Sugestão para hoje: ignorem Greta Thunberg

Alessandro Padin
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3 min readSep 25, 2019

Acho que neste momento, todo mundo que chegou até aqui para ler o meu texto já sabe quem é a ativista sueca Greta Thunberg, de 16 anos. Ao fazer um discurso contundente na abertura da Cúpula de Ação Climática, na sede das Nações Unidas, em Nova York, despertou ódios e paixões no FlaxFlu das políticas mundial e nacional. Minha sugestão? Ignorem Greta Thunberg!

Antes de prosseguir, no entanto, peço que você vá até o penúltimo parágrafo.

A menina Greta pensando no que falar na ONU

Voltou? Sigamos. Não tenho a menor simpatia por espetacularizações como a engendrada pela curriola que cerca a menina Greta. Matéria do Jornal El Español (El lucrativo negocio detrás de la activista Greta Thunberg: políticos y energéticas la financian) já mostrou que todo este ativismo pode ser bem lucrativo.

Tudo isso pode ser uma armadilha. No tribunal da internet, quem ousar questionar a mensagem da ativista sueca torna-se imediatamente um bárbaro que não vê a hora de incendiar a Amazônia e secar todos os oceanos.

O espetáculo que engessa o debate

Este é o primeiro ponto que quero atacar: o espetáculo do bom mocismo engessa o debate. Mais que isso, é uma droga bem viciante e socialmente aceita. O seu uso recorrente provoca um bem estar. Como assim? É isso, você usa e abusa (curte e compartilha) e tudo fica cor de rosa, suas culpas se dissipam e, pronto, a Amazônia está salva.

O segundo ponto é o quanto a espetacularização e necessidade de adesão urgente à um discurso (como ficar imune à uma criança sem esperanças?) estão dissociadas da sua prática cotidiana? Quais são as suas práticas cotidianas que realmente produzem efeitos para que o Planeta Terra exista um pouquinho mais além do previsto pelos cientistas e ONGs?

Ignorem Greta Thunberg e preste atenção ao quadrilátero que o cerca. É o que sugiro pra você e o que tento fazer no meu cotidiano.

Greta: gratidão e água com limão para todos…

Portanto, se você seguiu minha orientação lá em cima para ler os últimos parágrafos antes de prosseguir a leitura, vou propor outra experiência: nos comentários, cite quais as medidas que você tem adotado, no seu dia a dia, para diminuir os impactos nocivos aos meios urbano e ambiental.

Por exemplo? No meu ambiente de trabalho, troquei o uso diário do copinho plástico (cheguei a gastar três por dia para tomar café) por uma caneca de cerâmica. Não precisei, pra isso, que a Greta Thunberg puxasse minha orelha.

Ajuda aí, companheiro!

Se você veio até aqui, peço que me ajude em uma experiência: veja os comentários das pessoas na minha timeline do Facebook e do Linkedin e veja se as mesmas leram realmente o texto até o fim. Publico meus artigos no Medium há alguns meses e a plataforma monitora a porcentagem da integridade do texto que é lida.

A média é de 50%, ou seja, no geral, meus leitores não concluem a leitura. Mesmo que haja outros fatores envolvidos (como o texto ser chato ou desinteressante mesmo), isso é paradoxal quando vemos que, mesmo sem concluir a leitura, comentam, opinam, fazem juízo de valor. Agora você pode voltar lá para o terceiro parágrafo. Obrigado!

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Alessandro Padin
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Escritor, jornalista e professor universitário