativas de invasão da escola, por parte dos alunos do noturno, incentivados pela direção da Etec, que em nenhum momento dialogou com os ocupantes.

Os secundaristas decidiram liberar a entrada de alunos e docentes do noturno para que não fossem prejudicados pela falta de aula. “Os professores e coordenadores na manhã que estavam na praça perto da Etec invadiram a escola, foram para a secretaria e quebraram tudo. Fomos empurrados, agredidos, jogaram gás de extintor e água em nós. Ouvimos o apito de uma galera escondida dentro da escola e depois de 15 minutos, houve invasão de mais pessoas”, contou a estudante Fernanda Sena.

Na pauta dos secundaristas que ocuparam o local, está o fornecimento de comida, já que unidade oferece merenda seca desde 2014, mas não é suficiente para os alunos do ensino médio integrado, que passam manhã e tarde estudando, além do diálogo com a coordenação da escola e melhoras na infra-estrutura. “A diretora nunca apareceu para falar conosco e nunca houve conversa na nossa Etec. Ela veio apenas no primeiro dia de ocupação para cobrar a entrada dos alunos que querem estudar.” disse a aluna Lara Fernandes.

Foto: Fernando DK/Democratize

A nota divulgada no site do Centro Paula Souza informa que a retomada da Etec ocorreu por pais e alunos sem violência. A direção registrou o sumiço de cinco HDs, extintores de incêndio e danos no circuito de câmeras e central telefônica. Sobre a pauta da merenda, comunicou que a partir de agosto, as Etecs que não serviam refeição para estudantes do período integral passarão a distribuir almoço.

O Democratize tem acompanhando as ocupações desde o início e os estudantes da Etec Basilides de Godoy enviaram vídeo de um aluno ameaçando os secundaristas: “Seu eu fosse menor de idade iria agir de outra maneira com vocês”, disse.

Veja o flagra:

No período que permaneceram na escola, os alunos usaram a página do Facebook para pedir apoio e divulgar o andamento da ocupação. Os estudantes também recebiam visitas de pais que apoiam a luta. “Os alunos da noite estão furiosos, mas os estudantes da ocupação fizeram tudo na maior paz e mesmo assim apanharam do pessoal do noturno que é maior de idade. Teve pai batendo em aluno e tentando quebrar o portão da escola. Eu apoio a luta deles, mas fico muito preocupada com a integridade física deles, porque o governo vai continuar reprimindo”, destacou Cátia Ortiz, mãe de aluna.

Texto e reportagem por Carol Nogueira, jornalista pela Agência Democratize

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