Agora é a vez do Rio: professores e alunos da rede estadual declaram greve

eDemocratize
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3 min readMar 3, 2016
Foto: NINJA

Com a Fundição Progresso lotada, professores e funcionários decretaram greve na rede estadual de ensino do Rio de Janeiro, nesta quarta-feira (2) por tempo inderteminado. Seguindo o exemplo de São Paulo e Goiás, os estudantes secundaristas pretendem apoiar os professores e parar a cidade.

Quem não se lembra da histórica greve dos professores do Rio de Janeiro, em 2013? As manifestações convocadas pelos docentes pararam a cidade, poucos meses após a onda de protestos das Jornadas de Junho. Milhões de pessoas marcharam ao lado dos professores.

Agora, a situação promete se repetir. Diante do caos enfrentado no orçamento do governo estadual, de Pezão (PMDB), mais uma vez a educação fluminense se encontra sucateada e abandonada. Os principais pontos da nova greve confirmada pelos professores e funcionários da rede pública são: reajuste salarial; as propostas de mudança no sistema previdenciário dos servidores estaduais enviada à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) no dia 2 de fevereiro; retorno do calendário anterior de pagamentos; fim do parcelamento de salários; e pagamento integral do décimo terceiro salário (que foi parcelado em cinco vezes), entre outras reivindicações.

E o primeiro passo dessa mobilização foi uma grande manifestação nesta quarta, reunindo cerca de 10 mil pessoas no centro do Rio de Janeiro. Com gritos de “Fora Pezão”, os funcionários públicos e secundaristas ocuparam a frente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), palco histórico de batalhas desde 2013.

Foto: Maíra Coelho/O Dia

Seguindo o exemplo de estados como São Paulo e Goiás, os estudantes da rede estadual prometem parar a cidade em apoio aos professores e contra o sucateamento da educação no estado.

Diante do exemplo dado pelos secundaristas de SP e Goiás, com ocupações nas escolas e fechamento de vias (os chamados trancaços), os estudantes do Rio prometem articular mobilizações similares, com as mesmas características em apoio com a jornada de lutas pela Educação no estado.

Uma página chamada “Escolas do RJ em luta” foi criada recentemente no Facebook, e já conta com milhares de curtidas. Veja um trecho de um dos posts publicados pela página, justificando a mobilização:

O Governador Luiz Fernando Pezão, do PMDB, já cortou mais de 500 milhões de reais da Educação no estado, está retirando ônibus e sucateando nossos hospitais e cada vez mais precariza nossa educação. Isso nos afeta, e muito. A educação nunca foi uma prioridade mas agora está indo de mal a pior. Junto com os cortes do Governo Dilma, que já soma mais de 20 bilhões desde o início de 2015, nossas escolas e universidades estão abandonada, professores sobrecarregados e funcionários sem salário.

A merenda, que já era pouca, agora quase não existe. Foi oficialmente trocada oficialmente, pelo menos uma vez por semana, por “pão com leite”, mas na realidade grande parte dos colégios já estão sem nada. As salas de aula estão a cada ano mais superlotadas, e os estudantes e professores tem que sobreviver sem nenhuma infraestrutura e num calor insuportável. Os exemplos são vários: O CIEP 114 vem se manifestando por conta da falta de bebedouros, cortes de merenda e de ar-condicionado pelas lâmpadas quebradas, entre tantos outros motivos. A FAETEC Henrique Lage tem feito protestos com centenas de estudantes para mobilizar contra situações muito similares na sua escola e nas outras da redondeza.

Veja abaixo um vídeo com secundaristas do Rio de Janeiro falando sobre a mobilização:

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