O que estamos aprendendo sobre autogestão na Edição 2018 do Regenera Lab

Rogério Silva
PACTO organizações regenerativas
2 min readJun 20, 2018

O Regenera Lab é uma iniciativa da Pacto que visa apoiar a troca de ideias e a experimentação de teorias e práticas voltadas a ativar organizações regenerativas. Busca oferecer suporte a gestores e técnicos que estejam atuando como ativadores de organizações regenerativas, celebrando avanços e abrigando diálogos que reconheçam e ajudem a superar obstáculos.

Em encontros mensais ao longo de todo o ano de 2018, vinte participantes de 10 organizações da sociedade civil brasileiras têm estudado, trocado experiências e vivenciado práticas nos temas da autogestão, integralidade e propósito evolutivo, temas inspirados pelo livro Reinventando as Organizações, de Frederic Laloux.

A seguir está uma síntese não exaustiva das aprendizagens do grupo no tema da autogestão, ao qual o Regenera Lab tem dado ênfase em seu segundo trimestre. Considerando o que aprendemos até agora, os modelos de autogestão requerem:

1. Confiança na capacidade de dedicação e entrega das pessoas.

2. Um conjunto expressivo de acordos claros e firmes, que sejam viáveis para a organização e que façam sentido para as pessoas.

3. Uma dinâmica na qual não estejam presentes estruturas clássicas de comando e controle, e na qual a liderança esteja efetivamente distribuída.

4. Que as organizações superem seus déficits conversacionais e cultivem canais de diálogo que sejam permanentes, transparentes e honestos.

5. Que as equipes avancem em sua capacidade de fazer conversas de qualidade, com empatia e firmeza, crítica e autocrítica, boa escuta e capacidade de emitir mensagens e pedidos claros.

6. Um ambiente no qual as pessoas sintam-se estimuladas a tomar riscos, inovar e realizar, ultrapassando o que consideravam ser seus limites de ação e saber.

7. Que os erros sejam tomados como alavancas para melhorar as práticas e as pessoas, sendo efetivamente tomados como oportunidades de aprendizagem.

8. Tempo para o desenho e a implementação, e ritmo para testes e ajustes, a fim de que o melhor formato possível seja encontrado ao longo do tempo.

9. Momentos e rituais nos quais as pessoas e grupos celebrem seus avanços.

10. Mecanismos de suporte para que a pessoas regulem suas expectativas e potenciais, ajustem acordos e regras e calibrem o modelo.

11. Cuidados na distribuição do trabalho, para não sobrecarregar alguns em detrimento outros, para evitar abusos trabalhistas e para apoiar as pessoas a balancear trabalho e outras necessidades e interesses.

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Rogério Silva
PACTO organizações regenerativas

Sócio da Pacto, é doutor em saúde pública pela USP, psicanalista pelo CEP e consultor em avaliação, estratégia e cultura organizacional