Greve na CPTM, manifestação secundarista e impeachment deve agitar a próxima semana

eDemocratize
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4 min readMay 7, 2016
Foto: Alice V/Democratize

Achou que a semana foi agitada demais em São Paulo? Então aguarde os próximos dias: greve nos trens deve começar a partir de quarta-feira (11), mesmo dia da votação do impeachment pelo Senado, e uma grande manifestação secundarista deve iniciar mais uma etapa de mobilização pela CPI da Merenda na terça (10).

A semana foi quente em São Paulo.

Pelo menos nas ruas.

A nova onda secundarista veio com tudo neste mês de maio, e já são cerca de 19 escolas ocupadas por estudantes que exigem a abertura da CPI da Merenda, além de uma alimentação adequada nas escolas públicas do estado.

A mobilização ganhou corpo após a ocupação do Centro Paula Souza e da Alesp (Assembleia Legislativa), que ocorreu na terça-feira (3).

Agora desocupadas, o foco deve ser novamente nas ruas — e nas ETECs e escolas que devem ser tomadas pelos estudantes nessa nova onda de ocupações e mobilizações.

Para o dia 11 de maio, ficou marcada uma grande manifestação organizada pelos estudantes das ETECs. O ato, com concentração no Parque da Luz às 09 da manhã, deve direcionar os secundaristas para uma nova fase dessa mobilização neste ano. Além de claro — agitar as ruas da capital em plena terça-feira.

Mas não é só a onda secundarista que deve agitar a próxima semana.

Os sindicatos que fazem parte da base da CPTM decretaram greve com começo no dia 11, quarta-feira.

Os ferroviários reivindicam reajuste pelo maior índice, o INPC-IBGE (11,08%); 10% de ganho real; Vale Refeição de R$840,00; Vale Alimentação de R$500,00; Auxilio Materno Infantil de R$500,00; Garantia mínima de R$5.000,00 para a PPR 2016.

No calendário dos ferroviários nesta próxima semana, o primeiro passo deve ser mais uma reunião de conciliação no dia 9 de maio, no Tribunal Regional do Trabalho. O TRT defende um reajuste menor para os funcionários e a negociação das demais reivindicações sob coordenação do Núcleo de Conciliação de Dissídios Coletivos do Tribunal. O TRT ainda pede que a categoria mantenha o “estado de greve”, sem paralisação, enquanto não encerrar as negociações.

Para o dia 10, uma nova assembleia deve marcar a luta dos ferroviários, a partir das 18 horas no Sindicato de São Paulo na Sede Central, Sindicato da Sorocabana em local indefinido, Sindicato da Central do Brasil, no Brás, e o Sindicato dos Engenheiros, na Associação dos Engenheiros.

Como a categoria é dividida em vários sindicatos, ainda não se sabe ao certo se a decisão será unânime.

Porém, nos bastidores e em conversas com funcionários e sindicalistas, tudo aponta para a oficialização da paralisação no dia 11 — por ambos os sindicatos.

Ironicamente, será no mesmo dia em que o Senado Federal deve votar pelo impeachment da presidenta Dilma Rousseff, em Brasília.

Foto: Gustavo Oliveira/Democratize

Em Brasília, manifestantes contra o impeachment devem organizar uma tentativa de “ocupação no Senado”. A manifestação terá começo às 16 horas, em frente ao Congresso Nacional. Mais de 14 mil pessoas confirmaram presença no evento do Facebook, alem de outras 39 mil “demonstraram interesse”. Em nota, o grupo que organiza o ato esclarece que “os movimentos sociais já anunciaram manifestações no dia 10 e estaremos junto a eles ocupando o Congresso Nacional, em especial o Senado Federal”. E continua: “Não reagiremos somente no dia da votação. Estaremos ocupando o Senado um dia antes. O objetivo é organizar uma reação popular no intuito de barrar o Golpe-Político-Jurídico-Midiático em curso em nosso país”.

Em São Paulo, manifestações de ambos os grupos devem ocorrer em diferentes pontos — porém com menor proporção, se formos comparar com os atos do dia 17 de abril, quando o impeachment foi votado pela Câmara dos Deputados.

Ainda em São Paulo, outros eventos devem agitar a semana:

O Cordão da Mentira, tradicional marcha contra os crimes praticados pelo Estado, em memória aos 10 anos dos crimes de Maio. A concentração será no Largo São Francisco, às 17 horas da sexta-feira (13).

A também tradicional Marcha da Maconha, no sábado às 14h20 com concentração no vão livre do Masp, na Avenida Paulista.

No mesmo dia, um ato unificado em memória aos que lutaram contra a Ditadura Militar deve ocorrer às 15 horas, na Praça do Santíssimo Sacramento.

Para o domingo, dia 15, movimentos autônomos convocam manifestação na Radial Leste, às 6 da manhã, contra ações da prefeitura da capital que recentemente pediu a reintegração das comunidades autônomos do “Povo de Rua do Docimento” e da “Alcântara”.

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