O ‘Muro da Vergonha’ em Brasília tem pedaços de ferro que podem ser usados como arma
Nossa equipe em Brasília flagrou pedaços de ferro nos arredores do chamado ‘Muro da Vergonha’, que deve separar manifestantes pró e contra o impeachment no domingo (17). O flagrante ocorre mesmo após vistoria dos bombeiros no local.
O Democratize está em Brasília com uma equipe de jornalistas e fotógrafos, para acompanhar os acontecimentos deste fim de semana histórico. O impeachment será votado oficialmente pela Câmara dos Deputados neste domingo (17).
Ao mesmo tempo, duas grandes manifestações devem ocorrer do lado de fora do Congresso.
De um lado, movimentos pró-impeachment como o Vem Pra Rua e Movimento Brasil Livre já articulam manifestantes em Brasília, além de carreatas com ônibus fretados que devem sair de todos os estados do país até a capital para o domingo.
Do outro, movimentos sociais e sindicais também devem marcar presença para se mobilizar contra o impeachment.
Para conter possíveis casos de violência entre ambos os lados, foi colocado um muro que deve separar os manifestantes no domingo, apelidado de ‘Muro da Vergonha’.
Além do muro, grades também percorrem o local separado para os dois grupos.
Nossa equipe flagrou nesta quinta-feira (14), após vistoria do Corpo de Bombeiros no local, barras de ferro espalhadas no gramado, próximas da grade. Além disso, a própria estrutura do muro é frágil o suficiente para conseguir separar os dois grupos em um possível caso de violência.
Procuramos o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal para falar sobre as barras de ferro, mas não obtivemos resposta oficial.
Mais de 5 mil policiais foram destacados para cuidar da segurança da área externa do Congresso neste domingo. Boa parte do efetivo deve ajudar na divisão entre os dois grupos de manifestantes.
O chamado ‘Muro da Vergonha’ foi levantado logo no começo desta semana, erguido por presidiários.
Grupos pró-impeachment esperam pelo menos 50 mil pessoas do lado de fora do Congresso durante todo o domingo. Em São Paulo, centenas de milhares é a expectativa, ocupando a Avenida Paulista.
Já os movimentos sociais e sindicais devem levar cerca de 100 mil pessoas em Brasília, para mobilizar contra a aprovação do impeachment. Em São Paulo também deve ocorrer uma ocupação e manifestação na região do Vale do Anhangabau, a partir das 10 horas da manhã, até o final da noite. A votação deve começar às 15 horas na Câmara dos Deputados, com previsão de término às 21 horas.